As autoridades da Coreia do Sul anunciaram na sexta-feira (10) que 91 pacientes que supostamente tinham eliminado o novo coronavírus voltaram a apresentar a presença do vírus em novos exames.
Jeong Eun-kyeong, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia (KCDC, na sigla em inglês), informou a jornalistas que o vírus pode ter sido “reativado”, em lugar de os pacientes terem sido infectados novamente.
As autoridades de saúde da Coreia do Sul disseram que continua incerto o que está por trás da tendência, porque as investigações epidemiológicas ainda estão em curso.
A perspectiva de que pessoas voltem a ser infectadas pelo vírus é uma preocupação internacional, já que muitos países têm a esperança de que as populações infectadas desenvolvam imunidade suficiente para prevenir um ressurgimento da pandemia.
O número de sul-coreanos que voltaram a apresentar presença de coronavírus em exames já havia subido a 51 na segunda-feira (6).
Quase sete mil sul-coreanos teriam se recuperado da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.
“O número [de retornos de infecção] só vai crescer, 91 é apenas o começo, agora”, disse Kim Woo-joo, professor de doenças infecciosas no Hospital Guro, da Universidade da Coreia.
Jeong, do KCDC, mencionou a possibilidade de que o vírus tivesse sido “reativado”, em lugar os pacientes terem sido infectados de novo.
Kim também disse que o mais provável é que os pacientes tenham sofrido uma “recaída”, e não que tenham sido infectados de novo.
Resultados falsos de exames também podem ter causado a alta, disseram outros especialistas, ou restos do vírus podem continuar presentes no organismo dos pacientes, mas sem serem infecciosos ou representarem perigo para o hospedeiro ou outras pessoas.
“Existem interpretações diferentes e muitas variáveis”, disse Jung Ki-suck, professor de medicina pulmonar no Hospital Sagrado Coração, da Universidade Hallym. “O governo precisa desenvolver respostas para cada uma dessas variáveis”.
A Coreia do Sul reportou 27 casos novos de Covid-19 na sexta-feira, o mais baixo total diário desde que o número atingiu um pico de mais de 900 no começo de fevereiro, de acordo com o KCDC, que acrescentou que o total de pessoas infectadas no país estava em 10.450.
O total de mortes causadas pelo novo coronavírus subiu em sete, para 211, informou a organização.
A cidade de Daegu, que passou pelo primeiro grande surto de coronavírus fora da China, reportou não ter registrado casos novos, pela primeira vez desde o final de fevereiro.
Com pelo menos 6.807 casos confirmados, Daegu responde por mais de metade das infecções totais na Coreia do Sul.
A expansão do contágio entre os fiéis de uma igreja de Daegu impulsionou o pico de casos na Coreia do Sul, no final de fevereiro.
O surto inicialmente gerou um total de casos confirmados muito superior ao de qualquer outro lugar que não a China, antes que a Coreia do Sul passasse a recorrer a testes generalizados de detecção do vírus e a medidas de distanciamento social para reduzir o ritmo de contágio.
Fonte: Folha de São Paulo