Assim como ocorre comigo, certamente cada cidadão de bem deste país deve estar surpreso e perplexo com a decisão do STF, de discutir e aprovar a descriminalização do uso da droga! Inacreditável que tal fato possa se tornar Lei no País!
Obviamente que não se pode desconhecer o fato de que em alguns países, principalmente da América Latina – o Uruguai liberou em 2013 -, já houve a liberação para o uso com fins medicinais ou que se trata de saúde pública, mas, cada país dedicou estudos prévios diante da complexidade da decisão.
A Nação se depara com tantos e tão variados problemas que afetam o seu povo, muitos dos quais estão a depender da aprovação de projetos que visem o desenvolvimento nacional, e que são submetidos ao estudo, debate e aprovação do Congresso Nacional. Do outro lado, o Supremo Tribunal Federal assoberbado de processos de toda natureza. Segundo o Presidente do STF, Luiz Roberto Barroso, os números do Tribunal fecharam o ano de 2023 com 101.970 decisões tomadas ao longo do ano, mas, ainda assim, está com um acervo atual de 24.071 processos em tramitação.
Considerando que a missão constitucional de legislar e de aprovar leis tão significativas e que afetam diretamente à Nação, cabe ao Congresso Nacional – e não ao Supremo Tribunal -, impressiona saber que a primeira iniciativa para essa liberação foi assumida pelo Supremo! A Comissão de Constituição e Justiça-CCJ, do Senado, rejeitou a proposta nessa semana e aprovou pela “criminalização”, contrariamente à decisão que está em andamento no STF, de 5 votos a 3, pela “descriminalização”. Como o Ministro Dias Toffoli pediu vistas do Processo, a decisão ficou adiada, talvez para abril ou maio.
Recorro a uma melhor definição dessas atribuições constitucionais do STF, até mesmo para uma melhor compreensão do leitor: “O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, e a ele compete, precipuamente, a guarda da Constituição, conforme definido no art. 102 da Constituição da República”. (Fonte: site do STF).
Ora, está implícito que a atribuição de legislar, criando essa prática do cidadão poder portar legalmente uma certa quantidade de droga para o seu uso, não poderia estar imputada jamais ao Poder Judiciário, a quem, no futuro, poderá ocorrer a responsabilidade do julgamento de um possível recurso judicial sobre o assunto, em eventual processo.
Quando a violência vem se ampliando em todo o Brasil, justamente em decorrência da expansão do comércio de drogas e a ampliação do número de facções em disputa pelos espaços territoriais, é inadmissível que o comando maior do Poder Judiciário, e o próprio Senado Federal estejam aprovando leis que irão beneficiar, não o consumidor, mas, sobretudo, favorecer o mercado do crime organizado.
Em decorrência dessa criminosa liberalidade, imagino o quanto estará afetado o sentimento de preocupação dos pais e familiares de tantos jovens, que se sentirão, doravante, estimulados ao consumo da droga. Onde irão adquirir essa porção oficialmente permitida? Nas farmácias, ou diretamente na mão dos traficantes nas vias públicas? Uma insanidade sem precedentes!
Em outras palavras, o portador ou consumidor de pequeno porte será, de repente, tudo o que querem os comerciantes desse ilícito, que terá um novo cliente no mercado, oficialmente reconhecido. Assim, transportará o produto já embalado na quantidade permitida para o consumo do jovem, sem maiores riscos de sofrer a penalidade como traficante! Ou a matemática não é essa?
Será que com tantas prioridades existentes, a reclamarem ações rápidas e enérgicas, um tema no mínimo tão polêmico, tem que ser pautado, analisado, votado, e implementado com urgência urgentíssima? Ou a discussão deveria ser bem mais ampla junto à sociedade?
Na verdade, quando o cidadão pensa que já viu de tudo nesse País, ele conclui que ainda não viu nada, para a tristeza e infelicidade geral!
Vamos acreditar que o bom senso ainda possa intervir nesse processo estúpido, em defesa da família e da Pátria brasileira.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
10 Comentários
Parabéns! Excelente. (Salvador-BA).
Seria Ilário, se não fosse tão grave! E ainda vamos ter que nos acostumar, com aquele cheirinho desagradável, nos locais públicos. (Rio de Janeiro-RJ).
Meu Ir.’., que o GADU continue lhe proporcionando meios de enfrentar as dificuldades que a vida impõe.
Estou diante de mais uma bem centrada crônica sua. De tanto postar meu entendimento, já me sinto um cronista embrionário… Kkkkkk
Não surpreende, porque ele criou norma para “descondenar” presos por corrupção, apropriação indébita, troca de favores, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público… Onde está a surpresa?! O STF pode tudo!!!
No Brasil não necessita de estudos prévios… Basta o PCC, o CV e outras facções criminosas determinarem e acionando representantes no Governo. Não há dificuldade nem necessidade alguma de estudo prévio.
A justificativa/motivação é única: inação, ou desídia, ou submissão do Congresso perante o despotismos do STF.
Não há surpresa alguma se o STF decidir pela “descriminalização”, e o Senado/Congresso baixar a cabeça e dizer “Sim, Senhor”…”.
Porém, como já visto, um Ministro que se diz vítima, manda apurar as agressões e ele mesmo as julga. Isto é, ele é vítima, autor, investigador do ilícito e julgador… Que mal há nisso?! Considerando que desse mercado emana ganhos para muitos membros dos Poderes Constituídos.
Onde “adquirir essa porção oficialmente permitida? Nas farmácias, ou diretamente na mão dos traficantes nas vias públicas?” Induvidosamente, “diretamente na mão dos traficantes nas vias públicas”, pois estes fecharão toda e qualquer farmácia que, mesmo autorizada, atrever-se a vender/distribuir graciosamente. Eles não aceitam concorrentes…
Quanto à indagação: “Ou a discussão deveria ser bem mais ampla junto à sociedade?”. Tal discussão é inócua!… Pois, mesmo que um plebiscito seja contrário à descriminalização, os Guardiões da Constituição entenderão que o povo não sabe nada, vai impor sua mão de ferro, e o Congresso vai baixar a cabeça e dizer: AMÉM!… Aliás, desde há muito que o povo brasileiro perdeu o direito de expressão!…
Como óbvio, não adianta ter bom senso, mas ser omisso! (Maceió-AL).
Um tema altamente atual e diga-se de passagem da maior complexidade. O futuro dirá melhor sobre essas preocupações do momento e com certeza por tudo que sabemos do assunto é no mínimo preocupante
Boa noite caro Agenor!
Eu poderia enumerar alguns itens elencando os motivos que me levam a ser contra a descrminalizar ou liberar as drogas.
Eu participo de uma campanha criada em São Paulo, a qual encontr-se presente em todas as capitais e principais do país, intitulada “Campanha Droga Mata” – https://drogamata.com.br/campanha/.
Esta campanha tem o objetivo de atuar na preveção do consumo de drogas (licitas e ilicitas) por adolescentes e adultos. Em um momento da campanha, o Edson Arantes do Nascimento – Pelé -, fez um video apoiando a campanha que muito contribuii para objetivo – vejam: https://youtu.be/E2B6Sdx7BPw.
Entre alguns dos argumentos que os defensores alegam para liberação, tem uma que afirma que algo proibido atrai mais a atenção do ser humano, não me convence. Isso nos levaria ao raciocínio trágico de que todas as leis devem ser banidas para que as pessoas se comportem melhor, respeitando umas às outras.
Excelente!!!!
Caro Agenor. Muito bem colocada. Os traficantes passariam a transportar pequenas quantidades, através de inúmeras mulas, isentas de criminalização. Alguns países liberaram pensando em eliminar os traficantes que não teriam mais razão de existir, pois a erva poderia ser adquirida livremente. Deverá haver outra forma de separar traficantes (criminosos) e usuários (pobres irmãos nossos, reféns desse terrível vício). (Brasília-DF).
Sr. Agenor, concordo em gênero, número e grau. Quanta insensatez o nosso STF tem demonstrado. Deus nos socorra.
PARABÉNS PELO LÚCIDO E OPORTUNO ARTIGO DE INTERESSE PÚBLICO!
Parece que estamos vivendo um momento, no Mundo, sob a regência do “satanás”.
DEUS NOS SALVE! (Salvador-BA).
Parabéns, Agenor! Falou tudo que qualquer brasileiro do bem gostaria de falar. (Uauá-BA).