A intubação pediátrico faz parte da rotina do médico anestesista, em situações no qual já foram realizadas três tentativas mal sucedidas de intubação por meio da laringoscopia convencional ou quando em apenas uma tentativa, o profissional demora mais de 10 minutos para concluí-lo, podemos considerar como um procedimento de intubação difícil.
Os médicos que lidam com essas situações devem identificar, em primeiro lugar, um aspecto antes de seguir em frente com o procedimento: o grau de visualização das estruturas da orofaringe pelo Escore de Mallampatti.
Essa escala está dividida em quatro classificações, nas quais na primeira é possível visualizar a glote, enquanto na segunda somente a parte posterior da glote é observada. Já na terceira, apenas a epiglote aparece e, por fim, na quarta o nível de visualização de ambas – glote e epiglote – é zero.
Outras características, como a distância entre os interincisivos maior que três centímetros, intervalo tireo-mentoniana maior que seis e mobilidade cervical (flexão e extensão) também devem ser levadas em consideração para o reconhecimento da via aérea difícil da criança.
Como reconhecer via aérea pediátrico difícil?
Existem três maneiras de se identificar uma via aérea difícil:
- Quando o paciente possui os níveis III ou IV do Escore de Mallampatti somados à distância tireo-mentoniana menor que 6cm;
- Abertura de boca menor que 3cm (isolado);
- Mobilidade cervical prejudicada: flexão menor que 35º e extensão menor que 80º.
Após essa identificação, o médico precisa conhecer a anatomia e fisiologia da área obstruída da criança, bem como saber manipular os instrumentos para manejo das vias aéreas.
Em seguida, é necessário um reconhecimento do cenário e das potenciais dificuldades, para que possíveis problemas com intubações anteriores e traumas, principalmente na cabeça, desclassifiquem o paciente sujeito à intubação.
Materiais da intubação pediátrico
Dentre todos os materiais para intubação infantil disponíveis no segmento de equipamentos hospitalares, os mais adequados são o laringoscópio, bougie e tubo laríngeo.
O laringoscópio de fibra óptica realiza intubações endotraqueais, garantindo que o paciente receba uma respiração mecânica. O ideal é optar por um equipamento com cabo infantil ou Petite e Micro-petite, pois são os mais indicados para uso em crianças e recém-nascidos – devido a precisão no manuseio.
Já os introdutores bougie são os equipamentos “queridinhos” entre os pesquisadores e a primeira escolha dos anestesiologistas, conforme aponta reportagem do Jornal da Associação de Anestesiologia do Reino Unido. Eles são encontrados em diferentes versões, inclusive infantil e neonatal.
Por fim, o tubo laríngeo infantil é indispensável em cenários de urgência e intubação às cegas, pois garante a não obstrução das vias aéreas durante o processo de resgate, podendo permanecer no paciente durante um período de 4 a 6 horas.
Segundo a Celmat, distribuidora de equipamentos hospitalares e referência na área da saúde, os dispositivos supraglóticos devem ser escolhidos de acordo com decisão médica sempre viabilizando complicações mínimas quando aplicados corretamente.