Os 30 venezuelanos que saíram de Roraima para morar na Bahia chegaram em Salvador na tarde desta quinta-feira (25), após mais de cinco horas de viagem. O grupo partiu de Boa Vista às 9h (horário de Brasília) e chegou na capital baiana às 14h30. Os venezuelanos desembarcaram na Base Aérea de Salvador, onde foi servido um almoço para eles. Em seguida, os imigrantes foram levados para as casas onde irão morar. Esta é a 14º etapa do processo de interiorização que ocorre em uma nova modalidade, a qual sinaliza a possibilidade de empregos para os venezuelanos.
Com esta etapa chega a 2.782 o número de imigrantes interiorizados desde o início do processo, em abril. Dos 30 encaminhados para a Bahia, 5 ficarão na capital e 25 foram para a cidade de Alagoinhas, a cerca de 110 km de Salvador. O grupo que não ficou na capital tem emprego garantido em uma cervejaria de Alagoinhas. A notícia da chegada destes refugiados indignou o público baiano nas redes sociais, principalmente aqueles milhares de desempregados que não conseguem se recolocar no mercado de trabalho. Para eles, o governo tem que dar prioridade às famílias baianas em situação de grave dificuldade.
Interiorização
A interiorização, criada para lidar com o intenso fluxo de venezuelanos que cruzam a fronteira de Pacaraima, ao Norte de Roraima, busca ajudar os solicitantes de refúgio e de residência a encontrar melhores condições de vida em outros estados brasileiros. Todos os envolvidos aceitam, voluntariamente, participar do programa e são vacinados, submetidos a exames de saúde e regularizados no Brasil – inclusive com CPF e carteira de trabalho. A iniciativa conta com apoio da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Para aderir à interiorização, o Acnur identifica os venezuelanos interessados em participar e cruza informações com as vagas disponíveis nos destinos. A agência assegura que os indivíduos estejam devidamente documentados e providencia melhorias de infraestrutura nos locais de acolhida. A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte.