As práticas exemplares do projeto Governo do Estado, Pró-Semiárido, estão sendo objeto de visita por um grupo composto por 30 representantes da Jamaica, Granada, Santa Lúcia, Belize, Guiana, Cuba e Chile. A Rota Regional de Aprendizagem, iniciada no último dia 12 no território de identidade Sertão do São Francisco, estende-se até 18 de novembro, culminando na Paraíba, onde o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) será explorado pelo grupo.
Na Bahia, a comitiva explora os municípios de Juazeiro, Sobradinho e Uauá para absorver experiências e tecnologias relacionadas à convivência no Semiárido, à produção e comercialização da agricultura familiar baiana. “O Projeto tem sido alvo de visitas que visam apresentar os resultados das intervenções, compartilhando lições aprendidas na implementação de boas práticas, tecnologias adequadas ao Semiárido e estratégias de combate aos efeitos das mudanças climáticas, como a captação de água de chuva, reuso de águas, Recaatingamento, AgroCaatinga, certificações, produção agroecológica e apoio à comercialização”, esclarece Egnaldo Xavier, técnico em Desenvolvimento Agroindustrial do Pró-Semiárido.
O propósito desse intercâmbio é fortalecer as capacidades de resiliência das organizações de produtores da região do Caribe, América Central e América Latina, buscando soluções para aprimorar sua participação nas cadeias produtivas agrícolas. O evento é realizado pela Organização Global Procasur, com o apoio do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Para Juan Moreno, diretor da Procasur, a escolha do Semiárido Brasileiro se justifica pela vasta experiência na convivência com as condições climáticas locais e pela adoção de técnicas e tecnologias eficientes e de baixo custo, reconhecidas internacionalmente pela sua contribuição à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
“O Brasil possui agricultores incrivelmente talentosos que sabem conviver com as condições climáticas. Eles representam um verdadeiro tesouro de conhecimento prático. Agora, o mundo todo está lidando com as mudanças climáticas, e embora o Caribe tenha uma vegetação e clima distintos, tudo indica que nos próximos anos haverá escassez de água e menos chuvas, com o solo se tornando salinizado. Portanto, a solução está aqui, no Nordeste, no Semiárido do Brasil”, destaca Moreno.
A expectativa é que os visitantes possam absorver as inovações observadas no Brasil para implementá-las em seus respectivos países, contribuindo assim para aprimorar a produção, o armazenamento de água e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.