A cratera gigante que se abriu misteriosamente perto da vila de Matarandiba, na cidade de Vera Cruz, Ilha de Itaparica, aumentou 6,2 metros de comprimento e já chega a 77,9 metros. A informação é da empresa Dow Química, responsável pela área onde a cratera surgiu.
Segundo a multinacional, a cratera também aumentou 3,3 metros de largura, totalizando 33 metros, e reduziu apenas a profundidade, que passou de 45,4 para 44,9. As causas do fenômeno ainda estão sob investigação.
A erosão foi descoberta pela própria empresa no final de junho deste ano, durante um trabalho de rotina, e tinha 69 metros de comprimento.
Conforme informou a Dow, o aumento do comprimento da cratera é esperado, uma vez que, sob o ponto de vista técnico, a tendência é que materiais localizados nas bordas caiam na cratera. Por outro lado, isso faz com que a profundidade diminua.
A cratera fica no meio de uma mata nativa na localidade de Matarandiba e está a cerca de 1 km do local onde vivem os moradores, mas ainda não apresenta risco imediato para eles.
O acesso à area onde o buraco se formou é difícil por conta da mata fechada, mas, ainda assim, toda a área está isolada e passou a ser vigiada para evitar a presença de curiosos.
A Dow utiliza a região para extração de salmora, uma mistura de água e sal usada na fabricação de produtos químicos – a salmora é retirada em seis poços a uma profundidade de 1,2 mil metros.
Investigação
A empresa diz que a erosão trata-se de um fenômeno geológico conhecido como “vazio subterrâneo”. A Dow também informou que não é possível saber as causas do fenômeno, entretanto a empresa segue atuando em três frentes para apurar a causa da erosão e descartar a eventual possibilidade de novas ocorrências.
Uma equipe de especialistas está estudando a cratera, chefiada por um geólogo norte-americano da Dow. A empresa informou que, além de um estudo geomecânico, que analida dados geológicos, está atuando em outras duas frentes para apurar a causa da erosão e avaliar a eventual possibilidade de novas ocorrências.
Dados de satélites de alta resolução: tecnologia que permite monitorar e resgatar o histórico de movimentações do solo de toda a região da ilha com nível de precisão milimétrica, o que permite identificar qualquer variação no solo da região. Isso permitirá determinar a data que a cratera começou a surgir.
Microssísmico: instalação de micro-sensores para monitorar qualquer movimentação horizontal ou vertical e qualquer eventual possibilidade de novas ocorrências.
A empresa disse que as autoridades e órgãos competentes têm sido periodicamente informados sobre a erosão e sobre as providências tomadas pela empresa. Qualquer variação seja identificada, a comunidade será imediatamente comunicada e todas as medidas de segurança para preservar a integridade das pessoas que se encontrarem na ilha serão adotadas, informou a Dow.
Fonte: G1/BA