Morador de uma casa na Zona Sul de Porto Alegre, nas proximidades do Estádio Beira-Rio, Cassio Stein Moura passou por um susto no fim da tarde deste domingo (27). De acordo com ele, a casa onde mora com a mulher e a filha foi depredada, assim como o carro deles, por um grupo de torcedores do Inter.
Depois da ação, ele foi até uma delegacia registrar ocorrência. O caso será investigado.
O Inter jogava no Beira-Rio com o Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro, quando um drone sobrevoou o estádio com uma faixa com a letra “B” estampada.
Assista no vídeo no link: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/11/familia-tem-casa-depredada-apos-drone-sobrevoar-estadio-beira-rio.html
A letra “B” faz referência à segunda divisão. O time colorado está na zona de rebaixamento, e corre risco de sofrer a queda.
Quando foi para a rua ver o que estava acontecendo, Cassio disse que ouviu falarem em um drone, que ele era dono do drone.
“Arrebentaram a grade e ameaçaram, gritando drone. Eu não estava entendendo o que estava acontecendo, um monte de sujeito da torcida do Inter batendo na minha casa. Eles ficaram uns 10, 15 minutos fazendo isso e foram embora”, contou o professor universitário.
“A ocorrência foi registrada. O que aconteceu foi que passou o drone lá [no Estádio Beira-Rio], e as pessoas foram até a casa… erraram a casa… Foram lá tentar invadir, depredaram a cerca, quebraram o carro”, disse ao G1 o delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia, Cesar Carrion.
“E ele falou que até torce para o Internacional”, completou, sobre o morador. Cassio foi até a delegacia com roupa do Inter.
Segundo o delegado, a prática se enquadra em crime de dano e ameaça. “Agora vai ser despachado, vai ser gerado termo circunstanciado. É crime de menor potencial”, destacou.
Se os autores forem identificados, conforme o delegado, eles assinam os termos e devem ficar liberados. Imagens da ação na casa serão analisadas pela polícia nos próximos dias. Ainda não há confirmação sobre quem comandou o drone até o estádio.
Medo de voltar para casa
Depois do que aconteceu, a família está com medo de voltar para casa. Ele sente-se inseguro. O portão foi danificado.
“Eles arrebentaram completamente a minha cerca, entraram no meu portão e começaram a juntar pedras e a jogar no meu carro, quebraram todo o vidro traseiro do meu carro, amassaram a lataria, o espelho retrovisor, jogaram um monte de garrafa pra dentro de casa, tá tudo cheio de caco de vidro”, relatou.
“Minha mulher não quer dormir em casa (…) a gente não dorme em casa. Não sei durante a semana, vai ser difícil”, continuou Cassio.
O professor sugere até que o presidente do Inter pague pelos danos cometidos pelos torcedores. “Sofri mesmo. O Inter vai me deixar sofrer mais ainda com uma coisa dessas, que eu não tenho segurança dentro de casa?”, questionou. “O prejuízo não é só material, afeta um monte de coisa”, completou.
Nenhum dos moradores da casa ficou ferido na ação.
Fonte: http://g1.globo.com
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 28/11/2016