Um tremor de 3,2 graus na escala Richter com epicentro em Belo Vale, Região Central de Minas Gerais, assustou moradores de Congonhas, na mesma região, na noite desta segunda-feira. A população já vive apreensiva na cidade por conta da Barragem Casa de Pedra, da mineradora CSN, considerada uma das maiores de mineração localizada em área urbana, e saiu de suas casas às pressas. Entretanto, a CSN disse que o abalo sísmico “não causou nenhuma anomalia na estrutura da barragem.”
A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) se deslocou para o local. O chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Unb), Marcelo Rocha, confirmou o tremor ao Estado de Minas. Ele informou que o abalo foi de 3,2 graus – considerado “moderado” pelo padrão mundial.
Marcelo disse que, do ponto de vista da sismologia, não há motivo de pânico. “Um tremor dessa magnitude (3,2 graus) causa mais susto mesmo. As consequências em determinado ponto dependem muito da distância entre o epicentro do tremor e o lugar observado. Não há motivo de pânico. A Defesa Civil que orienta os moradores de maneira mais precisa sobre o que deve ser feito”, declarou.
O especialista salientou que o fenômeno registrado em Minas deve ser sucedido por outros, as chamadas “réplicas”, mas com grau de intensidade inferior ao primeiro abalo. “A recomendação é que os moradores fiquem tranquilos e não tenham nenhuma atitude de pânico. A liberação de maior energia já aconteceu no primeiro tremor. Pode ser que venha ocorrer alguma réplica, mas, em geral, tem uma menor liberação de energia”, disse o chefe do Observatório Sismológico da UnB.
O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) se deslocou nesta noite. “Nós fizemos contato com vários centros sismógrafo apontando que a causa do tremor foi um abalo em Ouro Preto na magnitude de 3,2. A passagem dessa onda ocasionou o tremor em Congonhas”, informou. Mais tarde, ele informou que o tremor poderia ter ocorrido em Belo Vale.
A Barragem Casa de Pedra deixa os moradores da cidade em alerta. A barragem tem um maciço com aproximadamente 76 metros de altura, com capacidade de acumular cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), sendo classificada como classe 6 – a mais alta em categoria de risco e de dano potencial associado.
A CSN Mineração confirmou o tremor e disse que “não causou nenhuma anomalia na estrutura da barragem Casa de Pedra. Também não houve nenhum dano nas demais estruturas da unidade CSN Mineração.” A mineradora ainda informou que equipes seguem monitorando a situação, além de estar em contato com as autoridades competentes para saber o que ocasionou o tremor.
Em nota, a prefeitura de Congonhas informou que fez contatos com diversas pessoas para verificar a origem do fenômeno, se de ordem natural ou provocada por algum acidente. Uma equipe da Prefeitura segue monitorando informações sobre a seguranças das estruturas de barragens. A primeira preocupação foi com a condição de estabilidade da estrutura da Barragem Casa de Pedra, que é a mais próxima da área urbana.
Fonte: https://www.em.com.br
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 25/11/2019