Tanto empresas de tecnologia como Google, Tesla, Uber, Apple e Baidu, como tradicionais fabricantes de veículos como Audi, Mercedes, GM, Ford e Rolls-Royce, já investem maciçamente no desenvolvimento de carros autômatos, aqueles que se locomovem sem a ajuda humana.
Mas a atenção a esses veículos não se dá apenas por parte das empresas desses dois segmentos de negócio. Recentemente, em conversa com usuários do site Reddit, o secretário de transportes dos Estados Unidos Anthony Foxx, afirmou que montou um comitê consultivo sobre carros autômatos para debater os possíveis impactos nas legislações civil e criminal que a tecnologia pode suscitar. Entre elas, o problema da ética dos carros, que envolve questões como a seguinte: se um carro autônomo segue por uma estrada e, de repente, duas pessoas se jogam na frente do veículo, sem que haja tempo dele frear, e a única maneira de salvar a vida das duas pessoas é jogando o carro contra o muro e matando o único ocupante. Ele deve ser programado para fazer isso? A Mercedes, por exemplo, já havia anunciado que a prioridade seria sempre salvar a vida dos ocupantes de seus veículos, mas depois voltou atrás, afirmando que “nem os programadores e muito menos sistemas autônomos podem pesar o valor da vida humana”.
Quem também está atento ao desenvolvimento desses veículos é o FBI, que em 2014, de acordo com reportagem do Jornal The Guardiam, já havia produzido um relatório sobre o possível uso, por parte de terroristas e criminosos, desses carros. Entre os temores, o de que seja utilizado para ataques a bomba.
Recentemente, novo relatório do FBI alertou para outro risco: de esses veículos serem hackeados, fazendo um criminoso assumir totalmente o controle da direção. Caso semelhante, inclusive, já ocorreu em 2015, como noticiado no Portal da CNseg.
E se não bastasse, pouco depois, dois pesquisadores de segurança de TI informaram que conseguiram cortar os freios de um Corvette utilizando um insuspeito gadget instalado no veículo: o rastreador utilizado por seguradoras para a localização dos veículos em caso de roubo e de monitoramento do modo de direção, para oferta de descontos no seguro para os bons motoristas.
E essa não é a única questão a preocupar as seguradoras. Se os carros autônomos predominarem e tornarem o trânsito mais seguro, como prometem, as pessoas ainda contratarão seguro para seus automóveis? As pessoas ainda terão automóveis próprios? E no caso de um acidente, quem será responsabilizado, o proprietário ou a fabricante? E ainda que não seja constatada nenhuma falha técnica, no caso do exemplo dos dois pedestres atropelados, os parentes das vítimas não poderiam questionar judicialmente os critérios utilizados pelos programadores para escolher quem vive e quem morre em um acidente?
E você, o que pensa sobre o assunto?
Fonte: http://www.segs.com.br
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 16/01/2017