A estiagem longa que tem imposto sofrimento a milhões de brasileiros da região Nordeste diminuiu perigosamente o volume de água nos reservatórios.
No agreste de Pernambuco, a barragem de Jucazinho, terceira maior do estado, secou a um ano atrás, prejudicando o abastecimento de mais de um milhão de pessoas na região de Caruaru.
Em Riacho das Almas, a maioria dos moradores depende de caixas d’água comunitárias instaladas pela companhia de saneamento do estado.
Veja o relato de quem mora e trabalha na região:
“A gente precisa, então tem que enfrentar. Eu não, todos nós quem ‘moram’ aqui em Riacho”, diz o agricultor Heleno Dias.
No Rio Grande do Norte, 90% dos 167 municípios estão em situação de emergência. Na Bahia, a seca é a pior dos últimos cem anos: 227 municípios também estão em situação de emergência, mais da metade do estado. A seca castiga cinco milhões de baianos, segundo a Defesa Civil.
O lago de Sobradinho, maior reservatório do Nordeste, está com apenas 5% do volume útil. A Chesf, companhia que administra as hidrelétricas do Velho Chico, vem operando Sobradinho com apenas duas das seis turbinas.
Como não está chovendo na cabeceira do Rio São Francisco e nem nos afluentes, os técnicos da Chesf já trabalham com a possibilidade de que o lago chegue ao volume morto no fim de outubro. Nesse nível, o lago não consegue mais gerar energia. Para tentar, pelo menos, retardar essa situação, a Agência Nacional de Águas, autorizou uma nova diminuição da vazão da barragem.
A vazão agora é a menor em toda a história da barragem e a Chesf diz que, mesmo com o volume morto, a população não será prejudicada.
“Chegando a esse nível mínimo, nós vamos parar a geração de Sobradinho, mas vamos abrir comportas, mantendo a vazão para que todos os usuários permaneçam sendo atendidos. O que nós esperamos é que as chuvas não retardem, que as chuvas aconteçam a partir de novembro para minimizar o impacto dessa redução de vazão a partir de Sobradinho e todos os usuários, abastecimento humano, projetos de irrigação, navegação”, disse o diretor de operações da Chesf, João Franklin.
É o que moradores como o Seu Martinho mais esperam. Ele vive abaixo da barragem num trecho onde o Velho Chico só podia ser atravessado de barco. Bem diferente de hoje.
Fonte: http://g1.globo.com
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 30/09/2017