O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) reuniu novamente as lideranças do mercado de seguros paulista, em almoço no dia 12 de julho, no Circolo Italiano, mas, desta feita, para ouvir e discutir com Floriano Pesaro, secretário de Estado de Desenvolvimento Social, o cenário político atual. “O momento é oportuno para tratar desse assunto com os corretores de seguros, que, além de agentes do bem estar social, atuam em todos os setores e, sobretudo, para prevenir problemas”, disse o mentor do CCS-SP, Adevaldo Calegari.
Pesaro, que cumpriu dois mandatos como vereador e atuou como deputado federal até assumir a secretaria, em 2015, disse que sua experiência como parlamentar o ensinou a ser otimista em relação à política. Em sua opinião, o atual momento de transição política marca o fim de um modelo ideológico que se exauriu. “Um modelo que entregou o que há de pior na política, que é a corrupção desenfreada e endêmica, que contaminou todos os sistemas e também a classe empresarial. Um modelo que podemos associar à cleptocracia”, disse.
Para o secretário, o atual momento também marca o fim de uma era, a era Lulopetista. Além da certeza da confirmação do impeachment, ele acredita que a política brasileira está avançando e que, dificilmente, haverá uma volta ao passado. O “jogo estará zerado”, a seu ver, apenas em 2018, quando nova eleição definirá o caminho que querem os brasileiros. Mas, enquanto isso, a transição comandada pelo governo Temer tem produzido acertos, em sua opinião, como a indicação de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda. “Um sinal do acerto é o crescimento dos ativos e a alta da Bolsa de Valores”, disse.
Medidas duras virão, segundo Pesaro, além da volta da CPMF. Para ele, o pior dos impostos é a inflação. “O governo precisa de um financiamento para reduzir o déficit e a taxa de juros e fazer o país voltar a crescer. Uma coisa compensa a outra”, argumentou. No campo externo, o secretario elogiou a atuação do ministro das Relações Exteriores José Serra. “Em, pouco tempo, ele conseguiu restabelecer as pontes destruídas pelos governos anteriores”, disse. Na visão do secretário, o Brasil está recuperando a credibilidade no cenário internacional. “Precisamos dos investidores externos para reconstruir o país”, disse.
Engajamento do setor
O presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, que compôs a mesa de lideranças, lembrou que a Salva de Prata concedida pela Câmara Municipal ao CCS-SP, durante sua gestão como mentor, foi uma iniciativa do então vereador Pesaro. “Uma homenagem aos 40 anos do Clube e também a todos os corretores, que é bela não apenas pela grandeza, como por seu simbolismo”, disse. Em seguida, ele elogiou o mentor Calegari pela escolha do tema do encontro que, a seu ver, foi bastante apropriado. “Neste momento, temos de ter engajamento político”, disse.
Camillo frisou que o Conec também dedicará espaço ao debate do cenário político, logo na abertura, com a participação de jornalistas renomados. Ele confirmou, ainda, a presença do governador Geraldo Alckmin no evento. “Gostemos ou não, tudo passa pela política. Mas isso não é ruim, porque a política no exercício pleno da democracia é uma conquista legitima”, disse. Em relação à crise econômica e politica, observou que o Brasil não é o único a enfrentar turbulências, lembrando a saída do Reino Unido da Comunidade Europeia. Por outro lado, o setor de seguros continua atrativo, a seu ver. “Será um dos setores que responderá mais rapidamente à retomada do crescimento”, disse.
Exercício de cidadania
Também compondo a mesa, o presidente do Sindseg-SP, Mauro Batista, destacou a presença de Daniel Annenberg, que foi citado por Pesaro como o criador do Poupatempo, responsável pela modernização do Detran e um dos idealizadores da Lei do Desmonte. Em sua avaliação, a Lei do Desmonte, que já produz resultados com a redução de roubo e furto de veículos e o fechamento de desmanches irregulares, também é um exercício de cidadania. “Para alguns, parece que os seguradores estão puxando a sardinha para a sua brasa. Mas, com a redução de crimes, acidentes e prejuízos, estamos também exercendo a cidadania”, disse, comentando, em seguida, que a Lei do Desmonte em São Paulo foi elaborada a partir de uma parceria entre a Secretaria de Segurança Pública do estado e o Sindseg-SP.
Mauro Batista comentou, ainda, sobre o seguro auto popular, que, em sua opinião, contribuirá para o objetivo de democratizar o seguro. “Hoje, grande parte da nossa frota não é segurada, porque o seguro é caro. Mas, para implementar o seguro popular precisamos de uma regulação mais precisa em relação às demandas de precificação, porque não adianta criar o seguro e não ter aceitação”, disse. Em relação ao momento político, lembrou que o Brasil é um país de oportunidades. “Mas, precisamos que os governantes façam a sua parte, porque nós estamos fazendo a nossa”, disse.
Com a missão de comandar o debate entre a plateia e as lideranças reunidas no evento, o 1º vice-presidente do Sincor-SP, Boris Ber, questionou Pesaro sobre como explicar aos jovens que criminosos são presos e soltos no mesmo dia por falta de tornozeleira. Pesaro lembrou que até poucos anos atrás ninguém seria preso e que os acontecimentos dos últimos anos foram avanços da legislação e do governo no sentido da punição flagrante. “É isso que fará os nossos jovens confiarem mais nos políticos e nas instituições brasileiras”, disse. Depois de responder outras perguntas, o secretário encerrou sua participação reafirmando sua confiança no futuro. “Estamos na direção correta”, disse.
Homenagem
O encontro do CCS-SP também foi marcado por uma homenagem ao advogado Plinio Rizzi, falecido no dia 30 de junho. Na presença da esposa de Plinio, Silvia Helena Damatti, e do irmão, Milton Machado Rizzi, o mentor Calegari recorreu a pensadores diversos para expressar seu sentimento. “Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós”, disse. Silvia Helena entregou uma gravata borboleta, marca registrada de Plinio, como lembrança ao presidente do Sincor-SP.
Calegari finalizou o encontro, destacando que em agosto haverá a entrega de 12 cadeiras de rodas adaptadas para crianças com necessidades especiais, por meio da campanha Fazer o bem… TRANSFORMA, idealizada por Cristina Faviere e apoiada pelo CCS-SP. Informou, ainda, que o associado Richard Furck promoverá um curso sobre gestão para os corretores de seguros, com parte da renda destinada à campanha.
Fonte: Márcia Alves – Assessoria de Imprensa – Fotos: Antranik Photos
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 18/07/2016