Em almoço do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), presidente da Bradesco Seguros manifestou a crença de que o mercado de seguros avançará bastante nos próximos anos, principalmente, se souber aproveitar as transformações da sociedade para gerar novos negócios.
O último almoço do ano do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) foi realizado no dia 2 de dezembro, no Circolo Italiano, com a participação especial do presidente da Bradesco Seguros e da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), Marco Antonio Rossi, que veio acompanhado do diretor Marco Antonio Gonçalves e de outros executivos da seguradora. Rossi trouxe uma mensagem otimista aos corretores de seguros em relação às oportunidades de negócios para os próximos anos, mas alertou sobre alguns desafios que precisam ser discutidos no presente, como a venda de seguros por meios remotos.
O bom desempenho do mercado de seguros nas últimas duas décadas, período em que saltou de 1% de participação no PIB para aproximadamente 6%, mais recentemente, traz ao presidente da Bradesco a certeza de que a atividade continuará em expansão. “No futuro, nenhum outro setor tem condições de ser melhor que o de seguros”, afirmou. Rossi citou o bom posicionamento do seguro na economia, que já ocupa a 12ª colocação no ranking global de participação no PIB, reconhecendo que ainda é preciso avançar no ranking mundial de consumo de seguros per capita, em que o país figura no 43º lugar.
“O brasileiro ainda compra pouco seguro. Mas, olhando para o futuro, não tenho dúvida de que as oportunidades para avançarmos são excepcionais e o cenário é espetacular”, disse. Até porque, segundo ele, existem muitas oportunidades de novos negócios em ramos que ainda não atingiram todo o seu potencial. “Existem 3 milhões de pequenas empresas que não possuem nenhum seguro; 152 milhões de brasileiros que não têm plano de saúde; 38 milhões de veículos que não estão segurados; 125 milhões de pessoas sem seguro de vida; 182 milhões que não têm plano odontológico; e, ainda, 58 milhões de residências que precisam de seguro. Há um mundo de oportunidades a serem aproveitadas”, disse.
Embora o segmento de corretagem tenha expandido sua atuação para além do seguro automóvel, Rossi considera que é possível conquistar novos negócios em diversos outros ramos, partindo, inclusive, da própria base de clientes. “Existem oportunidades de expansão, mas ainda temos uma força de venda pequena em relação a determinados produtos. Não apenas os corretores, mas também as seguradoras poderiam investir no cross-sell”, disse. Neste ponto, o mentor do CCS-SP, Adevaldo Calegari, reforçou: “Nós, corretores, às vezes temos clientes com um único risco, mas que poderiam ter muito mais. Vale à pena repensar isso”, disse.
Seguro e governo
Na visão de Rossi, o setor de seguros conquistou mais prestígio junto ao governo, ampliando seu espaço para interlocução, além de assumir sua condição de parceiro. “O setor é por natureza a primeira PPP, porque atua em áreas que o Estado não consegue alcançar a todos, como saúde e previdência”, disse. O aumento da expectativa de vida da população e o envelhecimento acelerado são transformações da sociedade brasileira que, em sua opinião, criam oportunidades de atuação do setor de seguros.
Nesse contexto de mudanças, Rossi citou o exemplo da Bradesco Seguros, que além de realizar aquisições e fusões com empresas de diversas áreas (odontologia, tecnologia, serviços etc.), também adotou novo modelo de atuação. Concebido em 2013 e efetivado neste ano, o modelo promove a integração comercial de todas as dependências e operações da seguradora no país, com base na visão única do cliente. “Hoje, temos uma equipe especializada que só atende corretores e as sucursais, antes divididas por áreas, agora oferecem atendimento para todos os produtos”, disse.
Desafios
Rossi não duvida que o mercado de seguros avance muito nos próximos anos, mas reconhece que existem desafios. “Precisamos discutir sobre como nos adaptar às transformações da sociedade, principalmente, em relação ao uso de tecnologias”, disse. Em sua opinião, a compra de seguros nos próximos anos, principalmente de produtos massificados e mais simples, será predominantemente por meios remotos, sobretudo por celular. “Sempre digo que o celular mudou a vida das pessoas e mudará também a do mercado de seguros”, disse.
Ele citou o exemplo do banco Bradesco, que no final de novembro havia atingido a marca recorde de 12 milhões de transações por meio de celular, superando o patamar do mês anterior, de 9 milhões. “Talvez, em 15 dias já tenhamos atingido 15 milhões de transações. Então, como vamos nos adaptar a essa transformação da sociedade? Temos de transformar esse desafio em oportunidades de negócio”, observou.
Homenagem
O mentor Calegari reservou uma parte do evento à homenagem especial que o CCS-SP dedicou ao seu ex-mentor Luis López Vázquez, atual presidente da APTS. Rossi fez a leitura dos dizeres da placa que foi entregue por Calegari. “Um dos sentimentos mais bonitos é o da gratidão. A nossa gratidão a este nosso amigo que tanto fez pelo mercado”, disse Calegari. Em breve discurso, Vázquez, agradeceu à entidade a honraria recebida.
Fonte: Marcia Alves – Assessoria de imprensa do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo – Foto Fabio Salles – Casa da Photo
Blog do Florisvaldo – Informação com imparcialidade – 09/12/2014
Florisvaldo Ferreira dos Santos
Consultor de Seguros e Benefícios