Na bela paisagem da Serra Japi, em Jundiaí (SP), na Chácara Monte Castelo, aconteceu sexto encontro de ex-funcionários e amigos da tradicional Companhia Internacional de Seguros, os Amigos da CIS, no dia 2 abril. Coordenado por Adevaldo Calegari, mentor do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), o evento reuniu cerca de 80 pessoas para celebrar a amizade e cultuar a memória da seguradora.
Muitos dos que participaram do encontro já conheciam a bela chácara de propriedade de Silvio Gebram, corretor de seguros que trabalhou longo período com a Internacional de Seguros. Nas décadas de 70 a 90, Silvio, que prefere ser chamado de Chico, costumava reunir os funcionários da CIS no local, no mínimo, três vezes por ano. “Foi assim que ele conheceu o pessoal de todos os departamentos, que atendiam a corretora, criando um vínculo de amizade que dura até hoje”, conta Calegari.
Durante o encontro, o saudosismo tomou conta do pessoal ao rever fotos antigas. Osmar Bertacini trouxe muitas de vários períodos, todas cuidadosamente coladas em papel, datadas e legendadas. José Carlos Siqueira, que veio ao encontro ostentando os três crachás funcionais que usou entre 1976 e 1984 no departamento de transportes da Internacional, também trouxe fotos da época.
Em algumas, da década de 80, é possível ver o time de futebol da CIS no campo da chácara, que ainda era de terra batida. Outra foto registra o grupo de torcedores do time da CIS, segurando uma faixa com a inscrição “Torpone”. Segundo ele, era uma brincadeira, pois, a sigla significa “Torcida de P…. Nenhuma”.
Eliane Ferreira, esposa de Ronaldo Megda, ex-funcionário da Internacional, era uma das torcedoras do time. “Os jogos de futebol são a lembrança mais forte que tenho daquela época”, disse. Outra curiosidade era o uniforme do time, com o logo do Comind, banco que encerrou atividade em 1985. “Sem dinheiro para comprar uniforme, usamos por um período o emprestado do banco”, justifica Siqueira.
Culto à CIS
Os que visitaram a Chácara Monte Castelo pela primeira vez, se encantaram com os jardins bem cuidados, repletos de canteiros de antúrios e lírios da paz floridos e decorados por esculturas e estátuas anjos. O mais surpreendente é que tanto o jardim como toda a diversidade de plantas e árvores que enfeitam o local não foram planejados por um paisagista, mas pela mãe irmãos Gebram, dona Sebastiana. Até hoje, aos 96 anos, ela ainda cuida do jardim.
Além das trilhas e cascatas, a chácara também dispõe de completa infraestrutura, com piscina, quadra de futebol, salão de festas e até uma capela. Como bom anfitrião, Chico patrocinou uma feijoada completa para o pessoal, com direito a música ao vivo. Ele ainda guiou o grupo em um tour pelo local, o chamado “Chico tour”, que terminou com uma parada na capela.
Na pequena igreja, Calegari celebrou um culto em memória da seguradora. “Tive o privilégio de conhecer cada escritório e sei do profissionalismo que, durante quatro décadas, levou a Internacional à condição de maior seguradora da América do Sul. A única autorizada pelo Ministério da Fazenda a usar o selo de qualidade”, disse.
Ele também ressaltou a trajetória de sucesso de todos os ex-funcionários ao longo de 26 anos, desde que a seguradora encerrou as atividades. “É uma história de sucesso. Todos os colegas estão bem e trabalhando até hoje. Significa que aquela casa era abençoada”, disse. Em seguida, Antonio Freiria leu o Salmo 133, que trata da excelência da união fraternal, e encerrou o culto com um Pai Nosso.
De volta ao salão principal, o grupo saboreou uma sobremesa e dançou ao som de sambas executados pelo grupo musical, convidado para animar o evento. Em dado momento, Chico Gebram resolveu mostrar seus dons artístico e de posse de um violão tocou e interpretou algumas canções de Wando e outros cantores populares. Bastante aplaudido pela boa performance, ele confessou que Wando era um dos seus ídolos.
Recordando os bons tempos
Em clima descontraído e animado, Calegari tomou a palavra e passou a narrar fatos pitorescos do seu tempo de Internacional de Seguros. Ele contou que Salim Gebram, irmão de Chico, que atuou como inspetor na Internacional, ficou muito feliz quando foi presenteado com uma gravata italiana e um sapato espanhol.
Salim, por sua vez, relatou que Calegari era muito elegante, tanto que era conhecido como “homem etiqueta”, porque usava apenas roupas de grife. “Em uma tarde, cheguei a ver o Calegari com um fio de cabelo fora do lugar. Essa foi uma intimidade que pouca gente viu”, disse, arrancando muitos risos da plateia. “Esta a primeira vez que venho a esse encontro e se soubesse que era tão agradável teria participado de todos”, disse Salim.
Em seguida, Calegari convidou alguns amigos da CIS para darem seus depoimentos. Ao chamar Maria José, ele lembrou que ela trabalhava no 5º andar da Rua Líbero Badaró e que era muito bem informada. “Ela sabia mais que o presidente da companhia”, disse, brincando.
Maria José também se lembrou de fatos da época, sobretudo dos irmãos Gebram. “O Chico chegava tímido, mas sempre com pressa, queria ser atendido na hora. Já irmão Salim era mais diplomático, chegava calmo e dizia que tinha pressa. E eu pensava: são tão diferentes como água e vinho”, disse.
Vanisse Luchesi Pinto, que trabalhou por 17 anos na seguradora, contou que, além de experiência, ganhou muitos amigos. “Até hoje, troco mensagens com alguns colegas”, disse. Mas, uma das amizades mais duradouras que fez entre os antigos colegas de trabalho foi com Cida Prata. “Eu já havia saído da Internacional, quando a Cida me deu seu filho para batizar. Hoje, ele tem 29 anos. Tem maior prova de amizade que esta?”, disse.
Cida Prata, que estava com os cabelos curtos porque havia doado mechas para a confecção de perucas para mulheres em tratamento de câncer, em uma iniciativa social da empresa em que trabalha, também deu seu depoimento no encontro. “Iniciei aos 18 anos na Internacional e meu maior presente foi amizade que fiz com a Vanisse”, disse.
As irmãs Sonia e Fátima Sueli Aureliano subiram juntas ao palco. Ao contrário de Sonia, que já participou de outros encontros, Sueli fez sua estreia nesta sexta edição. Na Internacional, ela trabalhou entre 1973 e 1984, primeiramente, no departamento de emissão e, depois, no setor comandado por Osmar Bertacini.
Nesse ponto, Calegari lembrou que a emissão era repleta de mulheres, todas sob o comando de Benê. “Aquele 2º andar deu o que falar…, no bom sentido”, disse. Edna que o diga. Ela trabalhou na seguradora entre 1978 e 1991 e saiu de lá casada. “A melhor coisa que me aconteceu foi conhecer meu marido. Mas, muitos outros casamentos também aconteceram na Internacional”, disse.
Três anos depois de Sonia Aureliano ingressar na Internacional, a seguradora fechou as portas. Mas, esse tempo foi suficiente selar grandes amizades. “Éramos uma família”, disse. Tanto que, segundo ela, no período final, quando as demissões eram constantes, havia uma movimentação na própria seguradora para encaixar o pessoal em outras empresas.
Daquele tempo, Sonia se recorda da grande integração entre os funcionários. “Hoje, tudo o que as empresas querem é se integrar, mas já éramos assim naquela época”, disse. Sonia também ressalta o nível técnico da equipe. “Tínhamos uma boa base técnica; todos precisavam saber cálculo, liquidar sinistro e ter uma boa letra, porque era tudo manual, não havia computador”, recorda-se.
Mario Marques também concorda que a Internacional era uma grande família. Dos seus 46 anos na área de seguros, 19 anos ele trabalhou na seguradora, na qual conquistou muitos amigos. “Pessoas especiais”, disse. Ele reconhece que foi importante a formação que teve na empresa. “Tinha 19 anos quando iniciei na seguradora, passei por todas as áreas e sai de lá como superintendente comercial. Foi uma escola e uma grande experiência profissional e de vida”, disse.
Hoje advogado, Antonio Freiria iniciou sua carreira na área jurídica ainda na Internacional. Ele entrou na empresa em 1982 e em 1985 teve a oportunidade de ingressar no jurídico. Em 1990, quando a seguradora entrou em direção fiscal e no ano seguinte em liquidação extrajudicial, ele foi nomeado, na época, advogado da massa liquidanda, permanecendo até 1994, quando ocorreu a desapropriação do imóvel em que trabalhava.
Freiria se tornou advogado especializado em seguros a partir do aprendizado que obteve na Internacional. “Hoje, vejo que muitas reclamações de sinistros ocorrem por deficiência técnica na aceitação. Mas, na Internacional isso não acontecia, porque era uma empresa muito técnica, cujo lema era a técnica em primeiro lugar”, disse.
Para ele, a seriedade nos propósitos da Internacional foi responsável por aglutinar profissionais de alto nível, a maioria, hoje, bem-sucedida. “Estes encontros são maravilhosos. É sempre uma alegria participar e rever os amigos”, acrescentou.
Antes da foto oficial e do encerramento do encontro, Florisvaldo Ferreira dos Santos subiu ao palco para agradecer aos amigos. “Aos que vieram meu agradecimento e também um agradecimento especial ao Chico e ao Salim por esta tarde maravilhosa. Espero que esse grupo continue e que nossos filhos deem continuidade a esse trabalho maravilhoso”, disse.
No link a seguir, você vai encontrar todas as fotos do evento:
https://www.facebook.com/clubedoscorretoresdesegurosdesaopaulo/photos/ms.c.eJw9lteVxTAIRDvaI6Kg~;8ZWj~;HweU0OktxVR6~_0aJWb~;DW4PFVuBrnB~;rH6cPTy7YjT~_rFB7pTbHfklu4Dp~;0X~_xT~_XDHtb~;YKc~;uOADxn~_Nt8Yf9b0FwFe~_R3~;mh~;nARtZR7~_KbOM~;Vh6jLytHfVtvNpjxL~;rjzP8lMMx~_X~;T3sL~_F~_En~;NfGylwty~_usDZj9aoU~;~;nSMP~_m~;kJ19~_dWT0S8nT~;~_S86iT0D7kh~;~;yVwP7SXhDPKFcZVvrTX~;3ezK8U~;phfmYy8goz6vcgJZv6O~_jc~;9~_GTZPjffAL5GvMNn3i5nGD6Sx3e~;GYfHht56n1xyLNfKYz~;DsTwWR57p~;1FfYf13Rq5kWv2WZP1VoDZn5p40YzXB0z~;LWDW1~;AX9NcN~;ubRB~_zLs09Ry~_iXfP5aJ~;~_IL9~_2kRf3qQ39EScXeOUzn3DKffrz2kSG~;Vl5j5z96Jj9km6ygVce0Gf~_UZAzPs5~;8Py~;RQBTPw38za~;vnE~_5rBfzi7OMeXD~;us7Et~_XRd57nLtSjzBfn13k~_uuc8erE~_nGfhPjbmJ9~;87JzZ1~;r6~;RjxvnwfJ~_TnY0E9RrlAP5d~;99ubaX~_s0FfKdd4Lj~;jYJv4txsc~_3G8fHk9~;XlEfO~_Z36B~;vgXzvwWPM69Ae879JeSBeMh7uZxfml3OerpMv9J36mJ~_flU~_8cxmvoG~;Ux~;17knKcpxPMpx3M~_jrA7E8jn82vZ~;~_N~;RLcx8Z~_CeZnnJ~;IARsZ~_R3ay~_yLZZOnX~;mdh5cs8vvev8cz3yzqY57GfAX3cdbyzM84P~;GJz~;fgsUF~_yAG5kKf~_5H5JHDD9xW~_~;3rqtHPZJ~_0B~_ynwS~_kX9nPfBhPUm9IX6F~;0T9u8qmP5xP6evPMb~;XfuEnPXdhpz2Bf~_H9gX~;Z~_U~_~_lsv7gPdeutCvvbwv~;XjftemvDGf7UfDP~;dPevrxPpEL8m~_~;9KD~;33v1GPWzP3pQvwcZ9r722C~_eV8U~_Jvfxd~;UMU3~;~_D27bymc~_fM9MFfWxflUbfaX~;~_d90vmePUV~_sfPIJ1vvMIae~_GeT0b~_j31ov3SHk~;qCMf7oNiv5XzV0d~;DvP32Y~_4K4e~;rTdnXsHzpYH58z7VmHnXd~;8~;~;QOmP~;xf6M7rwt~;O56I~;Ox~;sa2y~_2Nfivr4ftpEb7Wv6yffz~;bchftK~_0T9lP3r6V9~;~;kL0HZuxree4j~_f4nH19wkhv89cfEwIeMerg~;78BNPKN~;nfz9~_7~_3X0N~_cl05~;Af9433yWjYw9S3BjO9zPnzzxfzFVz7zL87~;PXejz~;vXHP3m~_beY~_0BsGf1R6secj3fAyLPPzv1~_P~;pg5oP~;E1Hmk8g~;llE~;~;wfeuo~;~;nQfuO~_d~_28X8eZ7toh6jPv5n3Bi~;ke~;2t6Evqw~;e~_uaykveM~;gO5c~;jL.bps.a.988027144621769.1073741919.353811694709987/988027191288431/?type=3&theater
Texto: Márcia Alves – Fotos: Carlos Candido
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 13/04/2016