Você sabe por que o zika vírus causa microcefalia, e a dengue e o chikungunya não? As mulheres em fase final de gestação correm riscos? Médico esclarece essas e outras questões.
A epidemia de zika, vírus “parente” do da dengue e que assola partes do País, está deixando as grávidas de cabelo em pé; afinal, são as que mais correm risco pelo fato do vírus causar microcefalia no bebê, uma má-formação que acontece quando o cérebro do recém-nascido não atinge o tamanho normal e o perímetro cefálico apresenta uma circunferência de 32 centímetros ou menor.
Em vídeo ilustrativo, o neurocirurgião Paulo Porto de Melo tira as principais dúvidas sobre o assunto. Assista: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2015-12-16/tire-duvidas-sobre-a-epidemia-do-zika-virus.html
O médico esclarece que houve um aumento da Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que causa uma espécie de fraqueza nos músculos, podendo afetar até mesmo os músculos vegetativos, que são aqueles que controlam a respiração e deglutição. Esse aumento pode estar ligado ao zika vírus, já que qualquer vírus pode atacar o sistema imunológico e fazer com que a defesa do corpo passe a atacar o sistema nervoso.
“Quando aumentam os casos de doenças causadas por vírus, proporcionalmente os casos de Guillain-Barré aumentam também. Se a proporção é de 1% quando há 500 casos, quando tiver 5 mil casos, esse 1% serão mais casos”.
O médico explica que até o momento não é possível estabelecer se o zika vírus causa mais casos de Síndrome de Guillain-Barré do que outros vírus, mas que essa relação está sendo estudada.
“Com a microcefalia, conseguimos ver um aumento explosivo no Brasil. Já na Polinésia Francesa, a maior incidência foi de Guillain-Barré, e não a microcefalia. A principal hipótese é que a população da Polinésia tem um fundo genético diferente da população brasileira.”
A mulher que foi infectada antes da gravidez fica imune ao zika?
Paulo explica que a mulher que contraiu o zika vírus antes da gravidez, vai desenvolver imunidade contra ele.
“Pode ser que ela não apresente uma segunda infecção com sintomas clínicos, mas não conseguimos ainda ter uma resposta definitiva se essa imunidade é transmitida através da placenta”, alerta o médico, ressaltando sobre a importância de se prevenir das picadas do aedes aegypti.
“Se ela teve zika antes de estar grávida e for picada durante a gravidez, pode ser que essa nova infecção ativa promova, sim, danos ao feto. Não temos segurança para afirmar nem que sim, nem que não”, diz ele.
Uma vacina contra o zika írus pode demorar anos para vir. “O processo de desenvolvimento das vacinas é longo, porque ele envolve várias fases de segurança”, explica o neurocirurgião.
“Em primeiro lugar, é necessário desenvolver um antígeno que será injetado no organismo ou fornecido via oral, que vai desenvolver a imunidade na pessoa, sem desenvolver a doença. Depois, testa-se em uma série de animais de experimentação, até ter segurança de que a vacina não vai provocar mais danos do que benefícios”, conta.
Essas fases, segundo ele , costumam ser longas. “É só pensarmos no tempo em que convivemos com o vírus da dengue e vermos que a vacina ainda está na fase final de liberação agora. É um processo realmente longo”, completa.
Fonte: http://saude.ig.com.br
Blog do Florisvaldo – Informação com Imparcialidade – 16/12/2015