O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB – RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB – AL), sugeriram estar sofrendo perseguição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os dois políticos tiveram inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
No fundo, Eduardo Cunha e Renan Calheiros gostariam que tivesse havido uma intervenção política do Palácio do Planalto para tirá-los da investigação. Mas os nomes da lista deixam claro que Janot agiu com independência e que a presidente Dilma Rousseff não teve poder de influência.
Os dois peemedebistas negam culpa. O melhor que fazem, então, é explicar as acusações. Será ruim para o país se usarem o poder dos seus cargos para fazer retaliações contra o governo e o Ministério Público.
Dilma foi excluída das investigações, apesar de uma citação do doleiro Alberto Yousseff. E houve um pedido de arquivamento em relação ao senador Aécio Neves (PSDB – MG). São situações diferentes.
Janot considerou frágeis os indícios em relação a Dilma e disse que não era possível investigar a presidente por algo fora do exercício do atual mandato. Mas a campanha de 2010 da petista será investigada por meio de uma acusação contra o ex-ministro Antonio Palocci.
Em relação a Aécio, um dos principais nomes da oposição, houve um pedido de arquivamento. A citação de seu nome na delação premiada não se referia a suposto fato ligado à Petrobras, mas à Furnas, outra estatal. No entanto, a investigação sobre o senador Antonio Anastasia (PSDB – MG) é ruim para Aécio, porque os dois são muito ligados.
Com tantos políticos incluídos na lista de Janot, o PP foi praticamente dizimado. PT e PMDB foram menos atingidos. No entanto, a lista desgasta políticos importantes da base do governo no Congresso. Isso deverá criar novos obstáculos para a presidente Dilma na Câmara e no Senado, ainda mais com a contrariedade de Eduardo Cunha e Renan Calheiros.
Agora, esses inquéritos no Supremo deverão durar cerca de dois anos até que o procurador-geral da República tenha elementos para pedir a abertura de ações penais. Será uma investigação longa.
A revista Veja desta semana traz uma reportagem na qual diz que o presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, vai delatar um pagamento de propina de R$ 64 milhões pela obra da hidrelétrica de Belo Monte. Segundo a revista, o PT e o PMDB teriam dividido essa bolada ao meio. Essa será a primeira delação premiada de um executivo de uma grande empreiteira.
Até agora, o escândalo da Lava Jato tem se concentrado em apurar corrupção na Petrobras. Com a delação de executivos da Camargo Correa, deverão ser apontados desvios no setor elétrico. Ou seja, o caso vai crescer. E isso é uma notícia ruim para a presidente Dilma, que está apenas no terceiro mês do segundo mandato.
Fonte: Isabela Horta http://www.blogdokennedy.com.br/renan-e-cunha-devem-se-explicar-nao-retaliar/
Blog do Florisvaldo – Informação com imparcialidade – 08/03/2015
Florisvaldo Ferreira dos Santos
Consultor de Seguros e Benefícios