Morreu na manhã desta segunda-feira, 21 de abril de 2025, em Roma, o Papa Francisco, aos 88 anos. Jorge Mario Bergoglio, nascido em 17 de dezembro de 1936, no bairro de Flores, em Buenos Aires, na Argentina, era filho de imigrantes piemonteses. Desde cedo demonstrou vocação religiosa e ingressou na Companhia de Jesus, tornando-se jesuíta.
Sua trajetória dentro da Igreja Católica começou a ganhar destaque em 1992, quando foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires. Poucos anos depois, em 1998, foi promovido a arcebispo da capital argentina. Reconhecido por sua simplicidade e proximidade com os mais pobres, Bergoglio foi criado cardeal pelo Papa João Paulo II em 2001.
Aos 76 anos, em 13 de março de 2013, foi eleito Papa, tornando-se o primeiro pontífice jesuíta, o primeiro da América Latina e também o primeiro a adotar o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo da humildade, da paz e do amor aos pobres e à natureza.
O Papa dos Pobres e da Paz
Durante seu pontificado, Francisco se destacou por uma postura progressista e humanista. Ficou conhecido como o “Papa dos Pobres”, por seu esforço constante em colocar os marginalizados no centro das atenções da Igreja. Envolveu-se em diversas causas mundiais, defendeu a paz global, o combate à desigualdade, e não hesitou em abordar temas delicados como a imigração, o meio ambiente e a união entre pessoas do mesmo sexo – sempre com um olhar pastoral e acolhedor.
Seu estilo simples contrastava com o luxo que tradicionalmente cercava o Vaticano. Recusou-se a viver nos aposentos papais, preferindo a Casa Santa Marta. Dispensou o crucifixo de ouro, símbolo do cargo papal, optando por um de aço, e frequentemente usava vestes discretas. Sua vida cotidiana refletia coerência com suas palavras.
Viagens, gestos e momentos marcantes
Sua primeira viagem internacional como Papa foi ao Brasil, em 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. No Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo, dirigiu-se aos fiéis com um pedido que se tornaria emblemático: “Rezem por mim”.
Outro momento histórico foi durante a pandemia de COVID-19. Em 27 de março de 2020, em plena crise sanitária mundial, Francisco realizou uma oração sozinho na Praça de São Pedro completamente vazia, pedindo ao mundo esperança e fé. A imagem do Papa solitário sob a chuva ficou marcada como símbolo da fragilidade humana diante do sofrimento global.
Entre seus compromissos ecumênicos, destaca-se sua visita à Turquia, onde meditou em silêncio na Mesquita Azul de Istambul, em um gesto de profundo respeito e diálogo entre religiões. Sempre foi defensor da convivência pacífica entre os povos e da cooperação entre diferentes credos.
Paixões e legado
Amante do futebol, nunca escondeu seu carinho pelo San Lorenzo de Almagro, time argentino do qual era torcedor desde criança. Em muitas ocasiões, fez questão de mencionar o esporte como ferramenta de união e fraternidade.
Ao longo de seus 12 anos de papado, Papa Francisco promoveu reformas internas na Igreja, enfrentou resistências conservadoras e buscou abrir caminhos para uma instituição mais inclusiva e próxima das realidades do mundo moderno. Seu legado é o de um líder espiritual que falou com o coração, priorizou o amor ao próximo e conduziu sua missão com coragem, fé e simplicidade.
Despedida
Até o momento, não há informações oficiais detalhadas sobre o velório e o sepultamento do Papa Francisco. O mundo aguarda com pesar as cerimônias que deverão reunir líderes e fiéis de todo o planeta em Roma.
Blog do Florisvaldo – Informação com Imparcialidade
2 Comentários
A vida de Papa Francisco foi, sem dúvida, um verdadeiro testemunho de fé, humildade e coragem diante dos grandes desafios do mundo contemporâneo. Sua caminhada, especialmente durante o papado, foi marcada por um espírito profundamente acolhedor, que tocou corações nos quatro cantos do planeta. Francisco não foi apenas um líder da Igreja, mas um irmão de todos — dos pobres, dos esquecidos, dos que sofrem em silêncio.
Ele fez do amor ao próximo a base de sua missão e, com palavras e gestos simples, aproximou a Igreja das realidades mais duras da humanidade. Seu olhar compassivo para com os migrantes, os marginalizados, o meio ambiente e tantas outras causas urgentes foi um sopro de esperança em tempos de incerteza. Sua oração solitária na Praça de São Pedro, em meio à pandemia, ficará eternizada como símbolo de fé e solidariedade.
Com coragem e humildade, Francisco nos ensinou que o verdadeiro poder está no servir, e que a Igreja deve caminhar com o povo, escutando, acolhendo e amando. Seu legado transcende fronteiras e religiões. Ele foi, e sempre será, o Papa da paz, do diálogo, e da ternura.
Que sua vida continue a inspirar gerações e que sua luz permaneça viva entre nós.
Um dia triste… um dos melhores Papas! Que Deus o receba de braços abertos por tudo que tentou nos ensinar.