Vivemos num momento em que a informação chega a todos numa rapidez até então nunca imaginada. Para se ter uma ideia, existem pesquisas científicas indicando que em 2020 serão necessários 73 dias para que a humanidade produza a mesma quantidade de informação que produziu durante um período de 10.200 anos! Pode parecer absurdo, mas em pouco mais de 2 meses teremos uma geração de relatos e registros tão grande quanto a que já foi gerada em toda a história da humanidade.
Seria ingênuo pensar que nós, educadores, não estamos exatamente no centro dessa contínua transformação; ingênuo também seria pensar que podemos assistir tudo como meros espectadores.
Esqueçamos essa ideia de que “do meu jeito está dando certo”. E esqueçamos simplesmente porque não está. É só olharmos para os rankings mundiais de educação que veremos a colocação brasileira. Mais próximo de nós ainda… podemos olhar rapidamente o interesse dos alunos por nossas aulas cotidianas.
Não que tenhamos piorado durante os anos; não é isso. Simplesmente não representamos mais a única – ou, ainda, a melhor – fonte de informação para eles. Infelizmente ou felizmente, somos apenas uma delas e provavelmente não estamos entre as mais dinâmicas.
É lógico que como especialistas dominamos um vasto e relevante conteúdo, mas será que o aluno, com um celular conectado à internet em mãos, não consegue nos superar em segundos?
A questão não está mais em passar para eles a informação – provavelmente nunca esteve. Precisamos rever nossa posição em sala de aula e não podemos lamentar que essa necessidade tenha aparecido justamente agora, em nossa vez. Ela já é antiga; a educação, como um todo, já teria que ter revisto sua posição no mundo, mas não fez.
Ensinamos da mesma forma que se ensinava na Europa do código Napoleônico. Entretanto, a educação do século XXI não nos aceita mais como “generais” da informação.
Novamente, não é que devamos jogar a toalha ou abandonar tudo o que foi feito até aqui. Muito pelo contrário, sabemos como ninguém transformar informação em conhecimento e é nisso que devemos focar.
Devemos deixar de simplesmente “ensinar” conteúdos para mostrar como fazemos para aprender. Termos consciência desse papel que o professor precisa assumir possibilitará que nossos alunos conheçam muito mais do que matérias, possibilitará que compreendam a sociedade em que estão inseridos.
Afinal, “Vivemos numa época de transição, como sempre”, de acordo com a filósofa italiana Gabriella Caramore.
Fonte: https://pt.linkedin.com – Alessandro Augusto Pereira – Gerente Acadêmico na Faculdade Flamingo
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 22/05//2018