O Instituto do Câncer Doutor Arnaldo voltou a suspender cirurgias e consultas por falta de verba nesta terça-feira (25). Na sexta-feira (21), o presidente do Instituto tinha anunciado que agenda seria retomada na esperança de receber um aumento no repasse do Sistema Único de Saúde (SUS) – o que não ocorreu.
Nesta terça, o Instituto tinha uma lista de 23 novos pacientes para recusar. Atender além da conta, o hospital tem uma dívida de mais de R$ 5 milhões, uma situação que, sem ajuda, a instituição não conseguiu resolver.
Além de desmarcar consultas, o Instituto já desativou duas alas de internação e está reduzindo o número de cirurgias. “Nós estávamos esperando uma suplementação de R$1,750 milhão mensais, um novo aditivo ao contrato atual. Eu estive duas vezes com o ministro da saúde e nas duas vezes ele me disse que como o governo não tem dinheiro é pra parar o atendimento”, afirma o presidente do instituto Sérgio Innocenzi.
A gestão dos recursos do SUS é feita pela Secretaria Municipal da Saúde. E é ela também que deverá receber de volta nas unidades básicas de saúde os pacientes recusados pelo hospital. Em entrevista no último dia 8 e abril, Wilson Polara, secretário municipal da Saúde, afirmou que ninguém ficaria sem atendimento.
“As pessoas na realidade, quem vai orientar onde as pessoas devem ser atendidas é a unidade básica de saúde, é a regulação. E as pessoas não devem bater na porta do hospital e dizer eu quero ser atendido aqui”, disse ele, à época.
Como vários hospitais reduziram o atendimento, os pacientes acabam tendo que voltar pra fila com uma doença que não pode esperar.
Com diagnóstico de câncer de intestino e consulta desmarcada, a paciente Regina Helena de Souza, aos 82 anos, continua sem saber onde poderá se tratar. “Estou perdendo o sono de ficar pensando se é hoje, se é amanhã ou que dia seja. A doença não espera, a dor a gente não pode esperar. ”
Em nota, o Ministério da Saúde informou que repassa ao estado de São Paulo anualmente R$ 8,6 bilhões em recursos por meio do teto de média e alta complexidade. Neste último ano, repassou mais R$ 246 milhões.
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, confirmou que se reuniu com diretores do Instituto do Câncer Doutor Arnaldo para avaliar formas de garantir a continuidade dos serviços prestados.
Fonte: http://g1.globo.com
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 26/04/2017