De acordo com os livros de história, o Brasil foi descoberto dia 22 de abril de 1500, por Pedro Álvares Cabral, almirante português viajando para as Índias, no comando da maior frota que até então cruzara o mar oceano.
Dizem uns que foi por acaso, outros, que foi de propósito, para tomar oficialmente posse de uma terra que os portugueses sabiam que estava lá e que já tinham descoberto quase dez anos antes.
Hoje, a teoria do acaso está praticamente descartada. É certo que pelo menos Duarte Pacheco Pereira esteve no litoral brasileiro mais ou menos na mesma época que Colombo descobriu oficialmente a América.
Mas se estas considerações têm peso fundamental para entender uma história, que foi substancialmente alterada para agradar os poderosos, como é o caso da fundação de São Paulo, que não aconteceu em 1554, ela tem outro lado mais prosaico e na direção oposta da boa tradição brasileira de criar o máximo de feriados no menor espaço de tempo possível.
Curiosamente, a data do começo de tudo não é feriado. Dia 21 de abril, data da morte de Tiradentes é feriado, mas o 22 de abril, não. Como se Tiradentes pudesse ter sido enforcado sem que a terra tivesse sido descoberta.
Sem que a carta de Pero Vaz de Caminha inaugurasse a tradição de se pedir emprego público aos donos do poder, prática levada à perfeição pelos petistas, que rodam de cargo de confiança em cargo de confiança, afundando o Brasil, mas sempre ganhando bem.
Confesso que é um mistério que eu não consigo decifrar. Por que temos o rol de feriados que temos, boa parte com pouca importância cívica, e o dia 22 de abril foi retirado da lista?
Será que Cabral feriu susceptibilidades, não pagou a propina adequada? Depois da volta a Portugal ele some da história. Será que foi aí que a coisa começou a dar errado e se estendeu pelos séculos?
Fonte: http://www.pmec.com.br/wp/cronicas/o-descobrimento-do-brasil/
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 22/04/2017