A tradução do latim do título desta matéria “É doce e belo morrer pela Pátria” é uma frase do poeta lírico romano Horácio, publicada em 23 antes de Cristo. No Brasil essas palavras estão gravadas no Monumento ao Expedicionário, que homenageia os Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutaram na Segunda Guerra, mas também são adequadas ao movimento paulista constitucionalista de 1932, o MMDC.
Leia abaixo o texto do Major PM Sérgio Marques sobre as raízes da Revolução de 32, e conheça os quatro estudantes paulistas “MMDC” que deram suas vidadas para defender a Constituição e os valores democráticos contra a ditadura de Getúlio Vargas.
“Meu pai foi meu grande estimulador no mundo da leitura. O estudo da história, em particular da militar, sempre foi a minha paixão, com destaque para os anos 1920 e 30 no Brasil, e nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais”, diz o Major Sérgio, que é Policial Militar há 26 anos
Naquele maio de 1932 o país vivia um período de exceção, com a “Constituição Federal rasgada” e os órgãos Legislativos fechados (Congresso Nacional e Assembleias Estaduais). Estávamos no início da “Era Getúlio Vargas”.
Vargas assumira o comando da Nação, após Golpe de Estado, decorrente da Revolução de 1930, ocorrida no mês de outubro daquele ano. Prometera eleições gerais, mas as lideranças já imaginavam que se tratava de um blefe. De fato só seria apeado do poder em 1945, decorrente de outro golpe…
23 de maio 1932
No cruzamento da Rua Barão de Itapetininga com a Praça da República, no centro da Capital, uma multidão tentou invadir a sede do PPP- Partido Popular Paulista, extensão política da Legião Revolucionária pró-Vargas.
A multidão foi impedida, a bala, por membros da LR, que estavam no interior da sede do Partido Popular, resultando em grande número de feridos e na morte de quatro pessoas: 1) Mário MARTINS de Almeida, 31 anos 2) Eyclides Bueno MIRAGAIA, 21 anos 3) DRÁUSIO Marcondes de Souza, 14 anos e 4) Antônio CAMARGO de Camargo Andrade 30 anos.
Das iniciais de seus nomes/sobrenomes surgiu o acrônimo M.M.D.C, sociedade à época secreta, que conspirou para o advento da Revolução. O MMDC passou a ser o símbolo da Revolução Constitucionalista de 1932.
A Lei Federal 12.430/11 inscreveu seus nomes no Livro dos Heróis da Pátria, existente no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília- DF.
O quinto homem
Um quinto homem, Paulo Gonçalves dos Santos, conhecido como Paulo Virgínio, homem simples, que sustentava sua família com agricultura de subsistência, na cidade de Cunha, no Vale do Paraíba, foi covardemente assassinado por tropas ditatoriais, em 28 de julho de 1932, pois se negou a passar a posição das tropas constitucionais.
Os cinco heróis foram imortalizados no Mausoléu do Obelisco do Ibirapuera, na Capital, além de inúmeros outros participantes, tombados em combate.
Com a insatisfação popular decorrente do 23 de maio, eclode, em 9 de julho daquele ano, a Revolução Constitucionalista de 1932, cujo objetivo era a redemocratização constitucional no Brasil.
No interior do Obelisco aos Heróis de 32 existe uma escultura, em mármore, que representa o Herói Jacente, guardião do Mausoléu. Os restos mortais dos cinco bravos encontram-se em seu interior.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo, outrora Força Pública e Guarda Civil, participou ativamente pela constitucionalidade, formando, ao lado dos vários Batalhões de Voluntários formados pelo Estado, a tropa profissional na frente de combate. Os contingentes do Exército Brasileiro sediados em solo Paulista também lutaram irmanados nessa grande epopeia iniciada no MMDC !!!!!
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 28/05//2018