A Organização Mundial da Saúde considera aumento da atividade do vírus no estado e recomenda que estrangeiros tomem a vacina. Foram confirmadas 21 mortes pela doença em um ano.
Organização Mundial da Saúde (OMS) passou, nesta terça-feira (16), a considerar todo o estado de São Paulo como área de risco de febre amarela.
Segundo o secretariado da entidade, a decisão foi tomada “considerando o aumento da atividade do vírus” observado na região.
“Consequentemente, a vacinação contra a febre amarela é recomendada para viajantes estrangeiros que visitem qualquer área no estado de São Paulo”, diz a OMS, em comunicado.
O que mudou
Antes: Até então, a OMS recomendava que viajantes tomassem a vacina contra a febre amarela para áreas de risco do estado de São Paulo, que não incluía a capital paulista e boa parte do interior, além de outros estados do Brasil.
Agora: A recomendação da OMS passa a valer para todo o estado de São Paulo, incluindo a capital paulista.
Nesta terça-feira (16), o governo de São Paulo anunciou que a vacinação fracionada contra a febre amarela em 54 municípios do estado será antecipada para o dia 29 de janeiro. Anteriormente, o governo havia anunciado que a aplicação das doses seria realizada a partir do dia 3 de fevereiro.
A entidade aconselha também quem vai viajar para o estado a adotar medidas para evitar picadas de mosquitos, fique atento para os sintomas da doença e procure atendimento durante ou após a visita, em caso de suspeita da doença.
“A determinação de novas áreas consideradas de risco de transmissão de febre amarela é um processo contínuo, e atualizações serão fornecidas regularmente”, diz a OMS.
Por enquanto, o Ministério da Saúde incluía apenas o oeste do Estado de São Paulo como área de risco.
Ministério não vai mudar estratégia em São Paulo
Uma diferença entre a recomendação da OMS, que abrangeu todo o Estado, e as áreas de risco do Ministério da Saúde, que se limitam a municípios de maior risco em São Paulo e não abrangem todo o território.
Essa diferença na recomendação é explicada, em nota do Ministério enviada ao G1, porque a Organização Mundial da Saúde não tem como prever especificamente o destino de viajantes nesses territórios e, por isso, a recomendação foi para todo o estado.
O Ministério da Saúde informa, no entanto, que “a determinação das áreas de vacinação foi feita de acordo o acompanhamento da circulação do vírus, baseada no mapeamento epidemiológico das regiões” e que a recomendação para São Paulo não será modificada.
O coordenador de vacinas do Estado de São Paulo, contudo, espera que até o final do ano todo o Estado de São Paulo seja vacinado — a depender da quantidade de vacina produzida, que atualmente é de 6 milhões de doses por mês.
“Esperamos que, até o final do ano, todo o estado seja vacinado”, diz Marcos Boulos, coordenador de vacinas do estado de São Paulo.
“No longo prazo, também acredito que o Ministério vai pensar em uma estratégia para o Brasil”, diz.
Até esta terça-feira (16), a recomendação do governo do estado e da Prefeitura de São Paulo era que somente as pessoas que residem nas áreas de risco, regiões perto de matas em que foram encontrados macacos mortos com o vírus da febre amarela, tomassem a vacinação convencional. As demais pessoas, que vivem fora da área de risco, devem esperar o início da vacinação fracionada.
Mortes
A Secretaria Estadual da Saúde confirma 21 mortes por febre amarela silvestre no estado desde janeiro de 2017, segundo dados divulgados no último dia 12.
Também foram confirmados 40 casos autóctones (quando a doença é contraída na própria cidade e não vem de pessoas que viajaram para regiões afetadas) de febre amarela silvestre no estado desde janeiro de 2017. Não há casos de febre amarela urbana no Brasil desde 1942.
De acordo com o governo estadual, os locais de infecção que resultaram em morte ocorreram nos municípios de Américo Brasiliense, Amparo, Atibaia, Batatais, Itatiba, Jarinu, Mairiporã, Monte Alegre do Sul, Nazaré Paulista, Santa Lucia e São João da Boa Vista.
A cidade de Mairiporã, que faz divisa com a capital paulista, é uma das que registrou o maior número de contaminações por febre amarela – foram 42 registros e 3 pessoas mortas – sendo que dois dos mortos são residentes na cidade e uma delas estava em trânsito. A Secretaria de Saúde da cidade afirma que mais de 90% da população já foi vacinada.
Desde a confirmação de novas mortes por febre amarela, os postos de saúde do estado, incluindo os da capital, têm ficado lotados e com fila de horas de esperar para a imunização contra a doença com a dose convencional. Apesar da corrida aos postos, a Secretaria Estadual da Saúde diz que não há motivo para pânico.
Vacinação antecipada
Nesta terça (16), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que a vacinação fracionada contra a febre amarela em 54 municípios do estado será antecipada para o dia 29 de janeiro. Anteriormente, o governo havia anunciado que a aplicação das doses seria realizada a partir do dia 3 de fevereiro.
A alteração ocorreu após o governo estadual pedir a antecipação ao Ministério da Saúde. A campanha de vacinação também será encerrada com uma semana de antecedência, no dia 17 de fevereiro.
A meta é imunizar 6,5 milhões de pessoas – 2,5 milhões só na capital paulista. A dose fracionada tem 0,1 ml, enquanto que uma dose convencional tem 0,5 ml. A vacina permite a imunização por oito anos. Veja a relação das cidades que receberão a vacinação fracionada.
As seringas que serão usadas na campanha de vacinação contra a febre amarela com doses fracionadas já chegaram a São Paulo. Elas são menores e conseguem aplicar doses de 0,1 ml.
Fonte: https://g1.globo.com
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 16/01/2018