Gabriel Medina conquistou título inédito do Mundial de Surfe para o Brasil nesta sexta-feira, 19. A vitória veio após o australiano Mick Fanning ser derrotado por outro brasileiro, Alejo Muniz, na repescagem do quinto round do WCT Pipe Masters, realizado em Pipeline, Havaí.
O caminho de Gabriel Medina até o título desta temporada não foi nada fácil. Apesar de ter passado boa parte do ano na liderança do campeonato, o paulista teve como sombra o australiano Mick Fanning e o americano Kelly Slater. Nada menos do que o atual campeão do WCT e o maior surfista de todos os tempos.
Mas nem as duas lendas foram capazes de parar o brasileiro, que é considerado o maior fenômeno da modalidade nos últimos anos. Os dois atletas chegaram ao Havaí com chances de tirar o troféu de Medina, mas a regularidade de Slater e as três vitórias na temporada de Fanning não foram páreo para o ano irretocável do paulista.
Além de levar para casa o primeiro título brasileiro no Mundial de Surfe, Medina ainda foi o surfista mais bem pago de 2014. Ele faturou cerca de R$1,044 milhão*** só nesta temporada, contra R$1,025 milhão*** de Mick Fanning e os R$477 mil*** de Kelly Slater. Quando o intervalo de tempo é a carreira toda do brasileiro, o valor triplica: chega a R$3,136 milhões***. Os valores são referentes às premiações das diferentes etapas do WCT e não incluem o que os atletas ganharam com patrocínio.
Todo esse sucesso não caiu no colo de Gabriel Medina. O surfista, que completa 21 anos nesta segunda-feira (22), é figurinha carimbada nos campeonatos da modalidade desde moleque. Aos 11, conseguiu seu primeiro título, vencendo o Campeonato Brasileiro Amador. Naquele ano, levou ainda outros três títulos paulistas.
Mas tudo isso só foi possível com a ajuda de Charles, padrasto do atleta — que acabou virando um pai. “Comecei com oito anos. Meu pai [Charles] surfa e me levava para acompanhar”, contou em entrevista ao iG quando tinha 17 anos. “Não cheguei a fazer escolinha para aprender a surfar. Logo no meu primeiro campeonato, fiz final e não parei mais.”
Medina disputou sua primeira prova no WCT em 2010, aos 17, e ficou na 17ª posição em Bells Beach, na Austrália. No ano seguinte, levou para casa seu primeiro troféu com uma vitória em Landes, na França. Desde a estreia, já foram mais quatro vitórias em etapas do mundial: outra em 2011 e mais três*** em 2014.
Para chegar ao título, Medina se inspirou no eneacampeão (e seu adversário) Kelly Slater: “É o melhor de todos os tempos, sem dúvida.” Curiosamente, o paulista eliminou o ídolo na etapa francesa de 2011, a mesma em que levou para casa seu primeiro troféu no WCT.
Ele também é fã de Mick Fanning, australiano com quem disputou de igual para igual nesta temporada. “Curto o estilo do Fanning, que é de uma nova geração. É um surfe ousado, que acho que vai virar tendência”, cravou em 2010, antes do australiano conquistar o tricampeonato em 2013.
O maior objetivo de Gabriel Medina sempre foi ser campeão mundial de surfe, como ele deixou claro em entrevista à revista “Surfer Mag”, em maio: “O Brasil é necessitado de campeões, principalmente no surfe, que nós nunca vencemos”, reconheceu. “Na última temporada tive resultados irregulares e fui amplamente criticado por isso. Mas o Brasil é assim, eu também cobro dos meus ídolos”, disse o atleta, que agora é o maior ídolo do surfe brasileiro.
Blog do Florisvaldo – Informação com imparcialidade – 20/12/2014
Florisvaldo Ferreira dos Santos
Consultor de Seguros e Benefícios