Seja em razão da busca de conhecimento para ampliação de horizontes, pela necessidade de diferenciação ou pela acirrada concorrência, os profissionais do mercado de seguros tem cada vez mais sentido a exigência crescente pela especialização de suas atividades de trabalho.
Parte destas exigências podem ser explicadas pela gradativa alavancagem do perfil econômico da população brasileira.
As razões são variadas, indo desde o impulso decorrente da progressiva estabilização econômica, pelo maior acesso ao crédito, pela paulatina melhoria na saúde, da educação e acesso à informação e, ainda, pelo desenvolvimento da consciência de que a proteção oferecida pelo seguro pode amenizar dificuldades financeiras quando comparada ao impacto ante sua não utilização.
Este é o cenário que precisa ser entendido e prospectado, o qual faz com que profissionais dispostos a enfrentar desafios estejam sempre buscando maior especialização como meio e ferramenta para acesso a mais oportunidades e desta forma alcançar melhores resultados.
Este comportamento segue um caminho natural, na medida em que tal processo é consequente de maior exigência do consumidor e de maior competitividade entre os “players”.
Para que essas coisas possam acontecer de forma adequada, as os Corretores, Assessorias, Resseguradores e Seguradores devem contar com profissionais capazes de realizar, eficaz e eficientemente, os processos envolvendo a atividade securitária.
Tais processos estão conectados a fatores que passam por identificação de riscos, subscrição e precificação, passando pela comercialização, regulação e liquidação de sinistros, canais de contato com o público, bem como atividades de controle, observação e aplicação de princípios de governança, conformidade legal, gestão, solvência e tantos outros assuntos pertinentes.
Tratando especificamente de ferramentas (ou meios), não nos esqueçamos da crescente presença dos meios digitais, que devem ser convenientemente estudados e dominados. Esse ambiente possui comportamento e vida próprios, pleno de novas linguagens e relacionamentos de parte a parte, os quais a indústria de seguros deve incorporar em seu dia a dia.
Considere-se inclusive que as informações, cada vez em maior volume e diversidade, são transmitidas ao consumidor de forma contínua, o que faz com que ele seja abastecido de muitos dados e torne-se muito mais esclarecido sobre o tema de seguros, ainda que na medida do desenvolvimento de novos produtos gerem-se novas dúvidas… e esse é um processo que se perpetua.
Por conta de tantas variáveis em atualização frequente, aqueles que operam nesse mercado precisam estar preparados para agir com velocidade, clareza e regular frequência, o que somente pode ser realizado de forma abrangente e produtiva através da atualização constante de seus conhecimentos, com relação às operações administrativas das empresas que operam com seguros e, também no tratamento e/ou securitização dos riscos à que os clientes estão expostos.
É preciso então que as pessoas sejam profissionais, que por definição, são aquelas que exercem atividades que requerem conhecimentos formais e especializados.
Assim, estas devem ser qualificadas, o que não só está vinculado aos conhecimentos e/ou a um título habilitante, mas também está conectado ao compromisso, à ética e à excelência no desenvolvimento de suas atividades de trabalho, levada a cabo como profissão e meio de vida, e não por amadorismo ou lazer.
Tais conhecimentos profissionais, de forma consistente, podem ser obtidos por meio de processos de ensino e formação continuada, que se dividem basicamente em três grandes grupos: – Certificação Técnica Profissional, Atualização/Especialização Técnica e Gestão, esse último subdividido em nível médio, tecnológico, graduação e pós-graduação.
Instituições orientadas ao ensino e formação profissional securitária, são procuradas por securitários e por não securitários, todos em busca de iniciação ou complemento de conhecimento, com objetivo de melhor exercerem atividades de trabalho na área de seguros, previdência, capitalização e saúde, seja no seguimento comercial, técnico ou operacional, aprofundando-se em especificidades e buscando proficiência em suas respectivas atividades de interesse.
É importante ressaltar que os cursos de formação, nos diversos modelos e níveis, além de prover atualizado conteúdo didático/profissional, devem se manter conectadas com o ambiente empresarial.
Esse contato ocorre por meio de disponibilização de treinamentos, palestras, participação em seminários e realização de análise de casos. Assim, promove-se o relacionamento efetivo com o cotidiano enfrentado no trabalho pelos profissionais, nos diversos setores que compõe o universo do seguro.
Capacitação e especialização são exigidas naturalmente em consequência da evolução do mercado e seus produtos, ou seja, a contínua evolução da sociedade tanto modifica as necessidades securitárias já presentes como cria outras, exigindo adaptações quanto ao conhecimento e entendimento das regras do mercado e, também, dos produtos e suas garantias.
De toda forma, os processos de formação e especialização são a chave para, no mínimo, dar manutenção ao bom posicionamento profissional e, idealmente, para alçar resultados ideais.
O resultado desta contínua adaptação, convergindo esforços no sentido da obtenção de cada vez mais valor profissional, será tão maior quanto mais adequada, especializada e atualizada formação tiverem.
Como regra, mudanças trazem desafios e oportunidades, mas o sucesso usualmente é alcançado por aqueles que se mantém preparados.
Fonte: Dilmo Bantim Moreira – Secretário do Conselho Consultivo do CVG/SP, acadêmico da cátedra de Relacionamento com o segmento de Pessoas da ANSP – Academia Nacional de Seguros e Previdência, administrador pós-graduado em Gestão de Seguros e Previdência Privada, atuário, membro da Comissão Técnica de Produtos de Risco da FenaPrevi e de Seguro Habitacional da FenSeg, docente em Seguros de Pessoas, Previdência Complementar, Saúde, Capitalização, Atendimento ao Público e colunista em mídias de seguros.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 16/03/2021