O Mundo está estupefato, e o Ocidente ainda com mais motivos para tanto, com a surpreendente postura que vem sendo assumida pelo atual Presidente dos Estados Unidos da América. As atitudes adotadas pelo governo americano no âmbito interno, de enxugamento da máquina administrativa ou de investigar possíveis anormalidades envolvendo o uso de benefícios pagos a idosos já falecidos e vinculados à Previdência Social – o que evidenciaria o exercício da prática de corrupção por parte de Servidores Federais -, são atos corretos, mas que não me cabe comentar os assuntos internos de lá. Num caso assim, não se deve discutir quanto às merecidas punições que o caso requer…
O que se questiona é o caráter abrupto de rompimento das boas regras de relacionamento diplomático internacional com as Nações historicamente amigas e que integram o bloco Ocidental, abandonando o tradicional diálogo para impor novas e pesadas taxas nas operações comerciais, além de outras restrições.
Foi deselegante e violenta a decisão de retirar os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, justificando a existência no órgão de um viés anti-Israel. Criada em 2006, a organização intergovernamental tem como objetivo ampliar a proteção aos direitos humanos ao redor do mundo.
Há uma percepção clara de que o Donald Trump tenta reverter o perfil de fragilidade do governo anterior na figura decadente de Joe Biden, cuja ineficiência afetou de maneira profunda e bastante negativa o poder de liderança do Estado americano no contexto internacional.
Está bem evidente que o Trump veio com a clara intenção de dar um choque de gestão nos Estados Unidos, uma vez que estava em visível declínio o status de potência mundial, em contraponto ao espantoso crescimento da China em todos os segmentos, principalmente econômico e militar.
Não obstante, essa estratégia de reorganização deveria ter um diferencial entre a arrumação interna do seu País e o fortalecimento das relações externas com centenas de outras Nações, para as quais devem ser usadas com habilidade a ciência e a arte na promoção do direito e das relações internacionais, que é a boa Diplomacia.
Na Bíblia, em Mateus 12:30, Jesus deixou uma mensagem que bem reflete a necessidade de preservação dos valores que fortalecem a união ou provocam o seu possível desajuste: “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha”. Assim, para que um bloco de Nações esteja integrado e fortalecido, impõe-se uma relação digna e respeitosa entre os seus governantes, sem a imposição do poder absoluto. Essa mensagem bíblica contempla a mútua relação entre as partes. E nada melhor ajuntar, do que espalhar.
No triste episódio da guerra entre Rússia e Ucrânia, que teve o total apoio financeiro, armamentos e disponibilização da inteligência militar americana ao longo de três anos – ainda que tenha sido o apoio dado pelo governo anterior -, o simples abandono da Ucrânia pelo atual governo dos EUA expõe o povo ucraniano ao massacre genocida por parte da Rússia. Causa repúdio saber que essa decisão está embasada como instrumento de pressão de Trump para que o Governo Ucraniano de Zelensky aceite ceder a exploração de minas de importantes e preciosos minérios, para compensar os gastos militares feitos pelos EUA.
A realidade concreta é que as vidas humanas pouco importam dentro desse contexto bélico. A Rússia é inimiga e agressora porque quer conquistar e incorporar território ucraniano, seu vizinho. Os Estados Unidos ajudaram e continuarão ajudando a Ucrânia a se defender, por interesses econômicos! E assim as vidas continuarão sob intenso risco!
O mundo Ocidental clama pelo reencontro da paz entre Rússia e Ucrânia e um primeiro passo foi dado essa semana para suspenderem a guerra por 30 dias, e louve-se, com a intervenção do próprio Donald Trump. Espera-se, também, a volta do equilíbrio nas relações entre os líderes das Nações amigas, dando um fim ao momento de crise na diplomacia mundial. Entretanto, a boa diplomacia depende de educação e ética, algo pouco presente no perfil do atual Presidente dos EUA!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
8 Comentários
Bom dia, Agenor. Foi longe desta vez. Parabéns!!! (Salvador-BA).
Com certeza professor, muito eficaz e proveitosa a sua afirmação. Realmente é bíblico “quem não junta espalha” e é isto que o Trump está fazendo e é bíblico também que jamais haverá outra potência mundial, o que a gente vê é a decadência dos Estados Unidos e este que aí está não vai reverter este quadro, pelo contrário, pode piorar a situação porque a sua população pode se revoltar contra ele. (Uibaí-BA).
O “Malvadão”, Big Acting, como um free-lancer, está atirando pra todos os lados. E como quem apenas olha para o umbigo, já mirou as suas bazucas também para o lado de cá… Como dizia a minha mãe: “o pau só quebra nas costas de Chico!”. Salvador-BA).
Olá Agenor, tudo bem? Eu não tenho raiva de Trump não. Eu tenho raiva de quem pariu ele. Segundo meu Pai, um vagabundo geralmente é parido por uma vagabunda. Não é só nos EE. UU que eleitor é sem critério não, aqui é da mesma forma. (Vitória da Conquista-BA).
Esse Trump é um potencial candidato a entrar para a História como o homem que acionou a “bomba” que destruiu a humanidade. Aliás, não haverá registros históricos porque, no caso de uma Guerra Nuclear, segundo dizem os entendidos, o único ser vivo capaz de sobreviver é a barata. Trump é mais um maluco a ter poderes incomensuráveis!! Que Deus tenha piedade de nós!! (Salvador-BA).
Muito boa reflexão! (Irecê-BA).
A FALTA DE EDUCAÇÃO CAUSA UMA SÉRIE DE TRANSTORNOS AS PESSOAS, UM DELES É A VIOLÊNCIA SEJA EMPUNHANDO ARMAS OU SIMPLESMENTE COM O PODER DE UMA CANETA. O SER HUMANO MAIS QUE NUNCA PRECISA MELHORAR. ESSA É MINHA CONVICÇÃO.
Bom dia, Caro Agenor!
O editorial desta semana – A DIPLOMACIA MUNDIAL EM CRISE – convida o leitor, mais uma vez, a refletir sobre os acontecimentos no cenário global, especialmente as recentes ações do presidente dos Estados Unidos. Com seu poderio – ou, eu diria, prepotência –, ele tem intervindo em conflitos além de suas fronteiras, como a guerra entre Israel e o Hamas e a guerra entre Rússia e Ucrânia, entre outras.
Arriscaria chamar esse movimento de “desglobalização”, já que medidas protecionistas e barreiras alfandegárias têm ganhado destaque no contexto geopolítico e econômico mundial nos últimos meses.
Seria cômico, se não fosse trágico, a ponto de gerar piadas como a que ouvi esta semana: na saída de um luxuoso hotel na zona central de São Paulo, o CEO de uma grande produtora nacional de alumínio foi abordado por um catador de recicláveis, que comentou:
“Os senhores podem continuar brigando sobre as taxas dos Estados Unidos para os produtos brasileiros, porque, para mim, está ótimo. A latinha que eu vendia por R$ 5,50 agora está saindo por R$ 11,50!”