(Fotos) 1 – Multidão nas dependências externas do Congresso, e invadindo Câmara e Senado; 2 – No interior da Câmara de Deputados; 3 – Destruindo o interior do STF.
Reporto-me à experiência de algumas dezenas de anos já vividos, e hoje compartilho bom diálogo com “jovens” parceiros daquele tempo e dessa trajetória, na tentativa de encontrar algum registro de momentos do passado em que as Instituições Públicas tenham estado tão desgastadas e anarquizadas como agora, e não divergimos nas conclusões sobre tão vergonhoso cenário atual.
No passado, vez por outra alguém se atrevia em falar mal dos Presidentes da Câmara e do Senado, mas, do Presidente da República, nem pensar! Nas discussões políticas se tergiversavam acusações de todos os matizes aos Partidos Políticos para não atingir, jamais, a integridade moral do Presidente da República!
Hoje, contudo, o que se vê, é a Assessoria presidencial tendo de examinar, previamente, onde Sua Excelência deseja e pode realmente andar em contato com o público, a fim de não se expor ao desprazer de receber vaias ou possa ouvir palavras acusatórias indesejáveis e nada gentis. Sem falar das ovadas de que são vítimas, muitas vezes, e podem acontecer por parte dos mais radicais.
E como não lembrar aqui do importante Terceiro Poder da República, o Judiciário, ou melhor, do seu representante maior, o nosso quase sempre intocável e inoxidável STF – Supremo Tribunal Federal! Aliás, como sempre o faz o cronista Acordadinho, para melhor ênfase e compreensão, é sugestivo dar a etimologia da palavra inoxidável: “Que não sofre oxidação; incapaz de enferrujar, de criar ferrugem. Que não desgasta; que não sofre com a ação do tempo”. Daí surge a grande dúvida! Será que essa ferrugem não vem afetando a imagem da nossa Suprema Corte?
No passado a sua composição priorizava o saber jurídico, e de cujo segmento os candidatos eram recrutados. Hoje, são selecionados no mercado político ex-governadores, ex-senadores, ex-ministros, ex-assessores e até o ex-advogado Cristiano Zanin, hoje Ministro do Supremo, antes defensor de processos do Lula e depois agraciado pelo Presidente eleito, com a pré-indicação ao Senado e a nomeação após a sua aprovação. Entre outras palavras, o saber jurídico ficou um pouco relegado.
Lamentavelmente, na composição atual do STF – não obstante o apreço e reverência que sempre tive pela instituição -, a sociedade tem hoje uma visão identificadora do caráter político-partidário da maioria dos ilustres magistrados, representantes de alas políticas tanto da Esquerda atual como da Direita anterior, que os indicaram.
E não é por menos que, de repente, muitos julgamentos recentes têm surpreendido a Nação pela abundante anulação de processos de réus condenados em 1ª e 2ª Instância, sejam por decisões Monocráticas ou em Plenário. Passa uma percepção preconceituosa de que nas outras Instâncias ninguém mais sabe julgar nada, e as provas usadas nos processos de lá também não servem para os Tribunais Superiores. Pasmem, por isso, até o José Dirceu foi inocentado!
O que as imagens da ilustração acima nos passam, são fortes indicadores de que o vandalismo nada tem a ver com o exercício do livre direito democrático de ser manifestar politicamente. Estão totalmente errados aqueles que praticaram tamanha e inexplicável baderna. A inércia total e absoluta das autoridades diante dos atos de destruição ocorridos nos Palácios dos Três Poderes da República, em 08/01/2023, induziu a pressupostos de omissão por conveniência ou, talvez, o reflexo de um desgaste absoluto das Instituições atingidas
A transformação daquela baderna na versão de um golpe político frustrado, ora em andamento, mais parece um cenário propício para desviar a atenção da crise econômica em pleno crescimento que já estamos vivenciando, com dólar e inflação em visível descontrole.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
12 Comentários
Excelente texto amigo!
O que de fato está acontecendo no país, na minha opinião, é que o Judiciário usa a narrativa de golpe de estado como cortina de fumaça, para desviar a atenção da população e continuar acobertando a incompetência do atual presidente da República, assim como, a roubalheira que se instalou no país com a volta dos bandidos à cena do crime, como bem falou o atual vice-presidente Geraldo Alckmin.
O verdadeiro golpe foi dado quando o STF soltou o maior ladrão da história do país e manipulou as eleições para reeleger o corrupto e incompetente Lula. E se não bastasse o mesmo STF inocenta todos os políticos bandidos, réus confesso, levando o país a um colapso econômico sem tamanho. Os atuais Poderes Executivo e Judiciário estão destruindo o Brasil. (Salvador-BA).
Triste e preocupante…
Parabéns, Agenor, muito boa crônica. Fico indignado quanto vejo na Internet, pessoas desrespeitando o Presidente da República e outras autoridades, chamando-os abertamente de ladrões. Não simpatizo com o Lula, não votei nele, acho que não faz uma boa administração, mas sou de opinião que o cargo tem que ser respeitado.(Salvador-BA).
É isso aí, e bem mais. É tudo intencional, do jeito que querem. Tenho dó dessa juventude inerte, doutrinada de hoje. Futuro triste do nosso Brasil comprado. (Miguel Calmon-BA).
Uma vez, eu, estudante em Alagoinhas, na década 1970, falei mal de um presidente, o imposto da vez, tomei um esporro do meu pai. Que disse: “cale a boca menino, quer que seu pai seja preso” ? (Salvador-BA).
Parabéns mais uma vez pela bela reflexão! Está uma bagunça generalizada! DEUS proverá! Bom final de semana! (Maracás-BA).
Você falou a verdade. Temos que separar o Lula, pessoa física, do cargo de Presidente da República. (Salvador-BA).
Nem falar é para todos, muito menos escrever e fazê-lo com propriedade, é para poucos. Meus parabéns pela sua crônica, sinal de que ainda não somos míopes diante de narrativas criadas com o propósito de desviar a atenção dos fatos comprovados e escondidos, mas também vazados. Você fala na crença nas instituições. Continuemos acreditando. O que não devemos acreditar é nos seus dirigentes, alçados para representá-las de forma pouco convencional e nada ética. Lembremos que só mudaremos as instituições, quando mudarmos o Homem. E este encontra-se ainda muito distante do “homem de bem” a que se referiu o Mestre. Isto acontecerá um dia por conta do progresso moral (evolução) do Ser, quando refletir sobre, não “quem eu sou” e sim sobre “o que eu sou”. Fica com Deus e oremos por todos os que ainda não encontraram o Caminho, desconhecem a Verdade e sequer aceitam a idéia de que a Vida continua . Fica com Deus. (Salvador-BA).
Tema oportuno. Chama a atenção de todos para algo que nos remete a necessidade da EDUCAÇÃO. Sem educação dá nisso. Por isso nos preocupamos tanto com a evasão escolar, pois o aluno que deixa a escola estará sujeito às mazelas da vida. Um dia hão de se preocupar com esse dado alarmante e silencioso.
Caro amigo,
Excelente! Concordo em gênero, número e grau. Infelizmente é a situação atual do nosso País. (Salvador-BA).
Caro Agenor, bom dia!
O editorial escrito por voce, expressa preocupação com o desgaste das instituições públicas no Brasil, destacando a crescente desconfiança no Executivo, Legislativo e Judiciário. A politização excessiva, a indicação de magistrados com viés político-partidário e decisões judiciais controversas têm abalado a percepção de imparcialidade e competência dessas instituições.
Além disso, episódios como a destruição nos Três Poderes em 08/01/2023 evidenciam a fragilidade no controle e na resposta às crises, enquanto a polarização política desvia o foco de questões urgentes, como a crise econômica.
É crucial resgatar a confiança nas instituições por meio de ética, transparência e compromisso com o interesse público, promovendo diálogo e reformas para fortalecer a democracia e a estabilidade do país.
PARABENS!
Uma boa exposição literária, no campo sócio-político, posta à reflexão do leitor! (Salvador-BA).