Já se tornou recorrente a afirmativa do público em geral, de que o noticiário diário, principalmente veiculado pelos diversos canais de televisão, está repleto de notícias ruins, onde os crimes mais absurdos são noticiados com muita ênfase e prioridade, além de figurar repetidas vezes nos jornais da manhã, meio-dia e à noite, porque permitem elevada audiência.
Já os bons acontecimentos e importantes fatos não repercutem no mesmo diapasão e, às vezes, não conquistam sequer o deslumbramento necessário para integrar a pauta de notícias do dia. Assim é que existem muitos atos e projetos governamentais, às vezes bem formulados, de efeitos positivos impactantes na vida das pessoas e no desenvolvimento sócio-econômico do País, mas, quando não são de caráter populista, ocorre de passarem despercebidos no contexto geral. Isso quando não acontece de serem anunciados com uma rapidez que os tornam de importância insignificante perante a população.
Essas são reflexões incontestáveis, porque o autor acaba de se surpreender, e também muitos amigos geralmente bem informados, diante do conhecimento, somente agora, de que uma extraordinária iniciativa foi promovida um ano atrás, ou seja, em maio de 2023, pelo Governador de São Paulo, o Tarcísio Freitas. Talvez a conveniência política tenha exercido a sua influência negativa e tão bela idéia não tenha obtido o sucesso desejado.
Certamente que o leitor já deve estar curioso em saber quais os bons propósitos desse projeto e porque poderia gerar tanta expectativa! O que leva à compreensão das razões de ter sido mantido sob profundo silêncio justifica-se pelo princípio básico de sua destinação: “Promoção da Integridade, como parte do programa Radar Anticorrupção. A medida integra os esforços da atual gestão em regulamentar e programar medidas concretas de combate à corrupção e outras irregularidades na administração estadual”. O decreto exige que “cada pasta deve estruturar um conjunto de ações e medidas institucionais para prevenção, detecção e punição de práticas de corrupção, fraude, desvios éticos e outros ilícitos“. (https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/radar-anticorrupcao).
Além desses fundamentos, o Programa estendia as suas ações no propósito de fomentar a “integridade privada, por meio de um selo de empresa íntegra. Será um reconhecimento às empresas paulistas aderentes à cultura da integridade e comprometidas em programar medidas anticorrupção”. Esse detalhe adicional amplia e aperfeiçoa as ações do Estado, atraindo as empresas para uma parceria num processo integrado.
Um ano depois não tenho conhecimento dos resultados alcançados, mas na ocasião do seu lançamento, houve um grande esforço no sentido de envolver todos os órgãos do Estado, inclusive a Controladoria Geral do Estado (CGE), visando “prevenir, detectar e punir casos de corrupção, fraudes e desvios éticos”. Internamente, nos órgãos da Administração Pública, “são medidas que trata de problemas recorrentes como nepotismo, conflitos de interesse e evolução patrimonial indevida de servidores públicos”.
Obviamente que, pelo histórico cultural predominante no País, onde as mais simples atitudes trazem a marca da habitual negociata corrupta, um projeto dessa natureza encontra sérios obstáculos à sua viabilização. Talvez se tornasse uma realidade, caso houvesse uma ação conjunta e integrada de vários Estados, e Governadores íntegros, coesos com o objetivo de moralizar definitivamente a Administração Pública, inclusive denunciando todos aqueles viciados na prática “institucionalizada” de cobrar comissões sobre as verbas orçamentárias liberadas.
Ao ler a notícia que dava conta desse assunto aqui abordado, logo resolvi trazer ao conhecimento dos nossos leitores sobre esse importante projeto do RADAR ANTICORRUPÇÃO, iniciativa adotada pelo Governo do Estado de São Paulo, que poderá vir a ser copiado e implantado em todo o País. Sem dúvidas, foi uma feliz idéia e que, certamente, iria nos trazer um melhor nível de moralidade, livrando-nos da pecha de Nação corrupta, conforme dizem alguns órgãos internacionais.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador-BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
4 Comentários
REALMENTE É UMA INICIATIVA QUE TODOS OS GOVERNANTES DESEJANDO, SERIA IMPLANTADA, A ERA DA HONESTIDADE… MAS NÃO PODEREMOS TER ESSA ESPERANÇA, PORQUE PENSEM EM ALGO DIFICIL…!!!
Boa tarde caro Agenor!
Não é sempre, mas, boas intenções e até boas notícias existem.
O problema é que, entre elas existirem e serem colocadas em prática, vira o X da questão.
A extraordinária iniciativa promovida um ano atrás, pelo Governador de São Paulo, mostra que não houve (e não há) interesse dos seus pares para colocar em prática, prevalecendo aquela expressão popular que diz: Uma andorinha só não faz verão.
Que venham outros projetos, para moralizar o nosso país e beneficiar a população. (Rio de Janeiro-RJ).
Vai longe o tempo em que a Imprensa, principalmente, a televisiva, era um dos pilares da Democracia e ajudavam a atender os anseios populares. Hoje, os noticiários têm como tônica defender bandidos e mostrar os feitos destes, repetindo-os, como se pretendessem alcandorar essas práticas e ensinar àqueles meliantes que ainda não utilizam tal modus operandi.
Os bons acontecimentos e importantes fatos não repercutem no mesmo diapasão, entendo que isto acontece porque, como dito nesta crônica, esses atos e fatos não dão audiência. Ademais, as emissoras de TV, maiormente, a Globo, são financiadas pelo Governo, e o Governo não tem interesse em divulgar qualquer ato de bondade, pois este Governo não promove ato de bondade.
Aliás, as atitudes maléficas e maldosas praticadas pelo Governo e por seus comparsas, não têm espaço na TV. Apenas, as redes sociais as publicam, mesmo sob a pecha de fakenews, o que justifica o afirmado pelo Ministro Alexandre de Moraes, que, antes das redes sociais, “Éramos felizes e não sabíamos”.
“Promoção da Integridade, não interessam à Televisão, porque atingem, em cheio, o Governo e seus apaniguados. Atualmente, no Brasil, o Governo não tem interesse, e, por consequência, não interessa à mídia marrom. Ambos são “unha e carne”. Aliás, as atitudes maléficas e maldosas praticadas pelo Governo e por seus comparsas, não têm espaço na TV. Apenas, as redes sociais as publicam, mesmo sob a pecha de fakenews, o que justifica o afirmado pelo Ministro Alexandre de Moraes, que, antes das redes sociais, “Éramos felizes e não sabíamos”.