Para quem viveu a fase de criança, adolescência, juventude, e entrou pela idade adulta convivendo com a permanente expectativa da eclosão de um eventual confronto militar entre as potências de então, Estados Unidos e União Soviética, não pode acreditar que esteja de volta a denominada Guerra Fria, que durou de 1947 a 1991, ou 44 anos!
Foi visível a estupidez dos governos americanos e soviéticos de então, visto que as duas nações mal tinham saído da 2ª. Guerra Mundial, onde lutaram juntas contra o único inimigo comum, que era a Alemanha, do sanguinário nazista Adolf Hitler, e apenas dois anos depois já começaram as ameaças entre ambos, justamente quando estava em andamento esforços de recuperação de nações amigas semidestruídas pelos bombardeios alemães, principalmente das cidades europeias.
A história registrou a morte de 60 milhões de vidas nos 6 anos de guerra. Somente da URSS-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que incorporava para além da Rússia outras 15 repúblicas, morreram 26,6 milhões de vidas! O Brasil terminou sendo induzido a participar da guerra, tendo “mais de 25 mil jovens recrutados, chamados para combater o nazifascismo na Europa, mais especificamente na Itália. Há registro de que 467 pracinhas brasileiros morreram nos campos de batalha; e 2.700 foram feridos ou ficaram mutilados para o resto de suas vidas. Felizmente o nosso território estava distante do cenário de guerra e os civis brasileiros escaparam da tragédia.
Naturalmente que após uma Guerra Mundial com seis anos de duração e que somente terminou após a impressionante destruição das cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki, pela bomba atômica lançada pelos EUA, cujo efeito arrasador deixou o mundo assustado, era de se imaginar que haveria um mínimo de reflexão entre os estadistas, durante o pós-guerra, no sentido de uma convivência de paz e harmonia nas décadas seguintes.
O que preocupa na atualidade, é lembrar que os fatos históricos às vezes se repetem, geralmente para assimilar os maus exemplos. Assim é que, recordo que a invasão da Polônia pela Alemanha em 1º. de setembro de 1939, resultou na causa principal da 2ª. Guerra Mundial, como retaliação alemã pela perda de parte de seu território para a Polônia, em 1910. Só que antes disso, o Hitler anexou a Áustria, em 1938, e a região da Tchecoslováquia de população germânica, após a Conferência de Munique.
O resultado “foram milhões de mortos, muita destruição, casos chocantes de violência e uso inapropriado de armas contra civis, como ficou evidente no holocausto, uso de bombas nucleares, entre outros”. (Fonte: https://segundaguerra.org/os-mortos-na-segunda-guerra-mundial/ ).
Tudo isso nos faz lembrar a analogia existente nesses dois fatos históricos. A Alemanha invadiu a Polônia e provocou uma Guerra Mundial. A Rússia, que sucedeu a extinta União Soviética, invadiu a Ucrânia uma das 15 Repúblicas que integravam o ex-bloco comunista soviético. A guerra, iniciada em fevereiro de 2022, já superou os dois anos de morte e destruição, e está em curso uma visível Segunda Guerra Fria.
Há toda uma complexidade nas relações Rússia x Ucrânia, mas como esta pretende se juntar à OTAN-Organização do Tratado do Atlântico Norte, estrutura militar fundada em 4 de abril de 1949 pelos Estados Unidos, durante a Guerra Fria, significa que o impasse está instaurado de forma perigosa e irreversível. Não declaram guerra à Rússia, mas abastecem a Ucrânia com armas de todo o tipo, dinheiro e apoio logístico. Sabe Deus até quando vão durar esses riscos e incertezas!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
9 Comentários
Caro Agenor, bom dia!
Fria ou quente, guerra é guerra!
Guerra fria, este nome assusta menos, porém as estratégias adotadas foram (ou poderão ser) tão devastadoras quanto a uma “Guerra Quente” ou até pior.
O tempo e a história mostram o porquê as duas superpotências jamais se enfrentaram num conflito militar direto, e por isso, ter recebido o nome de “Guerra Fria”.
Mesmo com toda a hostilidade que havia entre as duas, sabiam que uma guerra total e, se cada uma utilizasse todos os seus recursos, provocaria uma “guerra sem vencedores”, ao ponto de colocar em risco a própria continuidade da espécie humana no planeta.
O grande cronista foi muito feliz ao relembrar fatos e atos que fazem parte da humanidade. Mais feliz ainda, ao dar uma verdadeira aula de atualidades sobre esse tema complexo que tanto incomoda o mundo.
Muito boa crônica de esclarecimento e preocupação do amigo.
Parabéns!
Texto super abrangente. Parabéns.
Dois pontos eu traria, após análise de sua excelente crônica:
Enquanto houver a ambição desenfreada dos poderosos, visando à dominar os mais fracos, ou menores, sempre haverá Guerra Fria, como sempre houve, apenas, em algum momento, essa guerra fica morna, hibernando.
Muito bom que o Brasil não faz parte do Tratado da Otan, porque, em caso de eclosão de uma guerra ou ataque aos países da Otan, estaríamos com um impasse: o Governo do Brasil estaria de qual lado: da Otan ou da Rússia?
Finalizando, entendo que enquanto houver doentia e irracional ambição, haverá destruição.
É amigo… a situação está cada dia mais tensa e perigosa. O Poder cega aqueles que o perseguem.
PARABENS, amigo, pelo artigo.
Um relato de uma triste verdade!
É, realmente, uma grave situação irreversível. Estou acreditando, como Professor de Direito Internacional, que até o final de 2025, a Terceira Guerra Mundial será declarada. DEUS QUEIRA QUE EU ESTEJA ERRADO e que NÃO ACONTEÇA! (Salvador-BA).
Espero que o amigo não seja um profeta disfarçado por aqui e esteja trazendo essa
péssima notícia!! (Salvador-BA).
Verdade amigo.
Neste particular, também torço para que eu esteja errado, mesmo porque não se trata de profecia, mas, uma análise técnico-jurídica do complexo fenômeno chamado crise internacional.
Além de professor, especialista em direito internacional, apesar da idade, estou fazendo uma Pós-Graduação e me especializando em COMUNICAÇÃO EM CRISES INTERNACIONAIS.
Aí, quando você examina a “ressonância magnética” do grave problema internacional, dá para enxergar princípio, meio e fim!
QUE DEUS NOS ABENÇOE E PROTEJA.