Para os que apreciam o carnaval, talvez seja essa a festa nacional de maior expressão, pela oportunidade, para uns, de extravasarem emoções de todo tipo e, para outros, dias de descanso, recolhimento e reflexão. Representa, também, uma data indicativa de que as coisas no País passam a caminhar com lentidão e que somente voltarão a acontecer “depois do carnaval”. Essa é uma expressão já consagrada e inserida nas tradições e costumes carnavalescos há muitos anos, e em cujo contexto se envolvem as habituais promessas políticas que adiam a solução dos problemas sempre emergentes
Assim, tudo aquilo que deixou de ser realizado no ano anterior, em todas as áreas da vida nacional, passa a compor as expectativas do novo ano, principalmente no que tange às decisões institucionais sempre esperadas pelo povo brasileiro. Ou seja, a prevalência da mentira, porque aquilo que não se resolveu antes, também não acontecerá depois. E assim a vida continua, com eles sempre a enganar a todos em todas as áreas! Alguma dúvida?
Dentre as coisas muito desejadas e reivindicadas pelos analistas e defendidas por alguns políticos, está sempre presente o tema referente à urgente aprovação das REFORMAS pelo Congresso Nacional. É fundamental ter a consciência da importância de realizá-las, mesmo porque não se pode pretender Instituições estáticas e superadas pelo tempo. Nada mais óbvio do que reconhecer a necessidade de modernização permanente do Estado e das leis que o constitui. A complexidade de reformar, contudo, gera perguntas inquietantes: reformar o quê, onde e por quê?
As respostas a essas questões são de responsabilidade dos nossos legisladores, habilitados pelo voto de milhões de brasileiros, e que respondem por um dos três Poderes da República.
Não há dúvida de que é amplo o universo de Reformas reclamadas por todos os setores da sociedade, inclusive dentro dos próprios Poderes da República. Mas, nada mais óbvio do que o entendimento condicionante, ou seja, desde que as pretensões do que reformar não afetem os interesses diretos e particulares dos integrantes de cada Poder.
Por exemplo, vale lembrar pontos amplamente questionados: a) No Executivo, acabar com a reeleição do Presidente da República, atualmente facultado por ilimitado número de vezes; b) No Judiciário, extinguir o atual sistema de escolha dos novos Ministros do Supremo Tribunal Federal, fórmula viciada, suspeita e política, além do poder do voto Monocrático; c) No Legislativo, acabar com o gigantismo do Congresso Nacional, composto de 594 parlamentares (ou 513 Deputados e 81 Senadores!). Será que o corporativismo permitirá? Com tantas reformas a fazer que, inclusive, atendem aos seus interesses pessoais?
Vale ressaltar que para o funcionamento dessa superestrutura existem cerca de 17.320 servidores, entre efetivos e terceirizados, com um custo anual de bilhões de reais! Esse número expressivo é superior à população da grande maioria dos 5.570 municípios brasileiros, e com salários acima da média nacional. Nesse caso, a reforma para adequar à realidade brasileira doe na própria carne dos senhores parlamentares, e é impossível imaginar que venha a se concretizar um dia!
Os direitos democráticos estabelecidos pela nossa Constituição Federal, asseguram ao brasileiro o livre poder de praticar as mudanças pretendidas para o seu País. Assim, como diz o pensamento abaixo reproduzido, os erros do passado podem ser abandonados, mas, “qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. Eis a sua íntegra: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. (Chico Xavier, 1910-2002).
O importante e inspirativo pensamento apresenta controvérsia quanto ao seu autor, visto que também é atribuído ao americano James S. Sherman (1855-1912), 27º Vice-presidente dos EUA, (1909-1912). Contudo, o que importa é o valor do pensamento.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
10 Comentários
Sobre uma nova modalidade de escolha para o STF, pensar na manutenção do equilíbrio é fundamental. Quase o país cai num buraco sem fundo com o governo anterior. (Salvador-BA)
Muito bom seu artigo, como tantos outros, mano. A citação, como vc mesmo disse, não importa a quem é atribuída, o que importa mesmo é, independente de quando e por quem foi dita e relembrada, continuar sendo atual. Os considerados grandes pensadores (filósofos, sociólogos, cientistas, profetas, etc) disseram coisas que até há séculos e até milênios, que são atuais enquanto o ser humano, neste e em outros Orbes ,não se libertar de ss imperfeições e atingir a plenitude de sua essência. Fica c Deus mano. (Salvador-BA).
O ARTIGO é de uma importância muito grande. Estava aqui pensando que ambientes tão representativos para a vida de um país, recebem cada figuras de ínfimas qualidades para não dizer inteiramente rasas de tudo na vida. Mas tem outra questão: Quem os mandou para lá?
Meu grande amigo e irmão em Cristo, ninguém neste Mundo criado pelo nosso Pai Celestial poderá ignorar as palavras santas da Vida de nosso grande médium Chico Xavier, o verdadeiro mensageiro Divino para todos nós Encarnados. Um forte abraço de Nina e de minha amizade espiritual. (Rio de Janeiro-RJ).
Boa noite caro Agenor! Como o carnaval chegou ao fim, vamos realmente começar o ano. Mesmo não sendo possível voltar atrás e fazer um novo começo de 2024, na medida em que podemos, vamos começar agora e tentar fazer um bom final de um ano que, por ser de eleições, promete grandes emoções e surpresas.
Muito bom!
Enquanto isso, empurram com a barriga. (Rio de Janeiro-RJ).
Meu amigo Agenor,
Elogiar a beleza, brilhantismo de seus textos, é como “chover no molhado”, pois você sempre se supera, contrariando nossa expectativa de que não há como, nem você nem ninguém, fazer algo ainda mais contundente, brilhante e incontestável.
Vejamos esse artigo de agora. Você aborda um tema dos mais nevrálgicos, senão o mais, para todo brasileiro minimamente esclarecido, de resto o sofredor maior das mazelas que vivenciamos em função da atuação dos nossos (?) – a interrogação é indispensável – governantes, magistrados e políticos, até por ser o pagador da conta.
Tenha certeza amigo, esse artigo pode e deveria ser estampado em primeira página e tela dos mais considerados órgãos de nossa imprensa, com a obrigação de ser divulgado todos os dias, durante muito tempo, nos chamados horários e páginas nobres, a fim de que pelo menos uma esperança fosse construída pra se mudar as coisas um dia.
Receba meus efusivos parabéns e meu abraço,
Agradeço por mais uma chance de fazer meus desagravos, quanto à situação degradante e caótica em que se encontra nosso País, por meio de suas crônicas!
1 – Perdoe-me! Mas, não são só no Carnaval que “as habituais promessas políticas que adiam a solução dos problemas sempre emergentes”. Este adiamento, quanto às matérias do interesse na nação carente, são uma constante. Haja vista que, quando se trata de elevar seus subsídios, os congressistas o fazem “a toque de caixa” e subrepciamente, nas caladas da noite,
2 – “Assim, tudo aquilo que deixou de ser realizado no ano anterior, em todas as áreas da vida nacional, passa a compor as expectativas do novo ano, principalmente no que tange às decisões institucionais sempre esperadas pelo povo brasileiro. Ou seja, a prevalência da mentira, porque aquilo que não se resolveu antes, também não acontecerá depois. E assim a vida continua, com eles sempre a enganar a todos em todas as áreas! Alguma dúvida?”
Não, não há dúvida! Quando se trata de ações políticas, a mentira não tem pernas curtas, pois, quando descobertas (se descobertas!) não são punidas.
3 – “Dentre as coisas muito desejadas e reivindicadas pelos analistas e defendidas por alguns políticos, está sempre presente o tema referente à urgente aprovação das REFORMAS pelo Congresso Nacional. É fundamental ter a consciência da importância de realizá-las, mesmo porque não se pode pretender Instituições estáticas e superadas pelo tempo.”
Aqui, cabe dizer, mormente, quanto ao asserto “não se pode pretender Instituições estáticas e superadas pelo tempo.”, que “SÓ A BURRICE É ESTÁTICA” e essa burrice já está incrustrada nas entranhas dos Poderes da República.
4 – “Não há dúvida de que é amplo o universo de Reformas reclamadas por todos os setores da sociedade, inclusive dentro dos próprios Poderes da República. Mas, nada mais óbvio do que o entendimento condicionante, ou seja, desde que as pretensões do que reformar não afetem os interesses diretos e particulares dos integrantes de cada Poder.”
O aduzido na segunda parte deste segundo parágrafo é uma uma clareza hialina! Mas, ninguém quer, nem, vai largar o osso (neste caso, carnudo!
5 – “Por exemplo, vale lembrar pontos amplamente questionados: a) No Executivo, acabar com a reeleição do Presidente da República, atualmente facultado por ilimitado número de vezes; b) No Judiciário, extinguir o atual sistema de escolha dos novos Ministros do Supremo Tribunal Federal, fórmula viciada, suspeita e política, além do poder do voto Monocrático; c) No Legislativo, acabar com o gigantismo do Congresso Nacional, composto de 594 parlamentares (ou 513 Deputados e 81 Senadores!). Será que o corporativismo permitirá?”.
Permito-me assegurar que tais reformas jamais (sem exagero) serão efetivadas, posto que:
a) a ninguém (dos amorcegados) interessa que elas sejam implementadas;
b) os congressistas não irão abdicar das mamatas, com as quais se locupletam, por meio da corrupção;
c) o corporativismo nunca permitirá.
6 – Portanto, é verdadeiro, sim, que “a reforma para adequar à realidade brasileira doe na própria carne dos senhores parlamentares, e é impossível imaginar que venha a se concretizar um dia!”. Em se fazendo uma análise, não muito percuciente, vê-se que os interesses dos parlamentares estão circunscritos às suas contas bancárias.
7 – “Os direitos democráticos estabelecidos pela nossa Constituição Federal” que “asseguram ao brasileiro o livre poder de praticar as mudanças pretendidas para o seu País.”, assim como muitos outros, estão solapados, para não dizer, prostituídos. Vale repetir o que eu dissera anteriormente: quem pode fazer, não quer; quem quer fazer, não pode.
Uma excelente semana! (Maceió-AL)
Muito bom amigo!
Eu penso que para mudar o atual sistema no país, será necessário, primeiramente, banir o PT do poder. Esse partido, corrupto, está levando o povo brasileiro ao fundo do poço. Alterar o estatuto do Poder Legislativo, para que o poder não fique na mão de um único político, o presidente do congresso. Porque como podemos ver, os dois presidentes das duas Casas Legislativas são omissos e nada acontece com eles. Isso têm que acabar. Fazer uma reforma para reduzir o número de ministros, deputados e senadores. Acabar com as mordomias desses fanfarrões e passarem a arcar com suas despesas de moradia e alimentação.
Brasília está contaminada pela corrupção. Se o povo não acordar e for para as ruas para impor a sua vontade. Os políticos corruptos continuarão manobrando tudo que m favor próprio, deixando a grande massa da população cada vez mais pobre e dependente do Estado. É isso que eles desejam. Povo ignorante e submisso. (Salvador-BA).
Excelente artigo amigo Agenor! (Uauá-BA).