Mesmo que invocando a memória de alguns bons anos já vividos, ainda que ela seja privilegiada pelas lembranças permitidas pelo tempo, não consigo localizar momento de tanta instabilidade, insegurança e desrespeito ao patrimônio público, como ocorrido em Brasília, Capital Federal, na primeira quinzena de 2023.
Deprime a qualquer brasileiro sensato rever os vídeos fartamente produzidos, não somente pela imprensa, como também pelos próprios participantes dos atos de vandalismo, que revelam um ímpeto doentio e odioso em destruir tudo que encontraram pela frente, durante a invasão do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto ou Presidência da República. Insanos, é a qualificação que lhes cabe, por tamanho ódio demonstrado.
Um Movimento de protestos seria mais objetivo e significativo, se fosse realizado através de um contato pessoal das lideranças diretamente com as autoridades representativas dos Três Poderes, com a apresentação enfática dos argumentos reivindicatórios e sob a forte pressão do eco da multidão do lado externo a apoiar. Nunca, jamais, pela triste e intolerável iniciativa de destruir vidros, mesas, tapetes, arquivos, documentos, quadros de arte, como se os invasores desses palácios não fossem cidadãos da Pátria a reclamar direitos, mas, sim, marginais irresponsáveis que deveriam ser reprimidos e punidos com a força da lei.
Um detalhe estranho a ser observado é que toda aquela multidão de milhares de pessoas identificadas pelo traje verde e amarelo, disposta a participar do processo de invasão que veio a ser consumado, apenas obedecia a qualquer grito de comando, sem saber, contudo, quem era o verdadeiro líder a comandar aquela turba enlouquecida. Nem a própria imprensa viu ou localizou alguém que fosse a cabeça pensante inspiradora daquele tipo de protesto e que defendesse com argumentos firmes os motivos da manifestação. Pelo menos eu desconheço os nomes dos possíveis líderes.
Após as autoridades terem decidido acionar as forças necessárias ao controle da desordem, inclusive com a desativação dos acampamentos que tinham montado em frente aos quartéis, resultou que quase 1.500 ativistas foram recolhidos a duas Penitenciárias até que a apuração mais intensa identificasse os principais responsáveis. Em defesa, muitos aqui fora, reagiram chamando de Campo de Concentração os locais para onde foram recolhidos os manifestantes, justificando que entre eles se encontravam senhoras com crianças e idosos, quando deveriam fazer a óbvia pergunta: o que estavam fazendo lá esses idosos e as mães com seus filhos, participando da violência? Não é possível concordar com isso.
Aplaudo toda manifestação pública embasada na defesa de direitos, em respeito ao exercício inalienável da liberdade de um povo. Não é possível concordar, porém, com as práticas de vandalismo, a violência e a destruição do patrimônio público, seja pela ideologia de esquerda ou de direita. Os fatos recentes exigem uma melhor estrutura de defesa dessas instituições públicas, diante da prova que aí está, onde locais da mais alta importância do País sofreram danos irreparáveis.
Uma outra prova de que esses manifestantes não são amadores, é que após a violência de Brasília, agora se dedicam a derrubar Torres de Transmissão de Energia, no propósito de levar o caos às cidades, o que afetará o direito da população e todo o sistema de produção, afetando a nossa economia em geral. Impõe-se a adoção de providências efetivas para a localização desses criminosos, com urgência, e em defesa do nosso patrimônio público.
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador – BA).
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 22/01/2023
10 Comentários
Caro Agenor, realmente o patrimônio público pede socorro.
A qualificação de “insanos” é mais que adequada diante de tanta barbárie praticada.
Apesar de que, é compreensível que a grande maioria das milhares de pessoas que lá estiveram (idosos e as mães com seus filhos), identificadas pelo traje “verde e amarelo”, foram e continuam sendo influenciadas a participarem da baderna, servindo tão somente como massa de manobra, mesmo sofrendo as consequências pelos atos praticados.
Em um passado, não tanto distante, inúmeros patrimônios da iniciativa privada foram destruídos por pessoas com suas vestes vermelhas, empunhando bandeiras com o símbolo da “Foice e do Machado”, conforme algumas das manchetes da época: (Um grupo de sem-terra ligado ao MST voltou a invadir, abater gado, destruir cercas e lavouras da fazenda Santa Teresa, em Euclides da Cunha, no Pontal do Paranapanema – MST destrói 15 anos de pesquisa em biotecnologia. Cerca de 1.000 mulheres invadem centro de pesquisa e depredam viveiros com mudas de eucalipto transgênico em Itapetininga, interior de São Paulo”.
Neste momento, ao derrubarem Torres de Transmissão de Energia, não fazem distinção se é público ou privado, uma vez que tais equipamentos pertencem a empresas de economia mista.
Quais serão os limites?
Parabéns pelo equilíbrio e justeza de suas colocações, Agenor. Aos vândalos, todo rigor da lei. (Salvador-BA).
Muito bom! Pois é amigo. Podemos chama-los de verdadeiros marginais, terroristas que devem ficar na cadeia, por conta desse total falta de respeito à Pátria. (Rio de Janeiro-RJ).
Na era da Internet, sabemos sim quem lidera a turba, apenas ainda não temos as provas. Elas vão aparecer… (Salvador-BA).
Excelente texto! Parabéns, CL! É muito doloroso ver e rever a depredação daquilo que pertence a todos nós! Chocante! Muito triste! (Irecê-BA).
Excelente texto!
Bom argumento! Reflexivo!!!
Tenha um bom domingo, amigo Agenor!
Rosa Maria – América Dourado BA.
Muito oportuno esse Artigo pelo o alerta e discordância total daquilo que foi visto em forma de vandalismo e outros adjetivos mais, beirando a selvageria. A infeliz ignorância leva a isso. Que não mais aconteça é o que esperamos. Outro fato considerado no contexto é a pouca segurança que os equipamentos públicos estão sujeitos. O Artigo é uma verdadeira observação a essa realidade.
Um erro, não justifica outro! Vámos evoluir!
Flori Oliveira
Cadeia e responsabilização pecuniária a todos.
Antonio Conrado da Cruz
Ola amigo,
Esses vândalos, terroristas, FDP, não temem a lei nem a justiça. Borracha e cadeia neles. Revoltante. (Vitória da Conquista – BA).