A partir do resultado do Segundo Turno da eleição presidencial, o silêncio absoluto e o recolhimento no interior do Palácio do atual Presidente da República, surpreendeu a todos os brasileiros, principalmente por se tratar de pessoa detentora de visível loquacidade e sempre presente junto aos seus apoiadores, a exemplo da visita quase diária ao chamado “cercadinho”, onde os encontrava ao longo dos quatro anos, que tão logo passou…
Contudo, a atitude não deixa de ser compreensível, por não ter aceitado, espontaneamente, o resultado das urnas, e ter buscado o conforto na alegação de fraude nas urnas eletrônicas, argumento sem consistência factual, o que foi sustentado desde a eleição de 2018, quando foi o vencedor! Ou seja, se faz muita confusão quando ganha, imagine quando perde!
Para muitos há um universo de expectativas positivas com o futuro governo. E para outros, um mundo de preocupações de fundo ideológico, principalmente em decorrência de algumas conhecidas más companhias do Presidente eleito, tanto no campo interno brasileiro, quanto por algumas indesejáveis relações externas.
Nada chama mais a atenção na formação da estrutura administrativa de um novo governo, do que o anúncio da composição dos Ministérios e os nomes dos pretendentes a seus ocupantes, justamente porque é o momento cruciante das preocupações com o badalado “toma-lá-dá-cá”.
Muitos opositores do Bolsonaro criticaram abertamente quando ele prometeu em campanha reduzir de 29 Ministérios para 15, e só conseguiu chegar ao total de 22. Mesmo assim diminuiu 7 Ministérios, embora tenha recriado o Ministério do Trabalho e Previdência Social e está atualmente com 23.
Tudo isso parece fichinha diante do que está sendo anunciado pelo novo Governo petista, que começará a gestão com simplesmente 37 Ministérios, mas já falam em 39! E qual a explicação técnica convincente para transformar o atual Ministério da Economia em 4 Ministérios: Fazenda, Orçamento, Planejamento e Gestão, e Industria, Comércio e Serviços? O fundamento mais lógico é o impositivo rateamento de cargos entre os partidos, prática velha conhecida do sistema, e agora presente com muita força face aos conchavos realizados ao longo da última campanha.
Para um grupo político que a partir do Governo de Michel Temer e Bolsonaro, esteve fora do Poder por 6 anos, nada mais claro do que a necessidade de inchar a máquina pública para acomodar todos os companheiros em Ministérios, Secretarias, Estatais e Autarquias Federais, além de corresponder aos compromissos assumidos com os apoios político-partidários. Tudo isso é possível, porque não saí do bolso do mandatário eleito.
Inconcebível é o novo Chefe da Casa Civil, Sr. Rui Costa, afirmar “que não haverá criação de novos cargos ou aumento das despesas públicas – porque essa é a recomendação do Lula” -, como se os novos Ministérios não terão Ministros, Chefes de Gabinete, Assessores, veículos, motoristas, gastos com combustíveis, além do famoso cartão corporativo etc. Até parece alguém que não conhece a máquina poderosa do seu partido ou, ainda, merece ouvir a frase popular: “me engana que eu gosto”. É brincar com a inteligência do brasileiro, caro Governador Rui Costa!
Considero normal a pretensão de reatar as relações diplomáticas, antes rompidas com Países latinos pelo Presidente Bolsonaro. O que se espera, porém, é que tenha a consciência de que o Brasil é um país em desenvolvimento e carente da aplicação interna dos recursos públicos, e dos Bancos de Desenvolvimento, tipo BNDES. Que não venha repetir as ações do seu governo anterior e da Dilma Rousseff, que exibiram uma enganosa postura de um Brasil potência capitalista e saíram financiando bilhões de dólares por diversos países latinos e africanos, sob a garantia de liquidez oferecida pelo Tesouro Nacional. Tudo isso a serviço de uma ideologia política de esquerda.
O Brasil e os brasileiros esperam que os valores nacionais sejam priorizados acima das ambições ideológicas, partidárias e pessoais. E que as INCERTEZAS e ESPERANÇAS se ajustem ao longo do caminho, e que as promessas sejam integralmente cumpridas, para o bem desse bravo povo brasileiro.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – (Salvador-BA).
NOTA DO AUTOR: É com alegria que desejo expressar aos meus valorosos leitores, os meus votos de um FELIZ NATAL e um ANO NOVO de realizações e muitas conquistas na vida de cada um.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 25/12/2022
7 Comentários
Caro Agenor, lembrando a definição do título do Editorial (Incerteza – Estado ou caráter do que é incerto, falta de certeza; dúvida, hesitação, indecisão, imprecisão) e (Esperança – Sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja, confiança em coisa boa e fé), diante de tantas incertezas, apesar de ter fé e acreditar em dias melhores, não consigo obter a esperança ou segurança necessária para que isto aconteça.
Assim, só me resta esperar a chegada do ano que se aproxima e pedir ao criador que afaste as incertezas a aproxime as tão sonhadas esperanças.
Aproveito e retribuo ao escritor, votos de um Feliz Natal, Boas Festas e um Próspero Ano Novo.
Parabéns, amigo! Excelente artigo de pura verdade verdadeira como dizia nosso saudoso colega e amigo Bezerra. (Salvador-BA).
A incerteza e a esperança caminham com a humanidade desde os passos primeiros dos nossos primevos ancestrais. A esperança é a força-motriz da nossa espécie; é a bússola humana que nos abraça, nos pega pela mão e nos faz caminhar. Caminhar é preciso… Abraços e Feliz Natal, amigo escritor, Agenor. (Recife-PE).
Parabéns! Tenha um Feliz Natal e um próspero Ano Novo também. (Salvador-BA).
Espero que tenha passado um Natal em paz com sua familia e que as incertezas para o proximo ano se transformem em esperanças e muita paz para todos nos brasileiros. Bom Ano Novo (Vitória da Conquista-BA).
Bela crônica Chefe
O País está sem governo desde o resultado do segundo turno. Preocupo-me muito com ações dos grupos radicais bolsonaristas, o que já estamos presenciando. Lógico que Lula não é a saída para tudo, mas é uma forma de retornarmos o País à sua normalidade. (Salvador-BA).
Caro Agenor. Dizem as más línguas que o Lula com 39 Ministros ainda perderia para Ali Babá que tinha 40 . A preocupação é legítima, pois, bastou Lula ser eleito para que na Argentina já se comemorasse a garantia de um empréstimo que será concedido pelo BNDES, de perto de 700 milhões de dólares (perto de 3 bi e meio de reais) aos “Hermanos”. Lula pretendia ter Maduro na sua posse, mas parece que há um impedimento legal (alguma determinação da ONU ou da OEA, vinculada ao bloqueio imposto à Venezuela). Pelos informes internacionais de especialistas vamos atravessar (o mundo) um período duro e difícil (a partir de 2023), semelhante à crise de 1929. Será um golpe muito duro nas pretensões do PT e seus aliados, pois estarão às voltas com ocorrências que exigirão todo o esforço para serem superadas, inviabilizando qualquer propósito de crescimento e melhoria dos índices econômicos. Meus cumprimentos pela crônica. Fraternal abraço. (Brasília-DF).