Nada mais verdadeiro para quem participa de uma disputa eleitoral do que o inconformismo com o resultado, principalmente quando está presente algum grau de exacerbada paixão. E isso ganha uma dimensão de grande intensidade, quando o cenário à volta está repleto de estúpidas mentiras, sem apresentar às autoridades e exibir para o conhecimento público, qualquer elemento de prova concreta de que houve efetivamente algum tipo de fraude eleitoral. Até agora, só fartas mentiras para incitar os apaixonados a se manifestarem nas ruas e bloquearem rodovias, o que traz enormes prejuízos à economia nacional. A isso se dá um nome: falta de civilidade.
Interessante que isso não acontece só por aqui. Numa potência mundial como os EUA, o atual Presidente Joe Biden, tem processos em andamento, em que o ex-presidente Trump questiona que “há fortes evidências de que a eleição foi roubada em pelo menos 3 ou 4 Estados, e possivelmente 10”. E, até hoje, “ainda não apresentou nenhuma dessas “fortes evidências” de fraude”! Se até hoje não apresentou, imagine se ainda irá apresentar! A lógica responde melhor que nós.
A prática é tão recalcitrante que aqui, inversamente, o Presidente Bolsonaro venceu a eleição em 2018 e levou 4 anos dizendo que houve fraude! Ora, é mais razoável o fato de que a fraude beneficia o eleito e não o derrotado! Então, por essa ótica – e nenhuma prova foi apresentada -, a ilegitimidade ocorreu na sua eleição! Ou seja, parece até que antevia o que viria a acontecer em 2022: a sua derrota, como de fato!
Em contraponto a tudo isso, o esperado Relatório da Auditoria realizada pelo Ministério da Defesa, não acusou a existência de fraude nas urnas eletrônicas, mas, apenas sugeriu medidas que venham aperfeiçoar ainda mais o sistema, usando expressões de prudência para o futuro. Também a “Missão Integrada de Observação Eleitoral da União Internacional dos Órgãos Eleitorais (UNIORE), divulgou relatório sobre as Eleições 2022, que atesta “que o sistema eletrônico de votação brasileiro é totalmente seguro e confiável”.
Mesmo que para muitos eleitores o voto no 2º turno tenha sido a opção pelo “menos pior”, no volumoso pacote de mentiras que infesta as redes sociais, atualmente, circulam duas incríveis e chocantes falácias, que “dizem que Bolsonaro vai sendo canonizado, imortalizado e santificado no altar máximo da glorificação histórica”! E para completar essa tosca e absurda insanidade, ainda acrescentam: “Nem Churchil, nem Roosevelt, nem Nelson Mandela chegaram perto dessa dimensão!”. Com o respeito que merece o Presidente de nossa República, eu complementaria: O comparado não chega nem aos pés desses Estadistas citados! Ou diria mais: essa comparação com esses grandiosos nomes da história é desproposital e sem nenhum sentido!
Já estamos há quase duas semanas do 2º turno e é massacrante a quantidade de mensagens nas redes sociais, a espalhar os nomes de dezenas de cidades onde a apuração das urnas acusou que o candidato Bolsonaro teve “zero” de votos, enquanto afirmam, com segurança, que têm certeza da existência da fraude. Concordo que se há provas incontestes do crime, que se denuncie à Justiça desde as Primeiras Instâncias até as Superiores, e que se apresente a prova publicamente. Bloquear estradas não substitui o poder das provas concretas do apenas suposto crime eleitoral…
As ponderações aqui expostas decorrem da preocupação de ver o Brasil logo se reencontrando com a normalidade do processo produtivo e voltando ao debate político livre e sincronizado com as regras democráticas. Um País se constrói com verdades e não com mentiras. Chega de Fakes inúteis que só pregam inverdades e subvertem o pensamento e a ordem.
Apesar da positiva manifestação do Presidente eleito de que governará para 215,0 milhões de brasileiros e não apenas para os 60,3 milhões que o elegeu, é preciso ter a consciência de que no voto direto cerca de 58,2 milhões não o escolheu, e estará atento no acompanhamento e cobrança da sua gestão nos próximos quatro anos. Isso sem falar naqueles milhões que nem compareceram, ou ainda outros tantos que anularam o voto, o que não deixa de ser um expressivo recado.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador).
Blog do Florisvaldo – Informação om Imparcialidade – 13/11/2022
10 Comentários
Existe um proverbio português que diz o seguinte: “Tempo de guerra, mentira como terra”.
Na mesma linha de raciocínio, tem uma célebre frase que foi dita por Joseph Goebbels, ministro da propaganda na Alemanha Nazista que é: “Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”, o que me leva a refletir sobre o que o estamos escutando há quatro anos e, mesmo assim, não se concretizou como verdade.
DIZEM que mentira tem pernas curtas, mas essas que temos visto por aí, tem pernas longas demais. Conteúdos sem sentido montados e planejados sob a base da mentira tem sido disseminados diariamente. Daí quando lemos uma notícia atualmente, ficamos na dúvida: VERDADE ou MENTIRA, MENTIRA ou VERDADE? Que coisa feia Brasil!!!!
Muito bom, Agenor.
Mas a insistência em mostrar o que não existe, a exemplo de alguns idiotas que vivem a acreditar em inverdades, ou as chamadas fake news, eu diria que:
a) é impressionante a postura do atual presidente e seus filhos, que têm sido eleitos e reeleitos pelo sistema vigente;
b) você o disse bem, se houve fraude em eleições passadas, o único beneficiado foram os eleitos e reeleitos;
c) a comparação com ícones da cultura/política mundiais é inconcebível, a julgar pelos nomes citados, aos quais, nem de perto, o atual presidente do Brasil se aproxima;
d) há uma evidente incoerência do Ministério da Defesa, na medida em que afirma não haver provas de qualquer fraude, mas sugerindo medidas de aperfeiçoamento do sistema eleitoral brasileiro, invejado em quase todo mundo e não apenas pelo UNIORE;
e) finalmente, parece que o atual comandante do Planalto Central, tem como referência o canalha Trump que, à parte de haver comandado a invasão do Capitólio -com parece que cinco mortos- ainda insiste, sem provas, que teria havido roubo em algo em torno de até 10 estados da América do Norte. (Salvador-BA).
Perfeito! Nota 10! (Brasília-DF).
Mais uma boa crônica. Não se conformar com a derrota é próprio dos perdedores. ((Salvador-BA).
“A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS? SÓ PREVALECE ENQUANTO A VERDADE NÃO CHEGA!!! (Barra do Mendes-BA).
Este governo sai com o mesmo nível que gerenciou o país: baixíssimo !! (Salvador-BA).
Bem colocado amigo Agenor, no Brasil nunca teve tanta manifestação de ódio como agora. Uns gatos pingados e pagos para ficarem em frente dos quartéis pedindo intervenção achando que o capitão vai comandar será???? O mesmo capitão que foi dispensado do exército por indisciplina. (Maracás-BA).
Parabéns amigo Agenor. (Salvador-BA).
arabéns, Irmão Agenor!
A sua crônica, condiz com a triste realidade constada nessa eleição. A FAKE NEWS, não só subverte a verdade, como também, o caráter dos eleitores de ambos os lados que as repassam. A diáspora está por vir.