A última semana que antecede ao dia da eleição sempre é, invariavelmente, marcada pelas grandes e acirradas disputas entre os grupos concorrentes aos cargos, ganhando uma ênfase maior quando se trata de um 2º. Turno, situação atual do pleito eleitoral brasileiro. É impressionante o grau de envolvimento e a expectativa que domina o eleitorado do País nesses dias de grande tensão política, não obstante se tenha conhecimento de um significativo número de eleitores voltados à ideia da abstenção, anular ou votar em branco, o que pode vir a surpreender não só os próprios concorrentes como, também, os mais renomados cientistas políticos nacionais.
Por ser um pleito em que o cargo de Presidente da República está envolvido no processo, é óbvia a intensa preocupação que move o sentimento de nacionalidade de cada cidadão deste País, assim como vem despertando o interesse de toda a imprensa internacional, consciente das potencialidades que esta Nação representa.
A ansiedade de cada equipe em alcançar os melhores efeitos nos vídeos e áudios produzidos para divulgação na mídia ou usando os recursos das redes sociais, às vezes ultrapassa os limites da própria normalidade, visto que ocorrem exageros e mentiras, que podem gerar reações e resultados totalmente contrários dos objetivos esperados, ou seja, a conquista do voto de quem está ouvindo ou assistindo. Há alguns excessos que produzem até revolta. Usar de perspicácia e moderação alcança positivamente o sentimento de reflexão de algumas pessoas ainda indecisas, ou a estratégia contrária amplia a revolta de outras.
A triste realidade é que se as equipes ao longo da campanha não aplicaram as melhores prioridades na elaboração dos discursos dos seus candidatos, certamente não será nos últimos dias que a prática mudará o seu rumo. Só não entendemos por que um campo tão amplo de propagação de notícias não é aproveitado para apresentações de projetos e planos de governos, dando um ar de responsabilidade junto ao eleitor. Ao contrário, o que se vê são xingamentos de todos os tipos e espécies, cada um mais escabroso que o outro.
Cabe uma reflexão sobre o horrendo e desajustado comportamento do ex-Deputado Roberto Jefferson que, embora cumprindo prisão domiciliar, irresponsavelmente recebeu os agentes da Polícia Federal sob o bombardeio de tiros de fuzil, e até com o uso de granada! A perícia informa ter ocorrido mais de 50 tiros! Difícil é imaginar se o pouquíssimo tempo que resta para o 2º. Turno será suficiente para baixar a fumaça da insensatez produzida pelos tiros.
Outro fato que merece uma avaliação, é a circunstância de que as pesquisas até o 1º. Turno não lograram conquistar qualquer credibilidade, e assim percebe-se que a enorme diversidade de percentuais da preferência do eleitor, a essa altura da campanha para o 2º. Turno, continua a inspirar total incredulidade no público votante. No mesmo instante em que um candidato exibe boa pontuação acima do outro, logo outra pesquisa já indica proximidade ou empate técnico. Mas, é inquestionável que essa informação parece ter um viés eleitoreiro.
O normal desenvolvimento do processo político é salutar e imprescindível à perfeita funcionalidade do Sistema Democrático num País. É vibrante assistir o calor da disputa que domina o íntimo dos concorrentes e, inversamente, entristece ver que quando a irracionalidade é instaurada, quando vemos a ética, as regras e os princípios violentados, esses fatores transformam o cenário em UMA GUERRA PELO PODER… e isso não é bom! Macula a Democracia de uma forma feia e sem sentido, até porque revela o outro lado de um regime autoritário que não se deseja e não cabe mais na atualidade.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador).
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 30/10/2022
8 Comentários
Guerra pelo poder!
A fascinação pelo poder, é algo que não teve início nos últimos anos.
Consta que em 1932, Freud foi escolhido por Albert Einstein, o pai da física moderna, para responder a esta questão.
Einstein questionava se havia alguma forma de livrar a humanidade da ameaça da guerra e chegou a declarar que Freud – por ser o criador da teoria, um estudioso do psiquismo humano e conhecedor da vida instintiva do homem – poderia elucidar e sugerir métodos educacionais que demarcasse caminhos e ações que resolveria o problema, a ponto de tornar impossível qualquer conflito armado. Ele desejava saber como seria possível, a ausência da guerra, a paz mundial à luz da Psicanálise. Antecipando-se à resposta de Freud, ele afirma que as guerras ocorrem devido às questões políticas, psicológicas, sociais, culturais e econômicas.
Em sua tese, entre tantas ideias que foram apresentadas, duas delas me chamam atenção, pois clarifica aquilo que estamos vivenciando nos dias de hoje em nosso país, sendo:
a) Pelo desmedido desejo de poder dos governantes;
b) Pelo poder de controle das classes dominantes que utilizam a imprensa, as escolas e a Igreja a seu serviço.
Pelo que se observa, apesar de Freud ter apontado muitas das razões, o homem continua fazendo exatamente igual “Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes”, frase utilizada no século XIX com a invasão da Península Ibérica pelas tropas de Napoleão.
Que o nosso criador tenha compaixão de todos nós (eleitor deste ou daquele candidato), já que apenas um dos dois, dará as cartas a partir de 01/01/2023.
Concordo plenamente com o seu pensamento. (Salvador-BA).
Bom dia, mestre; bela reflexão, avante. (Uauá-BA).
Florisvaldo, analisar a humanidade como um todo e mesmo assim Freud pode explicar, o homem é considerado um animal racional mas seu subconsciente é instintivamente territorial ocupar espaço demarcar território faz parte da natureza humana de tempos em tempos evoluímos tanto a tal ponto de regredir, avançamos em paz e regredimos na guerra e tudo se repete em ciclos. A exatamente a 100 anos atrás o mundo assistia o Joseph Goebbels o ministro da propaganda nazista espalhar mentiras como as FakeNews de hoje o que levou a morte de milhões de Judeus. Instrumentalizou o nazismo e o fascismo a tal ponto de levar o mundo a Guerra, hoje Steve Bannon atual mentor da extrema direita mundial foi preso nos EUA depois de quase levar o país ao caos com a invasão do capitólio. O homem nunca foi de paz suas contradições e sua evolução sempre foram elevadas em momentos de crise guerras, pandemias, eventos extremos as maiores descobertas científicas aconteceram em momentos difíceis da humanidade, de tempos em tempos é preciso passar por isso para avançar e olhar para frente evoluir. Vitor Lobo
O PODER tem seus fascínios que só quem exerce sabe… Povo precisa saber colocar e tirar, porque não pode existir vitimísmo para inocentar sendo que o preço quem paga somos nós. A Guerra pelo Poder é constante e permanente, principalmente, por aqueles que já se tornaram profissionais no assunto.
Como faço, costumeiramente, destaquei alguns trechos desta sua abalizada crônica, para apresentar meu simples entendimento:
1 – “Só não entendemos por que um campo tão amplo de propagação de notícias não é aproveitado para apresentações de projetos e planos de governos, dando um ar de responsabilidade junto ao eleitor. Ao contrário, o que se vê são xingamentos de todos os tipos e espécies, cada um mais escabroso que o outro.”
Explicaria com um jargão usado nas peladas, ou babas, de futebol: “A melhor defesa é o ataque.”.
Também, acrescentaria dizendo que isto é falta de projetos e planos de governos. Ninguém apresenta o que não conhece. Ou, por outra banda, falta de ética política, ou falta de hombridade, aos marqueteiros políticos. Aliás, muitos, e bem muitos, dos eleitores brasileiros são carecentes de formação doméstica, não só política, e de qualquer nível de escolaridade. Então, deleitam-se com “xingamentos de todos os tipos e espécies”, pois é a linguagem que entendem.
Não sei se caberia, agora, parafrasear Charles de Gaulle: “O Brasil não é um país sério.” (Maceió-AL).
Muito bem escrita sua crônica, pena que não alcançou a parte em que uma deputada descontrolada corre nas ruas de São Paulo de arma em punho, perseguindo um negro e o desfecho final onde a PRF se presta ao ridico papel de impedir os eleitores nordestinos exercerem o direito ao voto, quando a sua função seria facilitar o mesmo. É o Brasil em que vivemos hoje.
A sorte está lançada! Vamos rezar para que, em algum momento, o sentimento de amor ao País toque o coração de quem ganhou essa eleição. (Salvador-BA).