Saciados da frustração e grande expectativa que havia pelo retorno dos festejos juninos, depois de dois anos de suspensão decorrente da Pandemia, eis que agora tudo começa a entrar na rotina envolvente do dia a dia, com a volta de todos à luta pela vida, seja pelo trabalho incessante, ou mesmo pela ansiedade que desperta a campanha eleitoral para a eleição dos Deputados Estaduais e Federais, Senadores e Governadores de todos os Estados brasileiros, além do cargo mais representativo, que é a Presidência da República.
Exatamente neste domingo, 03/07, estaremos a 90 dias do 1º. Turno das Eleições de 2022. Certamente que cada dia transcorrido será marcado pela intensidade das ações de campanha, por todos os Partidos Políticos habilitados ao pleito, infelizmente com poucas novidades no campo de ideias e projetos. E isso não é nenhuma novidade, porque o ilusionismo e a apatia desses atores não mudam nunca.
Em qualquer parte do mundo, onde vigore o sistema democrático de eleição dos governantes, no processo de escolha entre os concorrentes envolvidos na disputa pelos cargos, nada mais natural que as tendências partidárias dos eleitores sejam reveladas em defesa dos candidatos preferidos, cuja participação política é importante e merece aplauso e respeito.
Nesse contexto, todavia, existem os excessos incompatíveis na exacerbada veneração a falsos “mitos”, que transcende os limites da normalidade esperada, além dos tais “gabinetes do ódio” que descobriram o poder das redes sociais na multiplicação de tantas bobagens para o convencimento dos mais incautos e pouco reflexivos. Assim, tiveram a percepção do forte aliado que encontraram para plantar inverdades e conquistar votos de uma maneira mais fácil.
A prova dessa realidade inconteste, são os vídeos e áudios em circulação nas redes, bem como as afirmações ouvidas de pessoas idôneas e inteligentes, e que pelo próprio nível de cultura não era de se esperar estivessem submissas a esse tipo de lavagem cerebral absurda como, por exemplo, pregar e incitar que o brasileiro não mais abasteça nos Postos BR, porque “a Petrobrás está contra o nosso Presidente”! Ora, se o Presidente da República já indicou e foram eleitos pelo Conselho de Administração da empresa 4 Presidentes em 3 anos e meio, o problema da empresa é de gestão ou influência do mercado internacional do petróleo, e não a possível presença de opositores no Conselho, como justificam! Argumento fraco e inconsistente!
Outra tese pouco convincente é exaltar que o Brasil de hoje é outro “porque Bolsonaro acabou com a corrupção no país”. Ocorre que, dias atrás, três pastores foram presos pela Polícia Federal por envolvimento em desvio e manipulação de verbas do Ministério da Educação, dos quais, um deles, era o Pr. Milton Ribeiro, o seu ex-Ministro do próprio MEC! Vale lembrar que no último dia 29/06, o Presidente Bolsonaro fez declaração na CNI-Confederação Nacional da Indústria, com o seguinte teor: “Não temos nenhuma corrupção endêmica no governo. Tem casos isolados que pipocam e a gente busca solução para isso”. A frase indica uma mudança no discurso. E olha que esse tipo de crime normalmente só é revelado e investigado quando deixam o Governo! Note-se que começaram cedo as revelações!
O grande desencanto do cidadão brasileiro é a falta de opção entre os dois principais concorrentes à Presidência da República – pelo que indicam as pesquisas -, uma vez que a Esquerda foi a Escola Superior da corrupção durante alguns anos no Poder, e o Lula não pode ser exemplo para ninguém; enquanto a Direita que aí está, tem o discurso da violência e da permanência no Poder a qualquer preço, o que é inaceitável porque não condiz com os princípios democráticos.
Diante dessa escassez de bons nomes, de boas ideias e mentes brilhantes, os que se apresentam na verdade nos remetem ao velho dito popular, onde diz que “um é sujo e o outro mal lavado”, e ainda transformando uma disputa que poderia ser civilizada em algo que já começou a ficar pesado.
Com esse cenário, as palavras de Mahatma Gandhi, da ilustração, consolidam uma verdade, de que: “se queremos progredir, NÃO DEVEMOS REPETIR A HISTÓRIA, mas FAZER UMA HISTÓRIA NOVA” (grifo nosso).
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 03/06/2022
4 Comentários
Excelente crônica! A falta de novos nomes é, realmente, desanimadora.
Nos vemos obrigados a votar em um nome, só pra mudar a situação absurda que vivemos.Os métodos do grupo que está no poder é inaceitável, e devem ficar muito mais perigosos com o aproximar da eleição e e forte tendência de derrota nas urnas.
Temo, até mesmo, pelo cenário que pode advir desta derrota, pois o exemplo do que aconteceu nos EUA por reverberar em terras brasileiras, com um desfecho que pode ser lamentável. Triste está nossa situação. (Salvador-BA).
A esta altura quem ainda está com esse elemento da presidência precisa repensar urgentemente. Quanto a esquerda, continuo sem nenhuma saudade, política ou financeira, dos tempos anteriores a 2002. (Salvador-BA). (Salvador-BA).
Muito bom! Estamos entre a Cruz e a Espada! (Rio de Janeiro-RJ).
Quanto à crônica que acabo de ler, torna-se redundância dizer de sua oportunidade e realidade.
Como sempre faço, colho um trecho para aduzir meu posicionamento… o fato é que a “cada dia transcorrido será marcado pela intensidade das ações de campanha, por todos os Partidos Políticos habilitados ao pleito, infelizmente com poucas novidades no campo de ideias e projetos”. Fato é, também, que os concorrentes e seus sequazes aproveitam para explorar deslizes existentes, inexistentes e forjados por uma parte contra a outra, quando deviam se preocupar em mostrar plataforma de trabalho a ser aplicada – mesmo que não sejam efetivadas – porquanto ninguém é perfeito, todos temos defeitos – uns mais intensos e reprováveis e outros mais leves, também reprováveis, pois o cargo exige conduta ilibada e livre de qualquer tipo de mácula.
Outro excerto que merece comentário é referente às “palavras de Mahatma Gandhi, da ilustração, consolidam uma verdade, de que: “se queremos progredir, NÃO DEVEMOS REPETIR A HISTÓRIA, mas FAZER UMA HISTÓRIA NOVA” (grifo nosso)”, posto que, alguém já disse, como muita propriedade, que: “Só a burrice é estática.” (Maceió-AL).