A comunidade científica tem se preocupado muito com o aquecimento global, na medida em que a irresponsabilidade do homem não tem limites na permanente produção de dióxido de carbono e outros gases que criam o chamado “Efeito Estufa” e altera o equilíbrio da atmosfera. Por outro lado, os constantes desmatamentos e queimadas criminosas têm contribuído decisivamente para o desequilíbrio ambiental. Esses fatos deveriam ser noticiados com mais ênfase pela imprensa, e as responsabilidades investigadas e punidas com mais rigor.
É incrível como nos últimos tempos estamos vivendo variações extremas de temperaturas, que chegam até abaixo de zero grau em alguns lugares antes quentes, e noutros a níveis até de 50 graus célsius, onde antes era de baixa temperatura! Diante dessa dicotomia climática, a população começa a se preocupar do que está por vir, visto a crescente desertificação das florestas, o esgotamento dos rios, a inundação das cidades, e a falta de alimentos em algumas regiões do mundo.
A frequência dessas ocorrências no Brasil, ultimamente, tem sido surpreendente. Choca e impressiona o noticiário diário da seca nos rios da Amazônia, leitos naturais do trânsito de embarcações fluviais de todo tipo, que se constituem no único meio de transporte dos ribeirinhos, não só para conduzir os alimentos indispensáveis à sobrevivência, mas, que os levam para o trabalho e socorro médico nos maiores centros, estes situados a longas distâncias.
Num passado não muito distante, era comum se afirmar que o Brasil era um País privilegiado, isto porque estávamos aparentemente imunes às tragédias que aconteciam pelo mundo com frequência e intensidade, trazendo mortes e destruição. Muitos países são marcados pela rotineira ocorrência de terremotos, vulcões em erupção, incêndios florestais, enchentes. furacões e ciclones arrasadores. De certa forma, em parte, disso estamos a salvos, aparentemente, embora sempre se tenha notícias de pequenos tremores em alguns Estados.
No entanto, vem sendo notado que alguns Estados brasileiros têm sido vitimados pela presença de ciclones – a exemplo de Santa Catarina -. secas e tempestades violentas com magnitudes que superam todas as incidências passadas. Os acontecimentos trágicos mais recentes em nosso Brasil, indicam a necessidade de que se tenha a visão da realidade de um novo horizonte e que, parece, acabou o sonho de nação privilegiada perante os fenômenos naturais que afetam outras nações.
“A seca atual da Amazônia acende um alerta especialmente preocupante quanto aos impactos dos fatores climáticos sobre a disponibilidade de água doce” (Fonte: Agência Senado). Além do impacto chocante das cidades destruídas, a futura escassez da água doce pode significar um desastre de grande impacto para o consumo.
A prudência recomenda que os nossos governantes, em todos os níveis, se conscientizem da necessidade de assimilar e desenvolver no seu povo princípios de uma nova cultura, principalmente voltada à compreensão dos fenômenos naturais de que se julgava protegido pelos deuses.
NOTA DO AUTOR: Como me encontro em São Luís-MA, entre 16 e 24/11/23, participando do JINFABB-2023, Encontro Regional do Nordeste, de funcionários aposentados do BB, resolvi antecipar aos meus leitores, o envio da crônica semanal.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 19/11/2023
3 Comentários
Caro Agenor, bom dia!
Você discorre com clareza o momento em que vivemos.
Mesmo morando há 53 anos em São Paulo, somente nessa semana, em função das altas temperaturas, senti a necessidade de adquirir um aparelho de Ar-condicionado. Na loja, o vendedor me falou que não dispunha do produto, pois era produzido em Manaus e a seca nos rios da Amazônia, impedia o produto chegar aos grandes centros consumidores. Em princípio, lembrei da expressão portuguesa: “Que que tem a ver o cu com as calças?” Refletindo, percebi que aquela rota deixou de ser o único meio de transporte apenas dos ribeirinhos. Cheguei a conclusão que as ações do “bicho homem” em seu mundo globalizado vem provocando fatos inegáveis e incontestáveis, ao ponto de concluir que meus avós poderiam estar certos quando diziam: “Um dia o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão” (profecia feita por Antônio Conselheiro no final do século XIX).
“A prudência recomenda que os nossos governantes, em todos os níveis, se conscientizem da necessidade de assimilar e desenvolver no seu povo princípios de uma nova cultura…” ESSE RECORTE DO ARTIGO NO SEU ÚLTIMO PARAGRAFO, É BEM PROPOSITAL. OU O HOMEM APRENDE A VIVER OU VAI SE DESTRUIR COM AS PRÓPRIAS MÃOS. NADA MAIS A DIZER!!!
Falando em mais uma crônica de sua lavra, como sempre, bem postada e atual, creio que estamos, ou passaremos a pagar, o pesado tributo por nossa audácia em desafiar o Poder Maior.
“A frequência dessas ocorrências no Brasil, ultimamente, tem sido surpreendente. Choca e impressiona o noticiário diário da seca nos rios da Amazônia, leitos naturais do trânsito de embarcações fluviais de todo tipo, que se constituem no único meio de transporte dos ribeirinhos, não só para conduzir os alimentos indispensáveis à sobrevivência, mas, que os levam para o trabalho e socorro médico nos maiores centros, estes situados a longas distâncias.”, não é de hoje!
Sou ribeirinho e, como disse em alguns versos, vivi, durante minha infância/adolescência, sobre as águas do Rio São Francisco, o “Rio da Unidade Nacional”. Rio caudaloso, em sua área que corre para desaguar no Oceano Atlântico (baixo São Francisco) extremamente povoado de várias espécies de peixes, de répteis e anfíbios… Hoje, está agonizando, assoreado, em seu leito emergem muitas pedras, os aluviões transformam suas águas em ilhotas… E, não houve, nem se vislumbra, qualquer providência efetiva no escopo de devolver, ao Velho Chico, o que sempre foi seu…
Um fraternal abraço, meu Irmão! (Maceió-AL)