Embora passados seis dias desde o 8 de outubro, data comemorativa do “DIA DO NORDESTINO”, não considero fora de tempo dedicar essa crônica para homenagear um povo que é “antes de tudo, um forte”, como afirmou Euclides da Cunha (Os Sertões, 1ª Edição, 1902).
Isso porque o nordestino que habita todo esse Norte e Nordeste brasileiro, tem no seu perfil muito mais que as características do trabalho árduo, mercê dos fatores geográficos e climáticos nem sempre muito favoráveis. Em contraponto a esse lado sofrido, o nordestino é um povo agraciado no campo das fortes manifestações culturais, e privilegiado por sempre ter nomes relevantes e destacados nos campos das artes, da música, e da literatura, entre outros nomes e setores, o que, inquestionavelmente, honra nossa região e enobrece o Brasi. Como não recordar do nordestino Ruy Barbosa, a nossa Águia de Haia!
É preciso reconhecer que a capacidade de resistência da gente sertaneja vai além dos limites de meras definições literárias ou científicas. O suor, com sabor de sangue que lhe corre nas faces, parece emergir das suas entranhas como um bálsamo para a pele, que queima sob a intensidade do sol. Não se quebranta com pouco sofrimento, nem se arrefece ante os grilhões da dor, da sede e da fome, como se lhe fossem alimentos de vida. É um forte que está mais para o verdadeiro sentido de fortaleza, muralha, que resiste bravamente às adversidades, como uma baraúna que não se dobra nem se quebra.
Na crônica sob o título “DIA DO NORDESTINO: ESSA GENTE SERTANEJA”, publicada em 13/10/2013, eu já dizia: “No rosto do caatingueiro as rugas do sofrimento e do cansaço parecem desenhar pequenos córregos pelos quais rolam gotas de suor que se precipitam ao solo, como se desejassem irrigar a terra de novas esperanças. A lição de resistência, de pertinácia, de fé, de humildade, e até de saber sonhar, tem de servir de exemplo aos mortais urbanos. Não é um aprendizado fácil, sobretudo quando as autoridades constituídas ao invés de oferecerem as condições básicas que permitam a convivência do trabalhador com as dificuldades climáticas e naturais, destroem a essência principal da sua índole que é a coragem pelo trabalho. Impõem-lhe a cultura da doação e da malemolência. É o estímulo ao nefasto princípio de dar o peixe ao invés de ensinar o homem a pescar”. Ou seja, deixei patente lá atrás as qualidades invejáveis de um povo que ama a lida, mesmo a vida sendo sofrida.
Num país com território quase continental, com influências étnicas da colonização portuguesa, e breves tentativas de colonização francesa e holandesa, nada mais óbvio que exista uma grande diversidade na formação cultural, e de usos e costumes bastante diferenciados. No entanto, isso não justifica a existência do espírito separatista pregado por alguns radicais que, de vez em quando, vomitam a sua inconsequente ira, tentando destruir a harmonia que une o Sul e o Sudeste ao Norte e Nordeste desta nação brasileira. Verdade seja dita, tentam, mas não se sustentam!
Naturalmente, que as enormes distâncias que separam essas regiões, são os fatores determinantes para impedir uma melhor convivência e uma maior identidade cultural. Todavia, quando as oportunidades se apresentam, impõe-se estimular o espírito de integração sem limites e inibir as restrições de qualquer natureza.
Reitero, aqui, as minhas homenagens a esse povo guerreiro, de forte índole e honestidade, e que, unido, jamais será vencido!
SALVE O POVO NORDESTINO!!!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador – BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 15/10/2023
7 Comentários
Bom dia caro Agenor!
Povo arretado!
É assim que me considero!
Posso afirmar que os poucos que tem a oportunidade de fugir do trabalho árduo, dos fatores geográficos e climáticos que nem sempre muito favoráveis, quando tem uma oportunidade de trabalho e melhorar a sua vida, “agarraram” com unhas e dentes.
Luiz Gonzaga. Ao cantar Vozes da Seca, já dizia:
“ Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”
“Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage”.
Não retiro ou acrescento uma vírgula do que ele cantou.
Parabéns!
Falta a uma pequena parcela de brasileiros, o amor e dedicação a Pátria como os Nordestinos.
(Rio de Janeiro-RJ).
Parabéns pelo trabalho, amigo. (Rio de Janeiro-RJ).
Nunca é tarde homenagear… Esta sua crônica é e, sempre, será oportuna!
Selecionei alguns pontos, como sempre o faço, para tecer meus parcos comentários, como os que seguem.
1 – “Não é um aprendizado fácil, sobretudo quando as autoridades constituídas ao invés de oferecerem
as condições básicas que permitam a convivência do trabalhador com as dificuldades climáticas e naturais, destroem a essência principal da sua índole que é a coragem pelo trabalho. Impõem-lhe a cultura da doação e da malemolência.”
Segundo bem o disse Chico Anísio, em outras palavras, as autoridades constituídas não têm interesse em “ensinar a pescara”, pois se assim o fizer, se não acabar a pobreza, a reduzirá, mas não o fazem porquanto é a pobreza que os elege.
2 – Exatamente, ‘É o estímulo ao nefasto princípio de dar o peixe ao invés de ensinar o homem a pescar”.’ que fisga esses coitados famintos e analfabetos – sem falar naqueles apaniguados.
3 – Quanto ao “contraponto a esse lado sofrido, o nordestino é um povo agraciado no campo das fortes manifestações culturais, e privilegiado por sempre ter nomes relevantes e destacados nos campos das artes, da música, e da literatura, entre outros nomes e setores, o que, inquestionavelmente, honra nossa região e enobrece o Brasi. “, há que se considerar que “o resto do Brasil” – sudeste e sul – também depende de produtos nordestinos, que abastecem esse “resto do Brasil” nem tão independe quanto se julga.
Meu fraternal abraço, com meu desejo de feliz semana, rogando que Deus nos proteja! (Maceió-AL).
PARABÉNS!
Além de tudo, é um GRANDE CRONISTA! Os escritores são mensageiros de DEUS! (Salvador-BA).
Obrigado por me permitir uma excelente leitura. A cada crônica sua que leio, me renova a esperança de ressurgir escritores que suplante esses alienados pobres de cultura e conhecimento. Obrigado. (Salvador-BA).
REALMENTE somos um povo aguerrido e forte. O Artigo retrata com detalhes nossas qualidades de não ter medo das adversidades… Sempre estamos preparados para lutar e vencer, e seguir em frente…!!! Comungo com todos os comentários positivos sobre o Autor, nosso caro Agenor…!!! Ainda deu rima….!!!