Depois de decorridos mais de 500 anos do descobrimento dessa Terra Brasilis, de forma crescente vem ganhando corpo a ideia do “separatismo” odioso, que visa dividir o território brasileiro. Pela feliz e harmoniosa convivência que os povos do Norte e Nordeste sempre desfrutaram com a boa gente do Sul e Sudeste, que para aqui migrou por motivação principalmente econômica, não encontramos nexo nessa insana pretensão de dividir o País!
Em muitas outras Nações do Mundo, onde já houve lutas ferrenhas no passado, existem raízes religiosas de grande intensidade, disputas entre fortes etnias, ou até mesmo lutas para recuperação de territórios perdidos pelos antepassados. O que não é o nosso caso!
Aqui as religiões convivem, na sua grande maioria, em torno do cristianismo inspirado pela vinda de Cristo, o Messias prometido, sem divergências muito acentuadas ou radicalismos exacerbados e sem controle. Culturalmente, os sulistas foram beneficiados muito apropriadamente, pela cultura e educação trazida pelos europeus. Nesse campo, ainda que tenhamos deficiências relativas nos níveis de alfabetização, o fato não nos inspira qualquer sentimento de disputa, visto que historicamente temos exemplos e valores culturais que muito nos honram. Seria cansativo relacioná-los.
A paz e a harmonia sempre existentes, jamais justificaram qualquer pretensão de divisão territorial, salvo no sentido de atender o interesse de gerar mais alternativas de poder com a criação de uma nova e gigantesca estrutura de empreguismo!
Assim, diante dessa realidade incontestável, é impossível de se admitir que justamente o Governador de Minas Gerais – cujo Estado e os mineiros desfrutam do nosso, respeito, carinho e admiração -, tem região praticamente integrada geograficamente ao Nordeste, com as mesmas características de solo semiárido, tenha feito declarações com inspiração “separatista”, ao repetir o que disse no mês de junho último: “sobre a necessidade de união de estados do Sul e do Sudeste frente ao Norte e Nordeste do país para articulação política e participação na divisão de verbas da União”. Será que o ilustre Governador desconhece que a parte semiárida do Estado de Minas sempre recebeu recursos da SUDENE”, uma Autarquia especial, que promove o desenvolvimento na sua área de atuação?
A propósito das declarações preconceituosas do Romeu Zema, à Folha de S. Paulo o Superintendente da Sudene, Danilo Cabral, também comentou a entrevista e ressaltou que o Norte de Minas já recebeu R$ 300 milhões em incentivos fiscais concedidos às empresas da região!
Se existe algo que tem viralizado na imprensa a todo instante, são tentativas dos políticos em geral, em justificar para o público as falhas cometidas nas declarações impensadas e precipitadas, fruto da loquacidade irresponsável, e cujos prejuízos causados pela repercussão negativa de tais declarações, tem, como consequência, o sentimento de que o próprio deu “um tiro no pé”. Ou quem sabe, descarregou toda a munição contra si mesmo.
O Governador de Minas, pelo seu histórico de empresário vitorioso e de ter uma trajetória política muito recente, apenas eleito e reeleito para o Governo do Estado, de repente decepciona o Norte e o Nordeste e dá “um tiro no pé” com a sua infeliz declaração, no mínimo impensada e insensata, como a ilustração desse Artigo que circula atualmente pelos quatro cantos do país.
Os programas sociais existentes no País, não foram criados para benefício exclusivo das pessoas carentes do Norte e Nordeste, mas são extensivos a todo o Território Nacional, do Oiapoque ao Chuí. Estranho é o Governador Zema desconhecer que 209 municípios do seu Estado fazem parte do semiárido brasileiro e que, por isso, são igualmente beneficiados por tais projetos especiais, dentre outros benefícios que ele, como Governador, tem obrigação de saber.
Como o brasileiro é um povo que vive da esperança de que surja uma liderança decente para governar esse país, com o “tiro no pé” dado pelo Zema, estamos diante de uma esperança que morre muito cedo! Digo isso, porque, um cidadão com essa visão divisionista, não teria a aprovação dessa imensa Região Norte e Nordeste para o mais alto cargo do País, com o qual inclusive ele sonha, ou melhor, sonhava.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 13/08/2023
6 Comentários
Lá pelos idos de 1990 teve um movimento semelhante onde se imaginava a separação da região sul (PR, SC e RS) do restante do Brasil. Uma insanidade, que não prosperou. Agora essa sandice aparece na voz de um partido NOVO, e de novo querem dividir nossa nação.
Nós, enquanto nação brasileira somos o que somos e como somos porque somos resultado dessa miscigenação que nos tornou uma nação única, no sentido figurado e semântico.
Espero que as respostas sejam dadas nas urnas. E que os candidatos a prefeito que apoiem essa sandice nos municípios (próximo pleito) seja devidamente derrotados.
O Brasil é único. Onde o nortista pode se estabelecer no RS e vice-versa sem problemas étnicos, culturais, religiosos ou outros quaisquer. (Cuiabá-MT)
O discurso foi tão imbecil e fora de contexto que, eu tenho certeza, é mais uma forma de tentar desviar a atenção pública sobre os escândalos da quadrilha que estava instalada há 4 anos em Brasília. (Salvador-BA).
Parabéns!
Esse cidadão é um imbecil, arrogante, preconceituoso e muito mal intencionado.
Receberá nas urnas em 2026, a resposta dos eleitores do Estado de Minas Gerais. Porque para o resto do Brasileiros ele não existe. (Rio de Janeiro-RJ).
QUANDO a gente ler certas coisas aqui bem retratadas nesse Artigo, ficamos a imaginar o tipo de pessoa que elegemos para ser governantes. Procura-se palavras para discordar dessa anomalia pensante e não conseguimos classificar como o caso merece!
Bom dia Ir.´. Agenor.
Bela crônica recebia. Tema muito importante. É como diz o Senhor: “Vaidades, tudo são vaidades”. (Goiania-GO).
Quando vejo a discussão no contexto separatista, logo me vem a lembrança do significado de separar, que nada mais é do que: desunir, separar, repartir, dividir, isolar, como se na prática, dividisse uma sala em dois ambientes.
Me traz a recordação do muro que dividiu a cidade de Berlim em duas, a fim de evitar a emigração da população de Berlim Oriental para o lado Ocidental entre 1961 e 1989.
O final da história, todos nós já conhecemos.