(Leve mudança: todos com máscara!!!)
Alguns atos e fatos estranhos que vêm acontecendo mais recentemente, de certa forma atiçam a nossa capacidade de entendimento ou interpretação. Por exemplo, foi anunciada a nomeação de um novo Ministro da Saúde, o médico Dr. Marcelo Queiroga, em substituição ao Gen. Eduardo Pazuello. Convidado a comparecer ao Palácio do Planalto, na saída do encontro já houve uma entrevista com a imprensa, quando anunciou os seus planos de trabalho e fez referências à gestão do ex-ministro. Daí em diante, parecia ser o novo ministro de fato, mas, a Portaria de nomeação e publicação no Diário Oficial, não acontecia… E não é que no dia 23/03, oito dias após o convite, a posse ocorreu em ato simples e discreto, mas a publicação no Diário Oficial, nada! Até pouco tempo atrás a regra era clara: só após a divulgação do ato, o nomeado tomava posse!
Imagino que surpreendeu, também, a quantos ouviram o pronunciamento do Presidente da República na última terça-feira, e nele identificaram na voz a iludida entonação de fé de um novo convertido a novos princípios de combate ao Coronavírus, numa linguagem subitamente pacífica, e palavras coerentes e equilibradas, com um foco concentrado na mensagem da “vacinação em massa do Brasil” e que “somos incansáveis na luta contra o Coronavírus”! Surpresos? O que uma nova fé é capaz de produzir nas pessoas…! No entanto, pela tradição de voltar atrás no que diz, sempre, pouca credibilidade inspirou essa repentina mutação… ou vamos chamar de mudança, porque essa outra palavra pertence ao tal vírus, do momento.
Tudo indica que a nova postura do governo, tanto no campo de algumas iniciativas sobre as vacinas, como no uso do linguajar menos agressivo e debochado com a tragédia, como sempre o fez, obviamente que o mérito deve estar em algum Assessor mais moderado, ou até mesmo na boa contribuição dada pelos novos Presidentes da Câmara e do Senado, Dep. Artur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente. Ambos, sugeriram a criação de um “Comitê Nacional Anticoronavírus” que ficaria assim formado: os dois Presidentes do Congresso, os Ministros do Governo, o Procurador Geral da República, Governadores dos Estados, um representante da área Científica, e sob a presidência do Presidente da República.
Vale observar que a ideia do Comitê deveria ter sido a primeira medida a ser adotada em março de 2020, e não um ano depois de atingirmos os números alarmantes atuais, acima de 3.000 mortes/dia e acima de 300.000 vidas perdidas. Ao justificar o estágio atual do combate à Pandemia, acho que não foi nada feliz a frase dita pelo Presidente: “[…] graças às ações que tomamos logo no início da pandemia”! Quais? Por sua omissão, foram os Governadores e Prefeitos que partiram na frente!
Importante lembrar que politizaram a Pandemia, colocando o pleito de 2022 em primeiro plano, tão bem evidenciado no bate-boca permanente entre o Governador de S. Paulo e o Presidente da República, até então os únicos pré-candidatos na próxima eleição. Só agora que têm a triste figura de um fantasma do passado a perturbar o sono deles, é que pensam em ações unificadas e coordenadas em nível nacional.
A expectativa é que os Governadores politicamente contrários, inevitavelmente serão excluídos do processo, e assim não haverá unidade nas ações de combate ao vírus em nível nacional, em prejuízo do povo brasileiro. Isso permitirá a triste conclusão de que houve realmente “UMA FALSA CONVERSÃO”, porque os interesses políticos de ambas as partes estarão acima do interesse pela vida. Para muitos, uma conversão difícil de acreditar!
Esse é o Brasil, um país conhecido pela solidariedade? Não, essa é a sanha pelo poder a qualquer custo, ainda que seja em sacrifício de vidas inocentes. E não cabe outra palavra para finalizar: está na hora de ter vergonha na cara! Pegue a carapuça em quem pegar.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público de Salvador – BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 28/03/2021
14 Comentários
Caro Agenor, mais uma vez, sua crônica foi muito bem pontuada em todos os aspectos. Analisando as repentinas mudanças de algumas das nossas autoridades, lembrei-me de uma das características do camaleão (répteis pertencentes à família Chamaeleonidae) que, dependendo do ambiente, muda cor para preservar a sua segurança, ao contrário dos nossos representantes que mudam até de personalidade, conforme suas conveniências pessoais. Lamentável.
Nota 10 para esta sua crônica Agenor. Parabéns!! (Salvador-BA).
Muito bom! Parabéns! (Salvador-BA).
Excelente reflexão irmão, mas, nunca devemos esquecer que somos IGNORANTES de inteligência. (Rio de Janeiro-RJ).
Duas palavras para descrever essa falsa conversão: EFEITO LULA. Ele tem medo, a corrida presidencial antes da decisão de Fachin, era simples, ele iria ganhar de novo (infelizmente). Não pode esquecer que BolsoDoria existiu e ainda vive. As vacinas se tornaram objeto político, e nessa brincadeira ideológica morreram milhares de pessoas. As vacinas entram na discussão uma do Butantã e outro do astronauta que anda com terraplanistas. O egoísmo continua em alta, mas como não ser… Você olha para um governo federal que está se lixando ( não tenho o que reclamar do governo estadual e municipal), que não liga pra comprar vacinas e nem atitude contra o COVID, ou você se junta com amigos e paga 600 pilas para vacinar você e sua família.
Desejo que o efeito Lula continue surtindo resultados, até porque o próprio Lula não para!!
Esta nova posição de Bolsonaro é tão frágil que nao dura muito tempo. Em breve teremos de volta o verdadeiro. Que Deus nos ajude! (Salvador-BA).
Que o Grande Arquiteto do Universo nos ilumine, para sabermos decifrar as palavras de nossos governantes; e nos defenda das maldades embutidas em cada dessas palavras. Quanto ao PR, como conhecedor das regras de sobrevivência, sabe, muito bem, utilizar-se do mimetismo, pra não dizer de arte e manhas.
Você, como sempre, com uma crônica bem atual para o momento. Parabéns! (Salvador-BA).
Texto maravilhoso! Concordo plenamente com seu pensamento, CL. (Irecê-BA).
Permita-me sugerir substituir no texto o “triste figura de um fantasma do passado” por
“líder político reconhecido internacionalmente”. No mais, perfeito!! (Salvador-BA).
Muito bom! Parabéns, amigo Agenor! Pela clareza do texto e a boa colocação das palavras, sobre o que é a balbúrdia desse governo. (Rio de Janeiro-RJ).
Oi, Agenor. Gostei de sua análise. Vamos ver – desconfiados – no que vai dar. (Salvador-BA).
Duas palavras para descrever essa falsa conversão: EFEITO LULA. Ele tem medo, a corrida presidencial antes da decisão de Fachin, era simples, ele iria ganhar de novo (infelizmente). Não pode esquecer que BolsoDoria existiu e ainda vive. As vacinas se tornaram objeto político, e nessa brincadeira ideológica morreram milhares de pessoas. As vacinas entram na discussão uma do Butantã e outro do astronauta que anda com terraplanistas. O egoísmo continua em alta, mas como não ser… Você olha para um governo federal que está se lixando ( não tenho o que reclamar do governo estadual e municipal), que não liga pra comprar vacinas e nem atitude contra o covid, ou você se junta com amigos e paga 600 pilas para vacinar você e sua família.
Desejo que o efeito Lula continue surtindo resultados, até porque o próprio Lula não para!!
Quem sabe a topada não melhora a visão e o caminho? (Salvador-BA)