Nossa homenagem a esses dois médicos, falecidos pelo COVID-19
É motivo de grande perplexidade para todos nós, o fato de que, mesmo decorridos quase nove meses do surgimento da primeira vítima do vírus COVID-19, em Wuhan, anunciado pelo governo da China em 31/12/2019, e seis meses depois do anúncio pelo Ministério da Saúde (26/02/2020), da sua chegada ao Brasil, ainda persistem, aqui e no resto do Mundo, as angustiantes dúvidas quanto aos medicamentos usados no tratamento das pessoas infectadas, já popularizados com o nome de “protocolo”. É evidente que se os números da estatística indicam que há recuperados, significa que algo de positivo tem sido ministrado, apesar da controvérsia dos infectologistas do mundo inteiro. Apesar de leigo no assunto, tenho certeza de que água e soro não são suficientes para combater tão grave doença.
Impossível não concordar com as muitas insinuações correntes de que “politizaram a pandemia”, bem como não se indignar com a maligna corrupção que campeia livremente na manipulação dos recursos disponibilizados em defesa da saúde pública. São atitudes desumanas e de uma insanidade tão criminosa que estão a reclamar a urgente implantação de uma nova “Operação Lava Jato da Pandemia”, e com poderes para penalidades mais severas e menos recorríveis. Historicamente, a maioria dos crimes contra o erário terminava em pizza, mas, as boas práticas da Lava Jato precisam ser preservadas, para a punição desses covardes criminosos do colarinho branco.
O número de 107.000 mortos no país é uma cota assustadora. O aparente consolo encontrado por alguns segmentos é minimizar a dimensão real da tragédia, defendendo posições radicais de que esses registros são manipulados ou artificiais. Lembrar que nas pesquisas divulgadas pelas empresas especializadas, ao anunciar os resultados costumam atribuir uma margem de erro para mais ou para menos. Convenhamos que possa haver erros ou excessos em eventuais diagnósticos, mas é impossível encobrir o sol com a peneira. Acho que é brincar com coisa séria!
E o que dizer de médicos jovens perdendo suas vidas, a exemplo do neurocirurgião mineiro Dr. Lucas Pires Augusto (foto acima), que perdeu a vida no último sábado, 08/08, aos 32 anos de idade? Um herói que teve a dignidade de escrever antes de morrer: “Peguei essa doença fazendo o que amo, cuidando dos meus pacientes com amor e dedicação. Faria tudo outra vez”! E a dor e o sentimento de tantas famílias não devem ser respeitados, mesmo que se pretenda defender um governo, ou acusar a parcialidade da imprensa? Vamos conter os exageros!
Estamos diante de uma calamidade mundial e não apenas brasileira. Isso não quer dizer que o fato inspira acomodação ou que o flagelo seja encarado como naturalidade, porque cada povo pagará pelo maior ou menor grau de responsabilidade na forma de se cuidar. Nunca esperar, apenas, pelas ações de governo, mas fazer a sua parte, observando sempre os protocolos e orientações preventivas existentes.
Merecem o nosso apreço e admiração os pesquisadores que estão empenhados na busca pela vacina adequada ao combate desse vírus, já tendo 166 em desenvolvimento no Mundo, e apenas 6 já na última fase de testes, a chamada Fase 3. Estão avançados na pesquisa o Reino Unido, China, Estados Unidos e Alemanha, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde-OMS. Embora a Rússia já anuncie a utilização da sua vacina, consta que ela ainda está no Teste 1.
Assim, entre verdades e mentiras, vamos ficar do lado da nossa esperança maior, que é a vacina verdadeira e que vencerá esse infortúnio invisível e destruidor de vidas!
Autor: Adm. Agenor Santos, Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 16/08/2020
9 Comentários
Hoje, nesta manhã, logo cedo, sob clima de ansiedade, aguardando sua costumeira crônica. Ao chegar, li com muita atenção, não requerendo esforço na interpretação do texto, graças a clareza da sua redação e cadenciada e com logica de raciocínio, nos puxando para seguir adiante com a leitura. Meu respeitável cronista, ainda estou sob os efeitos da vibração reverberada por seu texto, que traz a sensibilidade forjada ao longo da vida, imprimindo em nós a esperança e certeza de um amanhã melhor do que hoje, quando aborda o caso do médico mineiro. Sua crônica, traz caprichosamente a marca do equilíbrio e da imparcialidade na abordagem dos fatos, caminhando sobre a esteira da verdade, ficando distante, além da linha do horizonte, da politicagem que impediu que estivessem do mesmo lado do “cabo de força” contra o vírus, o Presidente, os Governadores e os Prefeitos. Entretanto, o que se viu foi governadores e prefeitos, no lado do cabo de força onde estava o vírus – aconselhado fique em casa – “procure o médico somente quando sentir falta de ar”; “mascaras devem ser usada apenas por médicos”; “vamos seguir a ciência representada pela OMS”; ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina e jujuba é a mesma coisa; “devemos ficar em casa e aguardar a vacina” e, finalmente, ao se chegar às 100 mil mortes, montaram o palanque politiqueiro da “comemoração” insensíveis ao sofrimento dos familiares, fazendo de conta que não tinham nada ver com isso – a culpa é unicamente do Presidente. (Salvador-BA).
É isto mesmo, Agenor. Poucas verdades e muitas mentiras, além dos canalhas que não têm escrúpulos em valer-se de uma crise de saúde de tão vasta extensão mundial para roubar. Parece que a ganância e o mau-caratismo de muitos não tem limites, mesmo que os próprios autores se encontrem na esteira de serem alcançados pela morte. (Salvador-BA).
Como nosso país continental podia dar certo este combate a pandemia com a decisão do stf em delegar aos mais de 5 500 prefeitos e 27 governadores este combate? Nos municípios com boa administração pública e conhecimento médico poderia ter certo sucesso, porém deveria de cima para baixo e começar pelo Federal, estadual e municipal. Cada um com seu tempo próprio e outros nem tanto, girou este absurdo de a curva subir e manter num patamar de 1 mil mortos diários há 90 dias! Nos outros países a curva subiu e logo começa a descer. Além de ainda termos 3,5 milhões de infectados e multiplicando 5 ou 10 vezes, só aí ainda teríamos quase 200 milhões de pessoas com risco do COVID!! Vamos continuar nos protegendo sempre para proteger os outros! (Alagoinhas-BA).
[email protected]
Palavras de verdade! (Irecê-BA).
Muito bom! Nem mesmo as estatísticas são confiáveis já vi vários estudos que comparam a estatísticas oficiais de óbitos de anos anteriores que comparadas com os números atuais desmentem as atuais estatísticas – vá saber onde tem mentiras e corrupção só o diabo pra saber qual a razão. (Salvador-BA).
Mano Agenor, creio que ouvimos mais mentiras do que verdades sobre essa pandemia… (Assis Chateaubriand-PR).
Certa vez eu vi a frase de um empreendedor Flávio Augusto, que cabe muito bem aqui no contexto: “Uma mentira repetida insistentemente jamais se tornará uma verdade. Não existe uma versão de uma mentira e tampouco uma versão de uma verdade. Mentira é mentira e verdade é verdade. Ponto. Políticos, parem de tentar subestimar minha inteligência”.
Parabéns pela crônica. (Salvador-BA).
Parabéns nobre colega pela sua sensatez em um dos momentos mais difíceis da humanidade… O dr. Lucas atuava em um hospital na cidade de Ivaiporã, aqui no Paraná. Muito triste… (Curitiba-PR).