Por mais que se tenha a tolerância e a compreensão de que o atual governo está diante de números ainda confortáveis no placar dos dias corridos, de 76 versus 1384 que ainda faltam até o final da jornada, alguém precisa lembrar a toda a equipe que o tempo urge com rapidez, e que em um abrir e fechar de olhos… acabou! Assim, as ações precisam ser otimizadas e os instrumentos de comunicação adquirirem um foro mais elevado e oficial, e não através dos “mimimis” das Redes Sociais, inadequados e inaceitáveis, como fartamente vem acontecendo, especialmente pelo próprio Chefe de Estado, se é que é ele mesmo que posta tantas doideiras, para não empregar palavras menos adequadas.
Nesse curto espaço de tempo, nunca se imaginou que uma oposição fragilizada em todos os sentidos, fosse agraciada com tantos subsídios de elementar primarismo desse tipo, e não por falhas de atos oficiais, o que lhe tem permitido uma inesperada sobrevida no cenário político.
Ainda que as Redes Sociais tenham sido um eficaz instrumento no resultado da última campanha eleitoral, é difícil entender como diante do universo de tantos problemas nacionais, além das muitas Reformas que dependem de decisões oficiais do Estado, o nosso Presidente encontre tempo para se expor através desses canais e gerar críticas negativas de grande repercussão, até no exterior. Foi de uma infelicidade mórbida divulgar e comentar vídeo pouco decente de fatos do último Carnaval, sem a percepção da total inutilidade dessa iniciativa. Ao que parece, tem faltado ao Presidente uma Assessoria competente e corajosa para conter o seu ímpeto de loquacidade e sugerir mais moderação nas atitudes, de modo a assegurar o respeito e a dignidade exigida para o cargo. Já é hora de S. Excia. pensar mais o que fala e falar menos o que pensa!
A liberdade de poder expressar essas contrariedades, contudo, permite-me assegurar que, pelo tempo relativamente curto da administração e os percalços aqui ponderados, não vejo, ainda, motivação para pregar o caos e projetar a descrença total nos ajustes desejados pela população. É óbvio que a valorização e exaltação dos aspectos negativos pela imprensa e opositores, tendem a superar e ofuscar as providências saneadores já adotadas em alguns setores, a exemplo da anunciada redução de 21.000 cargos comissionados.
O que mais causa preocupação é o convencimento histórico de que a aprovação de qualquer reforma ou instrumento legal pelo Legislativo, tem sempre um preço, e isso deprime a todos. Pode não ser verdadeira a especulação de que o Governo vai disponibilizar a liberação de UM BILHÃO DE REAIS para Emendas Parlamentares, e recorrer a um suspeito e irreal BANCO DE TALENTOS para nomear novos Servidores, naturalmente por indicação dos Senhores Parlamentares. Se isso se concretizar, significará a simples troca de SEIS por MEIA DÚZIA, porque se tornou fantasiosa a redução do quadro funcional federal!
Além do pesado fardo da aprovação das reformas, existe, ainda, o peso morto de alguns ministros figurativos que o governo carrega sobre os ombros – leia-se da Educação e do Turismo -, para os quais já é hora do Presidente ser mais determinado e lembrar das palavras de Jesus, quando disse: “[…] aquele que comigo não ajunta, espalha” (Lucas 11:23).
Em paralelo a todo esse cenário, a sociedade brasileira vem vivenciando nos últimos tempos episódios trágicos e de grande impacto, antes impensáveis no País. Era comum se ouvir do brasileiro, que o Brasil era felizardo porque não sofria aqui dos efeitos de tragédias comuns em outros países do Mundo, como terremotos, maremotos, tsunamis, vulcões em atividade frequente, massacres, etc. Hoje, as tempestades por aqui têm tido características de tsunamis (a exemplo da tragédia agora em S. Paulo), destruição frequente de barragens com muitas vidas perdidas, mortes em escolas (como em Suzano), etc. Sem falar na violência crescente e diária contra a Mulher. Grande tristeza!
Espera-se, como compensação a todos esses tristes acontecimentos, que a mente daqueles responsáveis pelos destinos deste país seja dominada por uma reflexão mais profunda, e que se trabalhe mais e fale… UM POUCO MENOS!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil (Salvador-BA).
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 17/03/2019
7 Comentários
Um aspecto da comunicação atual na imprensa brasileira tem sido a parcialidade. E assim, observamos jornais com tom absolutamente crítico, outros moderados mas no geral notícias importantes deixam se ser divulgadas ou acabam deturpadas. E acredito que a sua justificada preocupação, Agenor, seja amenizada por fatos como as privatizações que já estão em curso, o simbólico fim de 21 mil cargos e o excelente projeto de reforma da previdência. Noticiados com um tom áspero pelos jornalistas. Mas vejo nas redes sociais um grande apoio ao atual presidente mesmo com alguns comentários desnecessários.E críticas inconsistentes como a que surgiu considerando que a recente tragédia escolar foi motivado por uma incitação ao ódio pelo presidente. A divisão política nunca foi tão forte como agora entre os que não aceitam o atual governo e os que o apoiam incondicionalmente. Mas acredito que o Brasil ganhará com este embate de idéias. Pois muitos tinham a esperança de uma mudança radical. E agora a temos. FOZ DO IGUAÇU
Eu também concordo. Campanha eleitoral é uma coisa, o exercício da presidência é outra e muito mais séria. Falta um conselheiro prudente (ou ele existe e o Bolsonaro não aceita, pretendendo continuar fazendo o que vem à cabeça). Ele tem que ser mais comedido, mais austero, assim o exige o peso do cargo. Como diziam os romanos: ” mulher de Cesar não basta ser honesta, tem que parecer honesta”. Agora vem a informação de que as postagens são feitas pelo filho, Carlos, em nome do pai.
Era hora do pai pedir ao filho mais moderação. Eu acho que o Bolsonaro se inspira no Trump que usa as redes sociais até para desautorizar ministros. Nada impede que use, mas que se conscientize que agora é o Presidente da República, e há o que se habituou dizer: “a majestade do cargo”. Bem colocada a crônica. (SALVADOR-BA).
Parabéns!!! Sua crônica hoje reflete o que milhares de brasileiros pensam. Há toda uma liturgia no cargo da Presidência que precisa ser observada e seguida. Mais da metade da população brasileira depositou nele suas esperanças de um país melhor: até agora, salvo engano meu, ainda não se viu nada de concreto!!! (SÃO PAULO-SP).
Parabenizo o irmão e amigo pela lucidez e imparcialidade de tuas crônicas. Para quem o conhece, há tempos, não é surpresa. Apenas, quero manifestar a felicidade de vê-lo contribuindo, também, através da imprensa, para uma conscientização política sem paixão. (IRECÊ-BA).
Muito bom, meu irmão! (SALVADOR-BA).
Sábias palavras, seu Agenor, parabéns! (UAUÁ-BA).
Você sempre apresenta um caso que se amolda como verdadeiro paradigma, mas, a própria história conta que aqueles que na vida inteira tentaram, mas nunca conseguiram, como o nosso ídolo Rui Barbosa, que era símbolo de competência para todos brasileiros. Filósofo, advogado, tribuno impecável, orador capaz de empolgar milhões de ouvintes com suas palavras, não conseguiu em duas pugnas eleitorais, a conquista que lhe permitisse governar o nosso país. Galgou cargos relevantes, maior exemplo nacional de sucesso na cultura, inteligência rara de nosso país, vitorioso para o Senado, mas, fracassou para Presidência da República.
Lamentavelmente, poucos são os homens desprendidos e austeros, dedicados à política como ciência capaz de engrandecer a alma e cobrir de virtudes as ações humanas. O espírito público, o desejo de servir ao povo, a capacidade de olhar o interesse geral antes do particular não tem sido uma qualidade encontrada, amiúde, na espécie humana. Os que se destacam por meio dessas virtudes, estão atuando em outros setores e poucos, muitos poucos, são os que se lançam nesse mister de contribuir para o engrandecimento da ordem social. (MANAUS-AM).