Juliane dos Santos Duarte e Marielle Franco da Silva, não se conheciam, mas tinham muito em comum. As duas vieram de classes sociais desfavorecidas, eram negras e homossexuais, e compartilhavam princípios semelhantes de dever social. Ambas decidiram servir as suas comunidades, escolhendo a justiça como instrumento de trabalho.
Enquanto Marielle protegia o povo fazendo leis, Juliane dos Santos Duarte defendia a sociedade aplicando essas leis. Elas fizeram um juramento muito parecido nos seus respectivos primeiros dias de trabalho:
“Juro dedicar-me integralmente ao serviço da pátria, cuja honra, integridade, e instituições, defenderei, com o sacrifício da própria vida”, disse Juliane.
“Prometo cumprir e fazer cumprir as leis em vigor, exercer com patriotismo com honestidade com espírito público o mandato que me foi concedido e promover o bem público”, disse Marielle.
Infelizmente houve mais uma última coincidência na história tão parecida dessas duas servidoras. Marielle e Juliane foram assassinadas a tiros por grupos de extermínio, e encontradas dentro de carros: a primeira no banco traseiro, e a última no porta-malas.
Se esse já não fosse um final suficientemente trágico, alguns grupos sociais conseguiram piorar ainda mais essa situação.
As mesmas ONGs, órgãos de imprensa, entidades nacionais e internacionais que, de forma correta e adequada, se indignaram e se mobilizaram quando Marielle foi assassinada, agora optaram por se calar. O motivo desse silêncio constrangedor? Juliane é uma Policial Militar.
Os hipócritas de plantão não percebem que ao ignorar a barbárie à qual Juliane foi submetida, desrespeitam a memória e os valores defendidos no juramento de Marielle, colocando em risco de busca de justiça defendida pela vereadora carioca.
As pessoas que apenas criticam e não reconhecem as ações das nossas Forças de Segurança pública, são as mesmas que não hesitam em ligar para a Polícia Militar, implorando ajuda, quando seus gatinhos sobem numa árvore e não querem descer. Os gatinhos conhecem bem seus donos e devem ter boas razões para ficar na árvore e não voltar.
Tanto no caso de Marielle quanto no de Juliane, o que se espera do governo e das Forças Policias, é uma reação enérgica e categórica. Um ataque mortal contra nossas duas representantes do Estado, é um ataque fatal contra o Estado.
O Estado não pode ser refém do crime, e muito menos cometer a irresponsabilidade de negociar e fazer acordos com criminosos. Milícias, traficantes e assassinos não devem assumir o papel de um governo eleito. Se nossos políticos não estão fazendo a parte deles, compete a você fazer a sua: vote de forma consciente.
Ao eleger os habituais canalhas, corruptos e mentirosos de sempre, você será o responsável por manter uma sociedade canalha, mentirosa e corrupta. A regra é fria e imutável: não espere resultados diferentes se você sempre fizer a mesma coisa.
Juliane dos Santos Duarte e Marielle Franco da Silva entenderam isso com clareza, e cada uma decidiu agir para proteger a sociedade. Faça o mesmo e aja. Honre a vida, a luta e a morte destas duas guerreiras. Não permita que grupelhos tratem essas duas mulheres de formas diferentes. Não empodere pessoas que possuem pesos e medidas diferentes para as mesmas situações. Um dia, essa lógica Kafkiana pode se voltar contra você.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 08/08/2018