A delação do ‘fim do mundo político’, que é como está sendo chamada a delação dos executivos da Odebrecht, está pronta para ser assinada. São quase 80 executivos que vão contar tudo o que sabem. E muitos políticos devem ser citados: fala-se em cerca de 200 nomes, dos mais variados partidos.
Os advogados dos executivos da Odebrecht já estão em Brasília para a assinatura dos acordos de delação premiada – a mais temida entre os investigados na Lava Jato. Não é para menos: nos depoimentos pré-delação, os executivos da empreiteira citaram mais de 200 nomes de políticos, de todos os grandes partidos.
A assinatura é o que falta para que os dirigentes e funcionários da empresa detalhem o que já disseram ao Ministério Público e apresentem provas do que sabem sobre o esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. Quase 80 executivos, incluindo os donos da empresa, Emílio Odebrecht e Marcelo Odebrecht, pai e filho, devem prestar depoimento.
Depois de ouvir os executivos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai enviar esse material ao Supremo Tribunal Federal para o que ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, homologue as delações.
O ministro também vai separar os trechos que citarem pessoas, políticos com e sem foro privilegiado e mandar para a procuradoria e para a primeira instância. Após essa etapa, o Ministério Público vai definir quem será ou não denunciado à Justiça.
O que falta para a assinatura da delação dos executivos é o acordo de leniência da Odebrechet – uma espécie de delação premiada da empresa. A leniência também envolve os Estados Unidos, porque parte dos crimes foi cometida em obras fora do Brasil. O que os procuradores precisam acertar é quanto da multa a ser paga pela empresa – estimada em US$ 2,5 bilhões, vai ficar no Brasil e quanto vai para os Estados Unidos.
Fonte: http://g1.globo.com – Letícia Oliveira
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 24/11/2016