Num desses domingos passados, já do presente ano de 2024, em pleno carnaval, completei primaveras, e despertei naquela bela data, lembrando de fatos distantes que não mais se repetirão, e foi, sem dúvidas, um momento nostálgico…
Quase nas primeiras horas daquele dia feliz, recebi um telefonema de um amigo do Rio de Janeiro, que nunca havia me cumprimentado, mas, esse ano, resolveu vasculhar as anotações numa agendinha de sua saudosa mãe e lá o meu niver estava motivando sua ligação que sem dúvidas, foi um belo presente.
Teve ainda para completar, um post do instagram que dizia: “O tempo passou e me formei em solidão”. Ao ler aquele textinho viajei no passado pelas suas lembranças desde as visitas que as famílias faziam umas às outras, inclusive sem avisar, geralmente no final da tarde. Lembrei até a figura do compadre e da comadre, e ainda dos antigos professores que tinham carta branca das famílias na educação dos seus filhos…
Naquela época não tinha modernidade, mas tinha fraternidade; não tinha eletricidade, mas tinha a boa vontade; não tinha e-mail, mas tinha correio ou aquele mensageiro que dava seu jeito para fazer a notícia chegar…
Era tudo muito simples. Ao mesmo tempo era mais gostoso de se viver. Tinha banho de chuva, tinha noites de luar, tinha aquela conversa na porta da casa logo após o jantar, tinha vizinhos que se tornavam verdadeiros familiares. Eu mesmo tive alguns, inclusive passados de geração em geração… Ninguém se apertava, uma mão lavava a outra na forma de dizer, não estou dizendo que a vida era um mar de felicidade, mas, existe um diferencial da vida atual, onde a máquina dá o tom de tudo. Isso era diferente, sim!
E atualmente como se vive com tanta tecnologia? Como se namora? Como se estuda? Como são os almoços aos domingos na casa da avó? Como são aqueles “babas” (futebol) cujos times eram formados de acordo com os amigos mais chegados? Isso ainda existe?
Mas, mesmo ainda bem lá atrás, as mudanças começaram a acontecer e alguém escreveu algo sábio quando disse que, “o futuro não é mais como era antigamente”, e realmente não é.
Costumo ler sempre sobre a hegemonia que foi a 4ª Revolução Industrial para o mundo, e aí me pego vendo a força das transformações de tudo que aconteceu até chegar numa palavra de um poder imenso chamada reengenharia, e depois outra mais, chamada internet.
Daí em diante a transformação foi avassaladora, onde tudo passou a depender da tecnologia e suas soluções, de sua velocidade e porque não dizer de suas exigências imediatistas em todos os setores da vida. Assim sendo, quem não evoluiu, sucumbiu, quem não se modernizou, quebrou, quem parou no tempo a vida não perdoou, e o levou…
Quem diria que, aquele carrinho de madeira ou de latas, nossos brinquedos da infância, fosse substituído um dia por um big aparelho celular, onde as crianças dominam mais do que os próprios pais! Quem diria que, aquela carta perfumada enviada ao amor distante, que demorava no mínimo dez dias para chegar ao destino, fosse trocada por um simples click onde em fração de segundos a mensagem é recebida no lugar mais longínquo do mundo…
Em quaisquer áreas da vida, existe a nostálgica saudade confrontando com uma realidade dominante da tecnologia, presente em tudo que se possa imaginar, e que aqui nem precisa citar.
Podemos a isso chamar de uma briga entre passado e futuro? Ou da Nostalgia versus a Tecnologia? Fique à vontade para opinar!
Palavra final: “Existem CEOs de empresas que quando se aposentam até as outras o agradece e elogia pela concorrência inspiradora”!
Acord@dinho – Um juntador das palavras.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
3 Comentários
Boa noite Caro Acord@dinho!
Depois de refletir sobre tudo que voce trouxe neste artigo, não restou nenhuma duvida para responder as suas duas perguntas: Podemos a isso chamar de uma briga entre passado e futuro? Ou da Nostalgia versus a Tecnologia?
Sem chute, a resposta é as duas.
Meu amigo @acordadinho, procuro palavras para expressar o quão prazeroso é fazer as leituras dos seus textos. De sentimentos as reações, uma coisa é fato: se fizesse um livro leria com todo prazer do mundo! Seus textos para eu, nada mais é que um presente da vida! Obrigada.
Caro Acordadinho,
Você foi muito feliz ao escrever algo sobre os dois tempos, com tanta leveza e autenticidade! A boa relação com os vizinhos, o ato de sentar na porta da rua para um bom papo e fofocar sobre os que passam ! Hoje ninguém vai para a porta da rua e sentados na sala estão todos no celular, principalmente os jovens.
Mas, não se pode rejeitar as maravilhas da moderna tecnologia, que trouxe muita coisa boa, principalmente para as novas gerações.
Parabéns, uma beleza a sua crônica!