Um promotor do Rio Grande do Norte vem incentivando um fim polêmico para os jumentos que estão abandonados em cidades do interior do estado: alimentação, em especial, churrascos. Ele defende também o consumo de leite de jumenta e produção de derivados.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, Silvio Brito, promotor da cidade de Martins (a 380km de Natal) acredita que o abate aumenta a “potencialidade econômica” do animal. Ele também se disse frustrado com a “falta de visão das pessoas sobre o assunto”.
Antes utilizado como meio de transporte, os jumentos foram substituídos por motos. Por isso, ficaram abandonados. A ideia do promotor, no entanto, vem causando controvérsia entre defensores dos direitos dos animais.
Um grupo de empresários do estado tem interesse de importar cabeças de jumento para a China. Eles calculam que seria possível exportar 10 mil cabeças por ano. No entanto, a ofertas proposta pelos chineses, de R$ 900 por animal, foi considerado baixo.
A iniciativa, porém, não é nova. Nas décadas de 70 e de 80, um frigorífero de Pernambuco os vendia por valor equivalente a R$ 30 por cabeça.
“Durante alguns anos, centenas de caminhões saíram do Ceará, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba com direção a Pernambuco para serem exportados para o Japão. Em uma década, a população de jumentos foi reduzida em 80%”, relembra Brito.
Exportação de jumentos para China geraria receita de US$ 3 bilhões – Os animais são usados no País asiático na indústria alimentícia e na fabricação de cosméticos.
Se a intenção manifestada pela China de importar 1 milhão de jegues por ano do Brasil, conforme disse um empresário chinês à ministra da Agricultura Kátia Abreu, nesta quarta-feira, 18, o negócio geraria ao Brasil uma receita de US$ 3 bilhões, considerando o preço médio dos asnos exportados este ano.
Durante missão na China, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, recebeu a demanda inusitada. Os animais são usados no País asiático na indústria alimentícia e na fabricação de cosméticos. O Brasil já faz essa exportação, mas em uma escala reduzida. Em 2015, foram vendidos 1,2 toneladas, o equivalente a US$ 15,4 mil.
A história foi relatada pela própria ministra pelo microblog Twitter. “No seminário dos empresários chamou a atenção um investidor com um interesse que nos pareceu piada, mas não era. Ele quer importar jumentos para a China”, relatou. “Inacreditável, mas sua demanda é de 1 milhão de jumentos ano. Morro e não vejo tudo”, disse a ministra.
Nesta quinta-feira, 19, ela voltou a falar no assunto e disse que errou, não eram jumentos, mas jegues. Apesar dessa correção, jegue é apenas outro nome para asno e jumento. A mula e o burro é que são diferentes, nascem a partir do cruzamento entre um jumento e uma égua. Se o filhote for uma fêmea, é chamada de mula; se for macho, é chamado de burro. “Propuseram-me a fazer, inclusive, uma cooperação para melhoramento genético de jegues”, relatou a ministra.
A China abate cerca de 1,5 milhão de jegues por ano, uma parte produzida no próprio país e outra na Índia. Apesar de toda essa demanda dos chineses, 2015 foi um ano fraco para a exportação do animal em comparação a outros anos. Enquanto neste ano as vendas ficaram em US$ 15,4 mil, em 2008 elas chegaram a somar US$ 309,3 mil, o equivalente a 22,4 toneladas. O recorde financeiro, no entanto, foi em 2010, quando o Brasil fez US$ 385,7 mil em vendas e desembarcou 14,9 toneladas de asnos no exterior.
As mensagens da ministra na rede social geraram comentários bem humorados e foram até usadas em trocas de ofensas entre militantes de esquerda e de direita. Alguns internautas, defensores de animais, se queixaram da demanda chinesa e classificaram a venda como “crueldade”.
Outra demanda diferente das demais foi a de uma empresa de fármacos, que quer 10 mil toneladas de casca de tangerina por ano para produzir óleos e essências. A ministra deixou a China e está a caminho do Brasil. Enquanto esteve no País asiático, a ministra fechou acordo para que sete plantas frigoríficas tenham autorização para vender para os chineses. Dessas, três são de carne bovina, duas de suína, e duas de frango.
Fonte: https://www.noticiasaominuto.com.br –
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 19/08/2016