Aos que não acreditam na cura de doenças fora do padrão convencional aqui vai uma experiência: andando hoje cedo na Jaqueira, como faço todos os dias, Oswaldo Fragoso, reformado como Tenente-Coronel do Corpo de Bombeiros, Pajeuzeiro de São José do Egito, me revelou que sofria de reumatismo juvenil até 17 anos de idade. Matuto e sem assistência adequada de saúde em nosso Sertão, ele recorreu a todo tipo de tratamento.
No desespero, porque nas crises brabas ficava até dez dias prostrado numa cama sem ir a lugar algum, chegou a comer ticaca, espécie da nossa região de cheiro repugnante. “Tudo que meu pai ouvia falar que poderia me curar eu usei”, relata. Quando parecia que a luz não iria acender no final do túnel, o pai de Fragoso recebe em casa uma visita de um matuto que curou seu filho, definitivamente.
Com qual remédio? Banha de Cascavel. Já ouviu falar? Não se espante! Eu também nunca havia tomado conhecimento de que veneno de cobra curava reumatismo. Entre um papo e outro na caminhada, Fragoso contou que seu pai andou o Sertão com botas de sete léguas a procura da banha de cascavel. “Era muito difícil, mas meu pai achou não sei aonde, mas achou. A receita indicava para engolir a banha da cobra em água morna e depois passar um pouco sobre o local da dor. Com 15 dias, estava curado”, conta ele.
Aos 74 anos hoje, Fragoso confessa, feliz da vida, que nunca mais soube o que é dor reumática. Pesquisando sobre cascavel, descobri que o Instituto Butantã mostra que mesmo os animais considerados mais peçonhentos podem ser úteis para a saúde humana. Uma toxina presente no veneno da cascavel foi eficaz no combate às células tumorais envolvidas no desenvolvimento do câncer de pele.
A substância, conhecida como crotamina, ajudou a controlar a doença em ratos de laboratório. O mesmo composto é usado pela serpente na paralisação de suas presas. A toxina entra rápido nas células. E, em testes de laboratório com camundongos, os pesquisadores perceberam que a crotamina prefere as células que se dividem rápido, como as do melanoma – conhecido como câncer de pele.
As cascavéis possuem um chocalho característico na cauda e por razões não bem entendidas, em vez de sair completamente de sua pele antiga, mantém parte dela enrolada na cauda em forma de um anel cinzento grosseiro. Com o correr dos anos, estes pedaços de epiderme ressecados formam os guizos que, quando o animal vibra a cauda, balançam e causam o ruído característico.
Embora no conceito popular o número de anéis do guizo às vezes é interpretado como correspondente à idade desta cobra, isto não é correto, pois no máximo poderia indicar o número de trocas de pele. A finalidade do som produzido pelo guizo é de advertir a sua presença e espantar os animais de grande porte que lhe poderiam fazer mal. As cascavéis alimentam-se principalmente de pequenos roedores, mas podem fazer uso de seu veneno para fazerem outras vítimas, como pequenas aves, coelhos, lagartos, e, eventualmente, outras serpentes.
Fonte: http://caldeiraopolitico.com.br
Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 09/05/2020