A segunda noite de desfile do carnaval das escolas de samba de São Paulo na noite do último sábado (02) começou com um protesto contra a ganância do Brasil, teve lutas do povo negro, viagem ao Peru, reedução de tradicional samba e terminou já na manhã deste domingo.
ÁGUIA DE OURO
A Águia de Ouro abriu a noite depois de conquistar o título do Grupo de Acesso no carnaval de 2018 e a Gaviões da Fiel entrou no Anhembi já de manhã para fechar o desfile das escolas de samba.
De volta ao Grupo Especial, a Águia contou como o Brasil já foi explorado. A escola usou vampiros, urubus e ratazanas como símbolos da corrupção e através das paradinhas da bateria, o público cantava algumas partes do samba junto com a agremiação.
O segundo carro da escola retratou o luxo da corte portuguesa e a ala das baianas veio toda de dourado fazendo uma alusão às riquezas do país exploradas por Portugal.
Em uma sequência de alas, a Águia mostrou as atividades agrícolas brasileiras representadas pela cana de açúcar, extração da borracha e o cultivo do café. Já o último carro alegórico foi dedicado à exploração social, com várias crianças vestindo roupas rasgadas, representando a desigualdade social, a fome e a miséria no Brasil.
DRAGÕES DA REAL
O tema escolhido pela Dragões da Real, que cresce a cada ano no carnaval paulistano, foi o tempo. A escola fez uma viagem pelo passado, pelo presente e pelo futuro.
A escola apostou em relógios, ampulhetas e calendários, que foram retratados em diferentes alas para mostrar a contagem do tempo. O deus grego Cronos foi um grande destaque do carro abre-alas da escola, que foi mais uma a usar o cinema ao levar um DeLoren, carro usado nos filmes “De volta para o futuro”, como máquina do tempo e como referência “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, na comissão de frente.
No quarto carro, a escola mostrou como a modernidade transformou o homem em escravo do tempo. Além disso, Cacau Colluci foi musa da Dragões fantasiada de piloto.
MOCIDADE ALEGRE
Vice-campeã em 2018, a Mocidade Alegre busca o título com o enredo “Ayakamaé – As águas sagradas do sol e da lua”, uma lenda amazônica, em um desfile com cores fortes.
No desfile, a escola mostrou a história romântica em que o sol (deus Guaraci) e a lua (deusa Jaci) eram amantes que nunca conseguiam se encontrar. Por isso, a lua começa a chorar e, das suas lágrimas, nasce o Rio Amazonas.
O desfile não se prendeu apenas a contar a lenda e, à partir da história indígena, eles também mostraram o universo amazônico: a Piracema, o encontro das águas, o desabrochar da vitória-régia, o artesanato caboclo.
VAI-VAI
A Vai-Vai levou as lutas do povo negro para o Anhembi no quarto desfile da noite e aproveitou para homenagear em um mosaico Marielle Franco, com uma foto dela e a expressão “Marielle presente”, na ala “Eu tenho um sonho”. Luyara Santos e Anielle Franco, filha e irmã de Marielle, desfilaram.
A bateria se fantasiou de Pantera Negra, herói negro da Marvel. O carro abre-alas veio com seis sacrófagos que em determinados momentos se levantavam e de lá de dentro surgia um “faraó” fazendo uma coreografia.
A comissão de frente veio representando personagens bíblicos interpretados por negros. Grávida, Pathy de Jesus sambou ao lado de Miguel Lucca, um menino de seis anos representando Jesus.
ROSAS DE OURO
A Rosas de Ouro falou sobre a história da República da Armênia com o enredo “Viva Hayastan”, mostrando o país de 3 milhões de habitantes no seu território em um desfile de 65 minutos, tempo máximo que uma escola pode ficar na avenida.
Um dos principais destaques da Roseira foi o genocídio dos armênios, quando 1,5 milhão foram mortos pelos turcos há cem anos. Esse foi um dos temas principais da escola, lembrado inclusive pela comissão de frente.
A bateria veio representada com um dos maiores destaques da agremiação, Ellen Roche, fantasiada de militantes chamados Fedayners. Outro aspecto mostrando foi o fato do país ser considerado a primeira nação e adotar o cristianismo.
UNIDOS DE VILA MARIA
A penúltima escola a entrar no Anhembi foi a Unidos de Vila Maria, que fez uma viagem ao Peru em seu desfile. A agremiação mostrou a história do vizinho do Brasil desde suas origens até a cultura, a culinária e as belezas naturais do chamado “Império do Sol”.
A comissão de frente representava seres lendários da mitologia peruana, guardiões de Inti, metade passado e metade homem. A escola ainda veio com grandes carros, que exploraram diferentes aspectos da cultura do país. A segunda alegoria veio “puxada” por três Ihmas.
GAVIÕES DA FIEL
Já com o dia claro, foi a vez da Gaviões da Fiel desfilar. Com as arquibancadas ainda lotadas, a escola levou a reedição de seu samba-enredo de 1994 que fala sobre o tabaco.
O grande destaque da escola foi Sabrina Sato, que fez sua estreia como rainha de bateria da escola. Além disso, a comissão de frente veio com um diabo em embate contra um arcanjo, além de uma serpente e Jesus. Outra parte da escola retratou a conquista de direitos das mulheres.
A Gaviões veio neste carnaval com 3200 componentes distribuídos em 25 alas e cinco carros alegóricos. Em um desses carros, a escola mostrou a história de que a Rainha Catarina de Médici teria curado dores de cabeça usando rapé misturado em grãos de café.
Fonte: https://carnaval.ig.com.br
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 03/03/2019
1 comentário
CARNAVAL 2019 – MANCHA VERDE É A CAMPEÃ DO CARNAVAL DE SÃO PAULO.
A Escola levou o troféu com homenagem a Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares, e sua luta pelos direitos de negros e mulheres, tornando-se a grande campeã do carnaval 2019 de São Paulo.
É o primeiro título da escola. Vai-Vai e Acadêmicos do Tucuruvi foram rebaixadas.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/carnaval/2019/noticia/2019/03/05/mancha-verde-e-a-campea-do-carnaval-de-sp.ghtml