Seis escolas participaram do encerramento dos de desfiles do Carnaval do Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí, na madrugada e manhã desta terça-feira.
Na avenida, União da Ilha, São Clemente, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Portela e Mangueira, fazem a alegria dos foliões.
Confira como foi o segundo dia de desfiles do Carnaval do Rio:
UNIÃO DA ILHA
Primeira escola a pisar na Marquês de Sapucaí no último dia de desfiles do Carnaval do Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira, a União da Ilha do Governador levou o candomblé para a avenida. Com o enredo “Nzara Ndembu! Glória ao Senhor Tempo”, o foco da comunidade foi na cultura dos bantos de Angola.
Com 3,4 mil membros distribuídos em 31 alas, a União da Ilha se apropriou dos quatro elementos: terra, água, fogo e ar. As alas mostraram as tradições, lendas e deuses do “grande criador do universo” Nzambi Mpungu.
Mas apesar do desfile exuberante, a escola teve problemas com seu quinto carro e deve perder pontos no quesito evolução.
Destaques do desfile:
– O penúltimo carro parou diversas vezes na Sapucaí e fez com que a escola ficasse com “buracos” no desfile.
– Tânia Oliveira, rainha de bateria, representou uma pérola do mar.
SÃO CLEMENTE
A São Clemente não economizou no brilho em sua passagem pela Sapucaí. A segunda escola a entrar na avenida, nesta terça-feira, contou a história de um grande baile na Corte de Luís XIV, o Rei Sol, oferecido pelo então ministro do tesouro, Nicolas Fouquet.
Nada passou despercebido pela comunidade: as cores, o castelo, as roupas dos nobres, os músicos e até os talheres da festança que ocorreu em fevereiro de 1653 no palácio Vaux-le-Vicomte.
A São Clemente levou à avenida 30 alas, 6 carros alegóricos e 3 mil componentes. E com tranquilidade, terminou o desfile dentro do tempo regulamentar sem maiores problemas.
Destaques do desfile:
– A carnavalesca Rosa Magalhães, de 70 anos, que tem o maior número de títulos da Sapucaí, saiu no carro abre-alas, que representou a construção do palácio Vaux-le-Vicomte.
– A bateria fez algumas “paradonas” para deixar o samba-enredo apenas na boca dos integrantes da escola.
MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL
Terceiro escola a desfilar, a Mocidade aproximou a Sapucaí de Marrocos. Na avenida, a escola levou as tradições de Marrakesh, em cima do tapete de Alladin ou no barco de Simbad e personagens de “As Mil e Uma Noite”.
O colorido mágico e luxuoso do Oriente encantou o público do início ao fim. A bateria não apenas ditou o ritmo, mas também caiu no samba. Tinha até coreografia. A rainha de bateria simbolizava Iemanjá.
A Mocidade desfilou com 3,3 mil componentes, 33 alas e seis carros.
Destaques do desfile:
– A comissão de frente teve no céu um tapete voador e homens vestidos de beduíno que carregavam cestos de onde saíam odaliscas.
– Uma componente, que estava no alto de um carro, caiu no final do desfile. Uma parte do carro alegórico desmontou.
UNIDOS DA TIJUCA
Em desfile dramático, a Unidos da Tijuca teve sua passagem pela Sapucaí com traços de tragédia. O topo do segundo carro da escola desabou sobre os integrantes, que ficaram presos na estrutura. Ao menos, 16 pessoas ficaram feridas – duas em estado grave. Devido ao acidente, a escola parou com menos de 10 minutos na avenida.
O carro do incidente representava o jazz e o carnaval de Nova Orleans, a alegoria tinha cerca de 3 metros de altura.
Para contar a história da música norte-americana, a Tijuca contou em 28 alas e seis carros alegóricos. O desfile teve referências pop, com ícones da música como Elvis e Beyoncé, além de referências ao cinema e à cultura pop dos Estados Unidos. Ao todo. 3,5 mil componentes na avenida.
Destaques do desfile:
– Tijuca ficou quase parada por mais de meia hora. As alas tiveram que desviar do carro alegórico parada no início da Sapucaí.
– Como muitas alas tiveram que entrar na avenida antes dos carros, o desfile perdeu coerência, o que também pode resultar em notas baixas para a Tijuca.
PORTELA
Como um verdadeiro rio, a Portela fez o penúltimo desfile do Grupo Especial na madrugada desta terça-feira. E fez bonito. Com uma tentativa de quebrar um jejum de 33 anos sem títulos, a escola apresentou as histórias e mitos da água doce na Sapucaí.
A águia, símbolo da Portela, veio logo no início da apresentação. Majestosa, ela “tomava” conta de uma fonte de água.
Com 3,4 mil componentes espalhados em 31 alas, a escola passou pela Sapucaí sem problemas e se candidatou como uma das grandes favoritas ao título.
Destaques do desfile:
– Carros alegóricos e fantasias da escola jogaram água pela Marquês de Sapucaí.
– Com Bianca Monteiro em sua estreia como rainha de bateria, os ritmistas se trajaram como pescadores.
MANGUEIRA
A Estação Primeira de Mangueira vai tentar o bicampeonato com toda a ajuda que puder conseguir, principalmente dos santos. Com o enredo “Só com a ajuda do santo”, a escola trouxe para a avenida uma mistura de diversas crenças e religiões para representar a religiosidade do brasileiro. Destaques para o carro alegórico que trazia São Jorge e o seu dragão, e para a bateria vestida de São Francisco de Assis.
Apesar da vibração da torcida, o carro alegórico que transportava a cantora Alcione teve problemas mecânicos e acabou abrindo um buraco na evolução da escola, o que pode custar alguns pontos e acabar com o sonho do bicampeonato.
Com 3,5 mil componentes em 26 alas, seis alegorias e três tripés, a verde e rosa encerrou seu desfile com 71 minutos.
Destaques do desfile:
– Ao final do desfile da Mangueira, as pessoas que estavam nas arquibancadas da Marquês de Sapucaí desceram para a avenida e seguiram a escola. Uma espécie de blocos aos gritos de “é campeão!”.
– Aos 92 anos, o sambista Nelson Sargento desfilou como destaque em um carro alegórico da Mangueira.
Fonte: http://m.zerohora.com – ZERO HORA
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 28/02//2017