(PAPAI LEÔNCIO e MAMÃE BIBÍ)
ÁRVORE GENEALÓGICA SIMBOLO DA FAMÍLIA CARVALHO
Tudo começou em 11 de novembro de 1936 na Igreja Católica do povoado do Adro, situada no Pico da Serra do Município de Itiúba estado da Bahia, quando Leôncio Longuinho de Carvalho e Djanira Miranda de Carvalho, receberam a benção pelo seu matrimônio e deram inicio aquela união conjugal.
Ele, nascido em 21 de julho de 1911 na Camandaroba Velha e ela nascida em 09 de fevereiro 1909, no Pico da Serra Itiúba, ambos no mesmo município.
Na época, fixaram residência e deram inicio a constituição de sua família no povoado de Camandaroba velha, as margens do Rio Jacurici, município de Itiúba/BA.
No período de novembro de 1952 até dezembro de 1957, ele participou e trabalhou como funcionário do – DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, na fundação e construção do Açude da Camandaroba, nacionalmente conhecido como “Açude do Jacurici”.
Com o termino das obras do Açude, a família mudou-se para a Serra da Itiúba, tornando se um dos maiores agricultores da região, com especialidade na cultura e colheita das principais frutas caraterísticas do município, entre elas, Laranja, Banana, Jaca, Tangerina, Melancia e outras, além da plantação de Café, Milho, Feijão, Aipim e Mandioca, que utilizava na produção de farinha, bem como na criação de animais, especialmente os equinos, bovinos, caprinos e muitas aves.
Com o auxilio dos seus filhos (na época, os filhos participavam das atividades profissionais juntamente com os pais e não eram considerados como praticantes de “trabalhos escravos”), aos sábados, transportava a colheita e a produção da semana no “lombo da sua tropa” de burros, cavalos e jumentos (único meio de transporte da época – não tinha estradas e nem acesso para carros, carroças ou mesmo carro de boi), onde tudo eram comercializados na feira livre da cidade de Itiúba.
Em 1958, adquiriu uma gleba de terra no povoado de Pedrinhas, no mesmo município, onde terminou de formar a sua família e, mesmo a distancia, continuou administrando todas as suas atividades da sua propriedade na Serra da Itiúba.
Na sua infância e adolescência, mesmo com todas as dificuldades que as famílias encontravam para educar o seus filhos, o seu pai, Umbelino Longuinho de Carvalho (Documento 1 Titulo de Eleitor do seu pai), contratou uma professora que iria lhe ensinar, permaneceu na escola até o quinto livro (expressão e nomenclatura utilizada na época, o que significava um livro para dada ano, o que nos dias de hoje se equipara a quinta serie do ensino fundamental), onde aprendeu ler e escrever com desenvoltura, conforme podem observar nos manuscritos por ele elaborados no trecho de uma carta (Documento 2) e um cartão de felicitação (Documento 3) escrita por ele, endereçada a sua noiva, que logo depois, se tornou a sua esposa.
Neste povoado, por ser considerado um homem conciliador nato na região, o prefeito do município o nomeou como Inspetor de Quarteirão, cargo que na época era homologado pelo Delegado, exercendo até 1963. A titulo de esclarecimento, a figura do “Inspetor de Quarteirão” surgiu e foi regulamentada em 1832, em que os “Juízes de Paz” e autoridades policiais contavam com o auxílio dos “Escrivães de Paz” e “Inspetores de Quarteirão”.
Neste período e durante o mandato que lhe foi conferido, todas as questões e ações que eram resolvidas, acertadas e/ou apaziguadas por ele, sempre foram aceitas e sacramentadas na sua integralidade pelas autoridades superiores do município.
Em meio aos relatos obtidos com os seus familiares, colhemos um breve depoimento das netas, Varlene e Sicleide, em que elas relatam as lembranças e qualidades dos seus avós:
Varlene: Falar do meu avô Leôncio tenho pouco porque não o conheci, mais sei que era um homem íntegro, honesto, conselheiro, amigo, caridade e de um sentimento que lhe acompanhava em todos os momentos de sua vida. Tinha palavras dóceis, porem firmes, nos deixou cedo, mais com muitos ensinamentos que carregamos ate hoje.
Sicleide: Além disso, Varlene, ele era um homem temente a Deus, onde reunia as pessoas em sua casa, inclusive a família para pratica do estudo da Bíblia Sagrada (Vaja o exemplar que ele utilizava para os estudos e na capa, anotava a data de nascimento de cada filho – Documentos 4 e 5). Apesar dos problemas de saúde, era muito trabalhador e estava sempre disposto e disponível para ajudar alguém que precisasse.
Varlene: Minha avó Djanira, carinhosamente chamada de “Mamãe Bibi”, essa sim. Tenho muitas lembranças, pois convivi com ela até os meus 23 anos. Como tenho histórias desta mulher que era forte, guerreira, de “carrancismo” forte, porem acolhedora. A palavra dela era a que valia. Criou seus nove filhos, os agregados e mais alguém que chegavam com alguma dificuldade e ali ficavam, pois ela tinha o lema de “onde comia um comia todos”. Tenho em mente os seus ensinamentos. Mulher “braba e de opinião formada”. Nenhum dos seus netos (mesmo aqueles mais queridos) viesse com “gracinha”, porque o couro cobria (risos). Lembro-me de uma boneca que ela trouxe em uma das suas viagens a São Paulo, além das roupas e demais presentes que todos ficávamos ansiosos a espera da sua chegada.
Em 16/07/1964, ele foi acometido de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o que lhe impossibilitou de exercer todas as suas atividades profissionais, vindo a falecer em 12/09/1973, deixando viúva a dona Djanira, que também veio a falecer em 12/05/1999.
Com o falecimento do Leôncio no ano de 1973, parte dos filhos já se encontravam em condições de maioridade, e todos traçaram seus caminhos, alguns casaram-se e continuaram morando na região, enquanto outros, foram morar em estados diferentes, especialmente em São Paulo.
Na pesquisa de campo para esta biografia, nos deparamos com inúmeros relatos feitos pelos irmãos, irmãs, filhos e netos de Edelvaer, por ser a filha mais velha do casal, o editor achou imprescindível colher seu depoimento, o qual foi obtido na seguinte entrevista:
Editor: Edelvaer, conte-me um pouco da historia dos seus e pais e, consequentemente da sua também.
Edelvaer: A historia dos meus pais, já foi exemplarmente contada em meus depoimentos anteriores, confirmados e reforçados pelos demais membros da família, portanto, hoje falarei um pouco de mim. Nasci em 10 de janeiro de 1938, tendo o privilegio de ser a “primogénita”, primeira filha do casal Leôncio e Djanira. Fui criada e educada nas leis divina na fé do cristianismo católica, base dos meus pais que acreditava no amor mútuo e eterno. Para a eles, sempre trabalhei na roça que ficava as margens do Rio Jacurici, na plantação e colheita de Batata, Aipim, Abóbora, Feijão, Milho e outras hortas, que serviam para subsistência e alimento da família e o que sobrava, a gente comercializava no povoado da Camandaroba e na Feira Livre de Itiúba. No ano de 1958, já com 21 anos, para poder ajudar ainda mais os meus pais nas despesas da casa, fui trabalhar na casa “dos Doutores”, que eram funcionários do “DNOCS”, responsáveis pela engenharia da construção do Açude. Em1964, quando meu pai foi acometido por um AVC, aí que as coisas ficaram mais difíceis, pois, por ser a mais velha, me sentia como responsável pelos demais irmãos e irmãs e trazia meu pequeno salário para ajudar no que precisasse. Em julho de 73, meu pai veio a falecer e, eu já casada, mãe do terceiro filho e grávida do quarto, construí uma casa bem próximo a de papai e de mamãe, sempre buscando o melhor para todos da família, pois era eu que resolvia “tudo para todos”. Com o passar do tempo, tudo foi se “ajeitando”, cada um cuidando de sua vida. Hoje, com meus 82 anos, continuo aqui, apesar de emotiva, ainda me considero “tinhosa, guerreira, firme e forte”, recebendo e abraçando todos e todas que me procuram.
Entre aqueles que permaneceram na região, se destaca a figura do Adalberto, popularmente e, carinhosamente conhecido por todos como “Nêgo do Leôncio”, que casou-se e fixou residência na Fazenda Alagadiço, no município de Itiúba, tornando-se um prospero Negociante e “Tropeiro” de animais, especialmente os equinos, que eram “vendidos, trocados, emprestados e até doados graciosamente” nos municípios do Camaleão (Hoje Romulo Campos), Itiúba, Queimadas, Cajueiro (Hoje Nordestina), Cansanção, Monte Santo, Pedra Vermelha e Andorinha, conforme relato feito pelo mesmo. Estas habilidades e generosidades ele adquiriu com o seu pai, enquanto e ainda criança, ajudava no transporte dos produtos que eram conduzidos no “lombo dos animais” e comercializados na feira livre da cidade de Itiúba/BA.
Neste período e, com todas as dificuldades de uma viúva, Djanira, assumiu, com a filha Edelvaer, a criação e educação com dignidade de todos os nove filhos naturais, sendo: EDELVAER MIRANDA DE CARVALHO, ALTAMIRANDA MARIA DE CARVALHO, ADALBERTO CARLOS DE CARVAHO (In memoriam – 02/08/2016), CÉLIO CARLOS DE CARVALHO (In memoriam – 18/09/1985), DONATA MIRANDA DE CARVALHO, JOANA MIRANDA DE CARVALHO (In memoriam – 06/08/2012), ORMINDA MIRANDA DE CARVALHO, LOURENÇO CARLOS DE CARVALHO, SILVIA MIRANDA DE CARVALHO, ZELITA DOS SANTOS (esta ultima era filha somente de Leôncio, porem reconhecida por todos os membros da família) e três adotivos de criação sendo: ALZIRINDA MARIA ROCHA, ALTAMIRA ANDRADE DOS SANTOS (In memoriam – 13/06/2002), e JOSÉ DOS SANTOS, cujas fotos serão publicadas ao final da biografia.
Na data da elaboração da biografia do casal (19/04/2020) a composição da família carvalho estava assim composta:
002 – CASAL – 009 – FILHOS LEGÍTIMOS DO CASAL;
001 – FILHA DE LEÔNCIO EM OUTRO RELACIONAMENTO;
003 – FILHOS DE CRIAÇÃO; – 066 – NETOS; – 219 – BISNETOS; – 116 – TRINETOS – 001 – TATARANETO – TOTAL = 417 COMPONENTES
Aqui são as fotos de 12 dos 13 filhos – Lamentamos não ter conseguido a foto da filha Zelita dos Santos
Fonte: Família Carvalho – Direção Geral: Edelvaer Miranda de Carvalho – Coordenação de Varlene Carvalho, Sicleide Carvalho, Cleide Carvalho e Rosa Carvalho – Redação e Edição: Florisvaldo F dos Santos
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 19/04/2020
Florisvaldo F dos Santos Editor