Em uma questão de semanas, o Airlander 10, a maior aeronave do mundo, fará seu primeiro voo de teste. Uma estranha mistura de dirigível, helicóptero e avião, o veículo decolará de Cardington, um vilarejo 70 km ao norte de Londres, com seus 92 metros de comprimento, 18 a mais que os maiores “gigantes” da aviação comercial, o Airbus 380 e o Boeing 747-8.
Baseado originalmente em um projeto militar americano, o Airlander 10 saiu do papel graças à empresa Hybrid Air Vehicles, que adaptou os planos para desenvolver o que chama de uma nova geração de aeronaves silenciosas, energeticamente eficientes e que não afetam o meio ambiente.
Autonomia
Segundo a empresa, a aeronave é 70% mais “verde” do que um típico avião de carga, mas a grande vantagem é a versatilidade: o Airlander 10, além de decolar verticalmente, pode aterrissar da mesma maneira em uma série de superfícies, inclusive a água.
Isso poderia fazer dele um veículo bastante útil para transportar cargas para locais de difícil acesso, como zonas de desastres sem pistas de pouso. De acordo com o fabricante, o Airlander é capaz de suportar ventos de mais de 120 km/h quando está ancorado no solo.
Com capacidade para transportar até 10 toneladas de carga e 48 passageiros, o Airlander promete também autonomia maior que a concorrência. Pode voar continuamente por até cinco dias a uma velocidade de 148 km/h e pode ser controlado por controle remoto.
Hybrid Air Vehicles
A aeronave contra com quatro motores movidos a diesel e uma estrutura inflada com gás hélio, o que resulta em um peso de 20 toneladas, menos de 10% de um Airbus 380, por exemplo. E seus custos também são uma fração em comparação com a concorrência: cerca de US$ 11 milhões – a maior parte deste valor veio de financiamentos do governo britânico e da União Europeia, mas uma campanha de financiamento coletivo arrecadou mais de US$ 3,3 milhões.
O Airlander conta com um charme especial por ter sido construído no Hangar 1, em Cardington, as mesmas instalações em que foi produzido o primeiro dirigível do mundo, em 1918. Agora, a Hybrid Air Vehicles quer fabricar até 2021, pelo menos 10 unidades por ano.
E isso inclui desafiar o que especialistas em transporte aéreo classificam como um tabu da indústria: em 1937, o mais famoso dirigível da época, o Hindenburg, incendiou-se enquanto aterrissava em Nova Jersey, matando 35 pessoas.
“O desastre matou a indústria”, escreveu o historiador John Swinfield. O Airlander, porém, é inflado com hélio, um gás não inflamável, ao contrário do hidrogênio, que era usado pelos dirigíveis como o Hindenburg.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 08/03/2016