Para mim, como nordestina e sertaneja, não há festa mais bonita que a Festa de São João, nem mesmo festa de Natal, Ano Novo, debutantes, aniversário, formatura ou casamento, a diversidade cultural e a alegria das festas de São João, intrínseca no colorido das roupas, no som vibrante da sanfona e da zabumba, no sabor variado dos diversos pratos típicos da época, dos fogos, das novenas fazem do São João, a rainha das festas. Houve um tempo, no qual balões coloridos, passeavam pelo céu, e nos enchiam de encantamento, era lindo demais. Soltar balões, hoje é proibido, felizmente, pois os prejuízos que um balão que cai em chamas causa à vida é ao meio ambiente são enormes.
Culturas diversas se misturam dando um tom absolutamente especial à nossa festa de São João, onde tudo envolve história a ser preservada, as roupas, as comidas, as músicas, as danças, tudo relativo ao São João é típico, até a chuvinha que quase sempre cai nesta época do frio é bem típica , é típico o milho verde, o aipim, o genipapo para o melhor licor, o calor da fogueira, brasas ardendo, milho cheirando na brasa, o mugunzá preparado com leite de licuri, a canjica, o milho cozido, os batizados de bonecas, o sanfoneiro, o forró, as quadrilhas autênticas representantes de uma época de simplicidade e alegria, no nosso sertão.
O São João teve sua origem na França e foi trazido para o Brasil, com Dom João no início do século XIX, mas nenhum estado mantém a tradição do São João tão viva, quanto a Bahia, Paraíba e Sergipe.
O santo junino casamenteiro é Santo Antônio mas o romântico é São João, digo isto porque posso fechar os olhos e ouvi o som das músicas de quadrilha e recordar o tímido namoro de mãos dadas perto da fogueira, as muitas simpatias para saber como seria o nome do futuro marido e os pais sentados na calçada conversando com os amigos e compadres, mas de olho nas brincadeiras das filhas em volta da fogueira.
No mais tem o legado de Luiz Gonzaga, que não nos deixa nunca esquecer:
“A fogueira ta queimando
Em homenagem a São João
O forró já começou
Vamos gente, rapa-pé nesse salão
Dança Joaquim com Zabé
Luiz com Yaiá
Dança Janjão com Raque
E eu com Sinhá
Traz a cachaça Mane!
Que eu quero ver
Quero ver paia avuar”.
Autora: Iolanda Damasceno Dreschers – Cansanção – Espaço Cultural
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 24/06/2019