Os grandes homens se agigantam na vida para dignamente partirem como meninos. E são poucos os que tiveram a grandeza de um menino do inicio ao fim. Mas meninos são grandes? São. Meninos não tem mácula na alma, no coração. Neles Deus guarda a pureza, a alegria… Essa grandeza alguns homens carregam até o fim. Alguns homens são enormes, fisicamente falando. Afeiçoam-se a gigantes, mas lá no seu trono interior está sentado um menino. Ao passo que a vida finda, esses homens de feições de gigantes, ganham novamente o corpo, a fragilidade de um menino, e a alma de tão leve, levita, porque meninos são de nuvens. Todo gigante no fim será um menino. Porque a vida nos ensina a todo instante, que toda coragem, no fim se torna delicadeza, que toda arrogância, no fim se torna solidão, que toda prepotência, no fim se torna fragilidade, que todos os tesouros, não sendo de afetos, se tornam nada.
A vida se debruça sobre nossos ombros e, talvez por isso, o nosso menino se faz homem, para aguentar o peso. No fim, quando já dominamos o peso da vida, frágeis como passarinhos, damos adeus. Partimos de mãos dadas com o nosso menino. Em paz com o mundo, porque da vida, o que valerá mesmo à pena, é ter tido a grandeza de um menino.
Fonte: Ivan Santtana
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 30/12/2018